JOSÉ CARLOS FARINA, BLOGUEIRO E YOUTUBER

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

PREFEITA É CASSADA POR ABUSO DE PODER ECONÔMICO

FOLHAWEB

Prefeita reeleita perde registro

A juíza da 150 Zona Eleitoral de Apucarana, Renata Maria Fernandes Sassi, cassou o registro da prefeita reeleita de Cambira (Norte), Neusa Bellini (PSDB) e de seu vice, Manoel Nochi (PSDB), e determinou a realização de novas eleições, já que ela obteve 54% dos votos válidos em 7 de outubro. 


Conforme a sentença da juíza, que acatou ação de investigação judicial eleitoral movida pela coligação derrotada, encabeçada por Nego Menosse (DEM), Neusa distribuiu combustível em troca de votos. Com isso, a magistrada entendeu que além da compra de votos houve abuso de poder econômico. 



Em apenas um mês de campanha, a coligação distribuiu 707 vales-combustível, totalizando 14,5 mil litros. Uma das testemunhas, que trabalhou na campanha, cuja atribuição era convidar pessoas para reuniões e afixar placas, disse, em depoimento, que gastava cerca de 10 litros por semana. 



Os números causaram estranheza à magistrada: ''Ora, matematicamente improvável que em um mês de campanha viesse a coligação requerida a consumir tamanha quantidade de combustível, em especial quando considerado à luz do diminuto número de eleitores do município de Cambira (6.243 votantes), e da pequena quantidade de pessoas contratadas para trabalharem na campanha, entre 60 a 80 pessoas''. 



Documentos demonstram que 584 diferentes veículos foram abastecidos por meio de requisições distribuídas pela coligação de Neusa. O número é maior do que a diferença de votos nas últimas eleições: Neusa ganhou com 435 votos a mais que Menosse. Além disso, alguns eleitores confirmaram em depoimento que foi o próprio marido da prefeita que lhes deu o vale-combustível e pediu, em troca, o voto. 



Além de cassar o registro da prefeita e do vice, a juíza condenou os dois ao pagamento de multa de 2 mil UFIR's para cada um deles. Em razão do abuso do poder econômico, a juíza decretou a inelegibilidade por oito anos e também pede investigação policial de eventuais crimes eleitorais. Por fim, ela requisitou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) novas eleições para Cambira. 



A reportagem deixou recado para Neusa na prefeitura, mas ela não deu retorno ao pedido de entrevista. Seu advogado não foi localizado.

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