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sexta-feira, 22 de março de 2013

Polícia reage a novo atentado a ônibus em Londrina


22/03/2013 -- 09h10

Coletivo foi queimado na zona oeste; suspeitos de ataque de domingo foram detidos ontem

Olga Leiria
Suspeitos de ataque na zona oeste foram apresentados pela polícia
César Augusto
Motorista apagou fogo e evitou maiores danos a coletivo na zona norte
Londrina – Londrina assistiu ontem a mais um atentado a ônibus de transporte coletivo, o segundo em apenas cinco dias. Desta vez o crime ocorreu no Jardim Santiago (zona oeste). A ação fez com que os diferentes órgãos de segurança da cidade se mobilizassem. 

Três jovens invadiram o coletivo e mandaram passageiros e motorista saírem do veículo por volta das 10 horas de ontem. Depois espalharam combustível e atearam fogo. O motorista do micro-ônibus da linha 421 Santiago/Pacaembu voltou ao coletivo e apagou o princípio de incêndio. 

O crime ocorreu a poucos metros do local onde dois adolescentes foram mortos na noite anterior em confronto com o Pelotão de Choque do 5º Batalhão (BPM) de Londrina. Os criminosos teriam acabado de roubar um Fiat Siena antes de entrar em confronto com os PMs. 

Os autores do ataque foram identificados horas depois, mas até o início da noite de ontem permaneciam foragidos. 

"Foi uma retaliação ao confronto armado com a PM, em que dois rapazes morreram. Esse crime não tem relação alguma com facção criminosa", salientou o relações-públicas da 4ª Companhia Independente, tenente Hugo Woll. 

Depois do crime a polícia fez uma megaoperação nas zonas norte e oeste de Londrina. Na zona norte, quatro jovens foram detidos por suspeita de terem praticado o primeiro atentado a ônibus desta semana, no domingo, no Jardim Novo Horizonte. 

Suspeito do crime, Guilherme Ribeiro da Silva, de 19 anos, foi detido na casa dele no Jardim Itapoá. A residência fica a apenas três quadras do local do incêndio. Ele já havia sido detido anteriormente por roubo e porte ilegal de arma. 

Após a prisão dele, a polícia localizou os outros supostos membros da quadrilha. Rodrigo Miguel dos Santos, de 20 anos, e dois adolescentes, de 12 e 14 anos. A investigação revelou que o crime teria sido encomendado. "Os menores afirmaram que homens desconhecidos ofereceram R$ 50 para cada um para incendiar um ônibus", explicou o delegado chefe da 10ª Subdivisão Policial, Márcio Amaro. 

A polícia não confirma que os bandidos tenham envolvimento com o crime organizado. "A princípio trabalhamos com provas, que nos mostram que são casos de vandalismo. Porém, não descartamos que esses jovens tenham recebido ordens para que cometessem esse tipo de ação criminosa", disse Amaro. 

Os suspeitos negaram autoria do crime. "Não participei, estava passando na hora pelo lugar", disse Rodrigo Miguel. Enquanto menor, ele já havia sido apreendido por porte ilegal de arma. "Não sei de nada", também disse Guilherme Ribeiro da Silva. 

Ambos foram indiciados por corrupção de menores, exposição a perigo em meio de transporte e formação de quadrilha (os adolescentes poderão sofrer medidas socioeducativas pelos dois últimos crimes). 

Em relação à série de incêndios, o Sindicato das Empresas de Transporte de Londrina (Metrolon) lamentou em nota que os "mais prejudicados por tais ataques - seja quais forem suas origens e motivação - são os usuários, que têm sua integridade física ameaçada e também deixam de ter ônibus à sua disposição para executar o serviço de transporte público".

Danilo Marconi e Paulo Monteiro
Reportagem Local

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