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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

AÇÃO CONTRA OBRAS NO BOSQUE DE LONDRINA NESTA QUARTA-FEIRA

JORNAL DE LONDRINA

Gilberto Abelha / Jornal de Londrina / Primeira árvore foi plantada por crianças
Primeira árvore foi plantada por crianças
LONDRINA

Manifestantes plantam 17 árvores no Bosque Central

Árvores foram colocadas nos mesmos locais das espécies que foram cortadas pela prefeitura. Município pretende abrir bosque para circulação de veículos
15/11/2011 | 16:58Daniel Costa

Os integrantes do movimento Ocupa Londrina plantaram 17 mudas de árvores nativas da Mata Atlântica, na tarde desta terça-feira (15), no Bosque Central. A ação fez parte do quarto dia de protesto contra a abertura do local para a passagem de carros e o corte de aproximadamente 20 árvores.
Entre as espécies plantadas estavam figueiras, ingás e angicos brancos. As árvores foram colocadas nos mesmo locais das que foram cortadas na sexta-feira (11). Mais de 50 pessoas participaram do protesto.

Para o vice-presidente do Observatório de Gestão Pública, entidade apartidária que fiscaliza as contas do governo municipal, Fábio Cavazotti, a mobilização popular é importante para mostrar que os londrinenses estão preocupados com a qualidade de vida. Ele disse que todos devem se colocar a favor da preservação do bosque.
Antes de plantarem as mudas, os manifestantes retiraram as cruzes brancas e limparam o bosque.
O protesto do movimento Ocupa Londrina ganhou a adesão de um grupo de aproximadamente 30 jovens que participavam da Marcha contra a Corrupção. Com cartazes de “fora corruptos”, os manifestantes afirmavam que a ação da prefeitura no caso do bosque era mais um descaso dos políticos locais.
Ação na Justiça
Ong Meio Ambiente Equilibrado (MAE) entrará, nesta quarta-feira (16), com uma ação civil pública pedindo a paralisação das intervenções que o município está realizando no bosque.
Segundo o advogado da Ong, Camilo Viana, o principal erro cometido pelo município no projeto de reabertura do bosque foi a falta do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), necessário para intervenções deste porte. “Existe uma lei municipal e o Estatuto das Cidades que obrigam a realização de estudos para obras que geram impactos ao meio ambiente local e são geradoras de tráfego”, destacou.
O advogado ressaltou que esse estudo deveria ser analisado pelo Conselho Municipal da Cidade, mas em nenhum momento a prefeitura procurou o órgão para discutir o assunto. “Na verdade ninguém sabe ao certo qual é o projeto que será executado no local. Jamais a prefeitura poderia ter começado a fazer isso [corte das árvores] sem ter certeza de qual o projeto que será executado.”
Procurado o secretário municipal de Governo, Marco Cito, afirmou que a abertura da via se justifica pelo fato do tráfego de veículos na área central estar “estrangulado”. Segundo ele, tecnicamente a continuidade da Rua Piauí pelo bosque se sobrepõe aos interesses de quem é contrário da medida. Isso deve acontecer na primeira quinzena de dezembro.
Segundo ele, o projeto prevê uma via de mão única dando continuidade e calçadas com largura de 11 metros. “A preocupação de que Londrina vai perder a área de lazer do Bosque Central, não procede. As mesas de xadrez serão realocadas nas calçadas, serão colocadas mesas de pingue-pongue”, disse Cito.

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