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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

GIU LUIGI E O BOSQUE DE LONDRINA 2

RESPOSTA A UM CIDADÃO

 Sou engenheiro agrônomo e pós-graduado em gestão ambiental. Considero sim a questão da ocupação de espaço urbano, mas observo também outros fatores envolvidos. A começar pela questão sanitária onde as fezes das pombas amargosinhas (que são nativas em toda a América do Sul e não exóticas) que, como vc mesmo concorda, se acumulam exalando o odor fétido da fermentação, o que incomoda quem atravessa a área. Também existe o fato de que elas se transformam em pó quando secas e pisadas por transeuntes é levada pelo vento e traz o perigo de infecção pulmonar aos moradores locais. Se retirarmos o pavimento que impermeabiliza o solo haverá a rápida decomposição e mineralização desses excrementos na terra, o que resolveria o problema. Caso as coisas forem como vc sugere, seria preciso um apoio logístico grande e permanente por parte do poder público local pra garantir a sanidade do bosque para os freqüentadores (limpeza das passarelas, bancos, mesinhas, banheiros públicos, etc), assim como a questão de segurança. Eu não acredito que possamos confiar que qualquer prefeito que estiver ocupando a cadeira vai garantir esse serviço permanentemente. O mais crível é que logo o espaço voltará ao esquecimento e ao abandono como sempre acontece. O que se espera é que aquilo volte a ser latrina para mendigos(como li no jornal outro dia), ponto para prostituição, uso de drogas, assaltos, marginalidade em geral onde o cidadão de bem passará longe. Isso é tão certo como dois e dois são quatro. As árvores presentes no espaço são em grande maioria nativas sim, mas existem dois pés de eucaliptus que deveriam ser erradicados por serem originários da Austrália assim como alguns pés de Santa Bárbara originária da Índia e adjacências. Não saí pra fazer levantamento a respeito, mas devido ao fluxo de pessoas que trazem espécies diferentes deduz-se que devam existir outras plantas exóticas sim, mas em quantidade menos expressivas. É perfeitamente possível fazer um trabalho de manejo corretivo na área para adequá-la como de preservação de nativas transformando-a num museu a céu aberto – as placas de identificação das árvores existentes já sugerem isso. Concordo quando diz que devemos cuidar da Fazenda Refúgio ou da Mata dos Godoy ou do Parque Arthur Thomas, mas isso não exclui a necessidade de se providenciar a resolução do Bosque como área de preservação também. Portanto volto a defender algo tido como radical por alguns, mas sensato devido à realidade dos fatos: a falta de solução satisfatória como uma praça para freqüência de pessoas. 

Por outro lado, os pioneiros ali deixaram algo que representa um regalo aos nossos olhos e pulmões quando passamos ao lado. Só a presença da massa verde já cumpre com sua função no centro da cidade. Não é preciso tomar o bosque nas mãos para sentir seu efeito, pois desde criança sei que ver não é pegar. Não é preciso ter uma funcionalidade maior como um espaço pra lazer. Ali não deve ser tratado como um espaço de árvores para apenas enfeitar ou servir como área de lazer, mas sim um espaço que desenvolve uma relação entre elementos da Mata Atlântica subtropical encravada no coração de uma metrópole. Se considerar que como lazer seria para menos de vinte pessoas a coisa complicaria ainda mais. Pois então que o Bosque seja isolado com grades altas, fortes e maciças para impedir o acesso de marginais e deixar desenvolver a mata em paz. Além de servir como prova da consciência ambiental do nosso povo poderia ser também visitada de forma controlada tanto pelo cidadão comum, turistas, como por estudantes e pesquisadores, por exemplo. GIU LUIGI

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