JOSÉ CARLOS FARINA, BLOGUEIRO E YOUTUBER

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

RESERVA PARTICULAR DE PATRIMÔNIO NATURAL NA SERRA DO CADEADO

FOLHA WEB

‘Um corredor ecológico fantástico’

Josoé de Carvalho/Divulgação
O biólogo Willian Cunha na RPPN Monte Sinai: área liga as bacias dos rios Ivaí e Tibagi
Localizada na divisa de Mauá da Serra com Ortigueira, na Serra do Cadeado, entre o segundo e o terceiro Planalto do Paraná, a "Monte Sinai" é exemplo da importância de uma RPPN. Criada em 2007, a unidade de conservação abriga três mil espécies animais – aves, répteis, anfíbios e mamíferos – e 201 espécies vegetais, entre elas cinco de interesse de preservação por estarem ameaçadas de extinção. 

"Trata-se de um corredor ecológico fantástico, que liga as bacias do Rio Ivaí e do Rio Tibagi", afirma o biólogo Willian Luiz da Cunha, responsável técnico da unidade. "Temos aqui, catalogadas, 80 espécies de mamíferos. E muitas árvores e arbustos raros, vulneráveis ou ameaçados." 

Com 309 hectares de Mata Atlântica, na RPPN Monte Sinai existem 33 nascentes de água apenas na trilha de vistoria. Willian Cunha estima que a área possua pelo menos 150 nascentes, já que um terço da área, segundo ele, nunca foi acessado. 

Lá funciona, há dois anos, um Centro de Manejo de Animais Silvestres (CEMAS) que recepciona animais atropelados ou apreendidos. Nesse período, o CEMAS atendeu perto de 1,5 mil animais que, recuperados, são reintroduzidos em seus locais de ocorrências ou enviados a fiéis depositários – zoológicos, cativeiros e comerciantes cadastrados no Ibama. 

A RPPN também recebeu parte da fauna e da flora da área de Telêmaco Borba alagada pela Usina de Mauá em 2011, principalmente orquídeas e abelhas nativas – entre elas, duas espécies ameaçadas de extinção, a mandaçaia e a mimbucão. "Essas abelhas são responsáveis por 95% da polinização da flora", afirma o biólogo Willian. "Sem elas, a floresta fica comprometida." 

A importância da Monte Sinai vai além da preservação e reintrodução de espécies animais e vegetais. A unidade é também fonte de pesquisas e palco de educação ambiental. Willian Cunha diz que há três convênios com universidades públicas paranaenses: UEL (criação e manutenção de abelhas indígenas), UEM (multiplicação de orquídeas nativas) e UFPR (levantamento de mamíferos). 

Projeto com a prefeitura de Mauá da Serra leva àquela área, semanalmente, alunos da rede de ensino. Também visitam a RPPN estudantes de Ortigueira, Faxinal, Tamarana, Marilândia do Sul, Califórnia, Apucarana e Cruzmaltina. Eles fazem trilha ecológica e conhecem a importância das espécies ali existentes. "Falamos a eles, também, dos problemas gerados pela caça, e dali saem dados com os quais conseguimos melhorar nossa vigilância", afirma Willian.

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