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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

LONDRINA - Entidades criticam reabertura do Bosque

FOLHA WEB
Gina Mardones
Obras foram paralisadas pelo IAP por falta de licenciamento
Londrina - ''Esse projeto é contra a tendência de priorizar o pedestre e não o veículo. É um retrocesso''. A autora deste diagnóstico do projeto de reabertura do Bosque é a chefe do departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual(UEL), Denise Cássia Rossetto Januzzi. 


''Tinha que ter uma justificativa muito grande para realizar esse projeto. Não é o caso, pois vai gerar uma perda de qualidade, vai sobrecarregar a Mato Grosso e avenida Souza Naves. Vai atrapalhar gerando mais trânsito, mais fumaça''. afirmou Denise. 

Segundo a doutora em Estudos Ambientais e Urbanos, quem perder mais com a abertura vai ser a população do centro - pessoas que utilizam a área como lazer, caminham no zerinho. ''É uma área importante do centro da cidade onde também são realizados eventos''. Denise avalia que o Bosque precisa sim de uma revitalização, mas alerta que o município vai se ''arrepender'' se realmente abrir o local. 

De acordo com o presidente do Clube de Engenharia e Arquitetura em Londrina, Nilton Capucho, seria fundamental a realização do Estudo de Impacto da Vizinhança (EVI) para a realização do projeto. ''O estudo levantaria a questão da poluição, desmatamento, fazendo este estudo poderia saber quantos veículos seguiriam reto na Piauí, quantos virariam na Rio de Janeiro, etc'', comentou. 

Segundo Capucho, que também é vice-presidente do Conselho Municipal da Cidade, o Estudo de Impacto da Vizinhança precisaria ser aprovado pelo Conselho. ''É uma obra que gera interferência na região e acredito que seria necessário o EVI''. De acordo com Capucho o projeto da abertura sequer foi apresentado ao Conselho Municipal, que se reúne a cada quinze dias. 

De acordo com a presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), Regina Nabhan, a reabertura do Bosque não precisa de EVI, pois ''quem aplica e analisa o EIV é o Ippul. É o Ippul que pede, analisa e aprova. Quem bate o martelo final é o Ippul. Temos técnicos que estão estudando há mais de dois anos essa intervenção''. 

Capucho rebateu a afirmação da presidente do Ippul afirmando que é ''engano'' dela. ''O Estudo de Impacto da Vizinhança precisa passar pelo Conselho Municipal da Cidade senão não haveria necessidade de existir o Conselho'', afirmou. O vice presidente do Conselho não se declarou nem favorável nem contrário à abertura do Bosque. ''Só acredito que um projeto desse deve ser precedido de uma análise técnica que ainda não foi divulgada. Sou contra a forma que essas coisas foram colocadas, decidiu-se a quatro paredes. É uma falta de consideração com as entidades''. 

A presidente do Ippul defende que o projeto pretende valorizar os pedestres, ''com calçadas de 11 metros cada, nova iluminação, bancos, academia. Foi feita uma pesquisa com 100 pessoas e 81 % foram favoráveis ao projeto'', afirmou. 

Na última terça-feira o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) embargou a obra no Bosque, por conta da falta de licenciamento. De acordo com a promotora do Meio Ambiente, Solange Vicentin, será realizada na segunda-feira uma reunião com integrantes do grupo Ocupa Londrina, que realizou vários protestos contra a obra, e também representantes do IAP e do município. Até a reunião a obra, que teve início na última semana, deve continuar parada, segundo a promotora.

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