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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Caminhoneiros bloqueiam quatro estradas no Paraná

Até por volta das 22 horas desta terça-feira (20, somente a PR-182, entre Cascavel e Realeza, estava interditada parcialmente. Ao menos outros 8 estados registraram bloqueios nas rodovias

02/07/2013 | 10:13 | AMANDA AUDI, ANGIELI MAROS E ELOÁ CRUZ, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO, COM AGÊNCIA ESTADO E FOLHAPRESS
Protestos realizados por caminhoneiros bloquearam quatro rodovias do Paraná ao longo desta terça-feira (2). Segundo informações da Polícia Rodoviária Estadual e Polícia Rodoviária Federal, houve registro de manifestações na PR-182, na região de Realeza; na PR-364, no município de Guará; na PR-280, próximo a Clevelândia; e na BR-277, na região de Guarapuava.
Pelo menos nove estados também registraram interdições nas estradas. No Paraná, a PR-280 ficou interditada no quilômetro 178, próximo ao município de Clevelândia, por aproximadamente seis horas nesta terça-feira. O trânsito na BR-277 também foi bloqueado por caminhoneiros na altura de Guarapuava, no trevo das rodovias PR-445 e BR-369, na saída de Londrina para Cambé. A rodovia foi interditada por caminhoneiros às 17 horas de segunda-feira. A PRF pediu para os manifestantes liberarem a pista totalmente entre as 11 e 14 horas desta terça-feira, mas a demanda só foi atendida às 17 horas.
O trânsito na PR-364, no quilômetro 170, próximo ao município de Guará, também foi bloqueado. A interdição começou a partir das 10h30 e terminou somente às 18 horas desta terça-feira. O local havia sido interditado por manifestantes do Movimento Sem Terra.
Bloqueio parcial
Do total de bloqueios, somente um trecho da rodovia PR-182, entre Cascavel e Realeza, continuava interditado por volta das 22 horas desta terça-feira. O trânsito foi fechado parcialmente na região do quilômetro 460, somente veículos de carga eram liberados pelos manifestantes. O bloqueio no local foi iniciado nesta terça-feira, às 8h30.
Este é o segundo dia de manifestações da categoria pelo país. Na segunda-feira (1º), houve uma série de protestos que travaram 21 rodovias em nove estados. As paralisações provocaram bloqueios parciais ou totais durante mais de 11 horas em trechos de rodovias, mesmo após o governo ter obtido, na Justiça Federal, uma liminar proibindo interrupções do tráfego.
Os manifestantes pedem que seja instalada uma CPI do Pedágio. Eles reclamam que a proposta de investigação das concessões de pedágio do Paraná foi arquivada na Assembleia Legislativa do Paraná em 17 de junho deste ano e querem que o preço da tarifa seja diminuído. “Ninguém consegue mexer nessa caixa preta. Daqui a pouco ninguém vai poder viajar por causa do preço do pedágio”, reclama Cavalheiro.
Segundo o presidente do Sindicam Londrina, Carlos Roberto Dellarosa, a principal reclamação da categoria é o alto preço cobrado pelas concessionárias de pedágio no Paraná. Nas praças administradas pela Empresa Concessionária de Rodovias do Norte S. A. (Econorte), por exemplo, um caminhão pode pagar até R$ 65,40 por pedágio. “Onde está a duplicação dessas rodovias? Há quanto tempo essas estradas estão pedagiadas e até agora nem sinal da duplicação. Nós pagamos o pedágio mais caro do Brasil para nada, não tem nenhuma melhoria nas nossas estradas”, reclamou Dellarosa.
Estudos feitos pelo Movimento Por Amor a Londrina mostram que um caminhoneiro pode gastar mais de R$ 1,5 mil apenas em pedágios no trecho entre Foz do Iguaçu e Paranaguá. O advogado Jorge Custódio, membro do movimento, vai coletar assinaturas para o abaixo assinado que pede o fim do pedágio. O documento, que já tem mais de 9 mil adesões, foi criado pelo grupo no início deste ano, e deve ser entregue ao governador Beto Richa (PSDB).
Segundo Custódio, o preço cobrado pelas concessionárias no estado é considerado abusivo. “Aqui na nossa região temos um dos trechos com pedágio proporcionalmente mais caros do mundo. Quem sai de Londrina em direção a São Paulo paga pedágio em Jataizinho e Cambará. São pouco mais de 100 quilômetros de distância e mais de R$ 130 em pedágio”, detalhou.
Dellarosa também demonstrou preocupação com as tarifas cobradas pelas empresas de pedágio. Nas contas do presidente do sindicato, quase dois terços dos ganhos dos caminhoneiros ficam nas cabines de cobrança. “O valor do frete já não está dos melhores. Com esses valores de pedágio, tem colegas nossos que gastam 60% do que ganham só para poderem rodar pelas rodovias. Se somar mais o valor do diesel, são mais 10% do frete. E o caminhoneiro, vai sobreviver só com 30% do que ganha? É um absurdo”.

Rodovias em outros oito estados tiveram bloqueios

Protestos de caminhoneiros bloquearam rodovias em pelo menos oito estados além do Paraná: Espírito Santo, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso.
Em São Paulo, a Tropa de Choque liberou, após mais de 24 horas de protesto, a rodovia Cônego Domênico Rangoni, que dá acesso ao porto de Santos. 

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