As previsões mais pessimistas sobre o aquecimento global eram que os oceanos subiriam 2,00 mm de nível anualmente, mas as medições já mostram 3,2 mm ...
Pode parecer insignificante mudança tão pequena, ainda mais se não moramos na beira da praia. Aos estudiosos, porém é um sinal claro de ameaça global, já na atualidade.
Precisamos nos preparar ao cenário de “dilúvio em formação” e construir regionalmente várias “Arcas de Noé”. Afinal cada lugar tem as suas riquezas únicas que estão desaparecendo rapidamente!
A fama de nossa Educação Ambiental e os crescentes fragmentos florestais estão tornando a Fazenda Bimini em Rolândia algo como uma “Arca de Noé”. Estes dias um jovem casal, encima de uma moto, nos traz, numa caixa de sapato, 2 filhotes de quati. Um grande jabuti infeliz num pequeno quintal urbano é deportado para cá... Fora as cobras, papagaios, tucanos, jacutingas e até uma seriema que aparecem (e desaparecem) voluntariamente.
Esses bichos têm que ter mais atenção e espaço. Eles não podem ser meros “divertimentos humanos” numa jaula, mas educar as pessoas, não só a terem respeito como se preocupar a restaurar e construir mais ambientes naturais.
As “Arcas de Noé” como “bancos de dados vivos” teriam imenso valor econômico já na atualidade pelo potencial educativo. “Arcas” que poderiam proporcionar vivências emocionantes e ações locais ao contrário da passividade diante tanta informação virtual e distante. As “Arcas” deixariam claras que a sobrevivência humana depende da sobrevivência de outros seres. As “Arcas” como espaços naturais e selvagens manteriam no ser humano a fé numa força criadora superior.  Assim se acordaria nas pessoas uma salutar humildade e solidariedade para com o próximo no lugar dos excessos e do individualismo tão prejudicial no momento. Quem sabe as “arcas” até conseguiriam frear o “dilúvio” anunciado?

Daniel Steidle, Rolândia, 07-12-12