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quinta-feira, 26 de junho de 2014

DANIEL STEIDLE AMA ROLÂNDIA


80 anos de Rolândia
Tão misteriosa como a lenda sobre o guerreiro franco Roland, que deu origem ao nome de Rolândia, é a história deste município que festeja seus 80 anos, dia 29 de junho. Vestígios como pedras polidas, achadas em várias propriedades rurais, apontam nesta região para uma história de ocupação humana há mais que 1.500 anos. Poucos vestígios restam da ocupação humana recente. Testemunhas de época como o “Hotel Rolândia”, considerado o marco “zero” da história de Rolândia foi simplesmente demolido. Foi vendida a Chácara Rolândia, um verdadeiro e raro “jardim botânico” que começou em 1937 a sua coleção de plantas de florestas que não existem mais. Os “jardins rurais”, frutos principalmente de senhoras, apaixonadas por plantas do mundo todo, estão na lista de extinção. Assim como a outrora rica fauna e flora que havia na região. Até o rico solo, a terra vermelha, que deu a Rolândia fama mundial como “Rainha do Café” se encontra ameaçado por um intenso modelo agrícola e uma urbanização descontrolada. Rolândia, como “Berço do Plantio Direto”, técnica conservacionista que revolucionou a agricultura no mundo, perdeu para Mauá da Serra o museu do Plantio Direto. Outro elemento, a água, antigamente farta e com qualidade em Rolândia, hoje está escassa e poluída. Por falta de memória impera uma indiferença e pouco apego ao lar que sofre com lixo e falta de atendimento a saúde e lazer. Havia muitos hospitais e cinemas, o Cine Rolândia oferecia 1.600 lugares. A política parece há tempo desconectada aos potenciais locais. Rolândia além de ter o maior incremento florestal do mundo (segundo áreas de pesquisas da Embrapa-florestas em Rolândia) tem o melhor suco de laranja do mundo que garante ao Brasil sua condição de maior exportador da laranja. Rolândia graças a sua localização e esforços isolados atrai inúmeros turistas do Brasil e de paises de fora pela gastronomia, ambiente rural preservado e cordialidade. 
Rolândia, pelo julgamento de educadores e professores, que conhecem o município e a realidade mundial, tem um enorme potencial “pedagógico”. A tão falada crise mundial do meio ambiente encontra, na ainda conservada Rolândia uma série de experiências de décadas, com seus erros e acertos. Experiências que poderiam apontar soluções práticas para as grandes questões, como a sobrevivência de nossa espécie na Terra. Que a motivação de ser “Cidade Pedagógica” possa construir um esforço coletivo de juntar os vestígios da rica história de Rolândia. Seria um grande presente! O reconhecimento dos antepassados, tantos esquecidos pela “história oficial”, um atendimento com qualidade de vida às gerações atuais e uma garantia de vida aos que no futuro vão poder festejar Rolândia em um contexto maior.

Daniel Steidle, Educador Ambiental, junho 2014.

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