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sexta-feira, 25 de maio de 2012

LONDRINA - GRAVAÇÃO COMPROMETE BARBOSA NETO

JORNALDELONDRINA


Gravação mostra que Barbosa orientou Eloir Valença a fazer “relatório paralelo”


Em ligações telefônicas, o vereador pede ajuda ao prefeito para levar Amauri Cardoso
à Comissão de Ética da Câmara e recebeu a sugestão para participar dos
depoimentos realizados pela CP da Centronic e produzir relatório a parte



Apesar de ter dito ser “independente” do governo e da oposição ao voltar à Câmara Municipal de Londrina na quinta-feira (24), o vereador Eloir Valença (PHS) demonstrou ter proximidade com o prefeito Barbosa Neto (PDT) em gravações interceptadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) com autorização da Justiça.
As gravações mostram que, além de pedir ajuda a Barbosa para levar Amauri Cardoso (PSDB) à Comissão de Ética da Casa [pela denúncia de compra de votos de vereadores], recebeu uma sugestão do pedetista para participar dos depoimentos realizados pela Comissão Processante (CP) que investiga o caso Centronic e produzir um “relatório paralelo”. Parte do diálogo foi revelada pelo JL na semana passada. A outra parte foi obtida com a liberação das gravações nesta semana. No total, a conversa tem quase seis minutos.

Valença ironizou a desistência de Jacks Dias (PT) de participar da CP da Centronic – o petista é acusado de irregularidades na contratação da empresa – e a intenção de a oposição de pedir a suspeição de Rodrigo Gouvêa (PTC) – que renunciou à comissão porque sua mãe é secretária do Idoso. “Meu Deus do céu! Tem que cair quem? Só gente da oposição [na votação para os membros CP]?”, diz o vereador.
O prefeito responde dizendo que Valença está “numa posição privilegiada” e que poderia “ganhar um destaque” atuando na CP. “Desculpa eu falar, mas uma dica só apenas a título de colaboração, você pensa nisso, fala com os seus advogados. Um relatório em paralelo que você pode perfeitamente fazer e pode acompanhar as oitivas como membro da Câmara, que é totalmente franqueado e se posicionar”, afirma Barbosa.
“Eu pensei nisso mesmo, de participar, assistir”, responde Valença. “Você tem acesso, tem discernimento das coisas, ao contrário de muitos ali que não têm e não têm a pachorra de pegar e ler o negócio”, fecha Barbosa.
Na prática, a apresentação de um relatório paralelo teria o efeito apenas de criar um fato político. O único relatório válido e que será apreciado pelo plenário é o que será aprovado pela maioria dos membros da CP.

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