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sábado, 12 de abril de 2014

Médicos criam vagina artificial e realizam implantes

Redação Bonde


Um grupo de médicos do Centro Médico Wake Forest Baptist, na Carolina do Norte (EUA), criou em laboratório vaginas artificiais e implantou-as em quatro mulheres. 


O 'órgão' necessitou de tecnologia pioneira através de amostras de tecido das mulheres em questão, além da parte construída em laboratório a partir de um molde biodegradável. 


Divulgação/Wake Forest



Os médicos afirmam que esta é a mais recente amostra dos avanços na medicina regenerativa. 

Os resultados foram publicados na revista Lancet. 


A vagina artificial foi implantada em mulheres que tinham má-formação genital. Isto ocorre, geralmente, durante a gestação e pode acarretar problemas mais graves como distúrbios em órgãos reprodutivos. Duas das mulheres implantadas, pro exemplo, tinham as vaginas conectadas ao útero. 

Os benefícios do implante foram notados pelas pacientes e suas vidas sexuais estão normais. Segundo elas, os níveis de "desejo, excitação, lubrificação, orgasmo e satisfação" eram normais, além da ausência de dor durante o sexo. 

Ainda não foram registrados casos de gravidez, porém, em tese, isso é possível. 

Tratamentos atuais e inovação 

Atualmente, o procedimento que soluciona este tipo de problema é altamente invasivo e consiste na criação de uma cavidade revestida de partes do intestino ou enxertos de pele. 

Pensando nisso, os médicos do Wake Forest Baptist iniciaram o processo de criação da vagina artificial quando as pacientes ainda eram adolescentes. Através do escaneamento da região pélvica das jovens, criou-se um molde 3D para cada uma. O primeiro implante foi realizado há 8 anos. 

Para reproduzir o tecido genital em laboratório, o cientistas retiraram uma amostra da vulva de cada mulher, que não tinha se desenvolvido corretamente. 

Na parte de fora do implante foram inseridas células musculares e na parte de dentro, células da parte interna da vagina. Os moldes foram mantidos em um reator biológico para desenvolverem-se e alcançarem o tamanho desejado e, só então, serem implantados nas pacientes. 

"Realmente, pela primeira vez criamos um órgão inteiro que nunca esteve lá, foi um desafio", disse Anthony Atala, diretor do Instituto de Medicina Regenerativa do Wake Forest. 

Uma das pacientes, que não quis ser identificada, demonstrou satisfação. "[Estou] muito feliz, pois agora tenho uma vida normal, completamente normal". 

Segundo Atala, o implante se fez importante, pois não demonstrou apenas mudanças físicas, mas em um contexto geral, mudou a vida das pacientes. "Foi muito gratificante", disse. 

(Com informações da BBC Brasil)