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sábado, 6 de setembro de 2014

Requião obtém R$ 452 mil de Pensão vitalícia do Gverno do Paraná

FOLHA DE LONDRINA
06/09/2014 
 
Mais um  para "mamar" às custas do Povo

Para PGE, são inconstitucionais as aposentadorias de todos os ex-chefes do Executivo que administraram o Paraná depois de 88

Curitiba - Em meio à queda de braço que trava com o senador Roberto Requião (PMDB), na disputa pelo Palácio Iguaçu, o governo Beto Richa (PSDB) teve de desembolsar, no último dia 29, um total de R$ 452,6 mil, referente ao pagamento da pensão especial de ex-governador. O valor retroativo, sem os descontos de impostos, se refere ao período de maio de 2011 a agosto de 2012, quando o benefício foi suspenso, sob a justificativa de falta de amparo na legislação.

Naquele ano, o peemedebista conseguiu liminar e voltou a ter direito aos R$ 26,5 mil mensais. Como durante a suspensão a pensão vitalícia não foi depositada, porém, Requião acionou mais uma vez a Justiça e conseguiu obter o acumulado. Desde 2010, quando saiu do governo, justamente para a entrada de Beto, o senador já teve acesso a R$ 1,119 milhão dos cofres do Estado.

A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que irá recorrer da decisão, por entender que as aposentadorias de todos os ex-governadores que administraram o Paraná depois de 1988 (data da promulgação da Constituição) são inconstitucionais. A questão tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda não definiu posicionamento sobre o caso.

Além de Requião, os ex-governadores Mário Pereira (1994), Jaime Lerner (1995-2002) e Orlando Pessuti (2010), cujos mandatos se deram depois de 1988, também têm suas pensões questionadas. Até agora, contudo, o senador foi o único a reaver o valor relativo à suspensão. Os outros beneficiados são Paulo Cruz Pimentel, Emílio Hoffmann Gomes, Jayme Canet, João Elisio Ferraz de Campos e as viúvas de João Mansur, José Richa, Bento Munhoz da Rocha e Mário Gomes da Silva. Ainda conforme a PGE, o custo mensal para o Estado é de R$ 296,8 mil, o que corresponde a 0,022% da folha de pagamento.

A assessoria de imprensa de Requião informou à FOLHA que os benefícios são concedidos a todos os ex-governadores e que o valor a que ele tem direito é exatamente o mesmo recebido mensalmente pela mãe do atual chefe do Executivo, Arlete Richa, desde 2004. Conforme a campanha do senador, a viúva de José Richa, que não perderá a pensão mesmo que a PGE vença a ação, já teve acesso a R$ 3,6 milhões em dez anos, sem contar o valor que acumula do Senado, de R$ 16,5 mil mensais. A reportagem também consultou a assessoria de Beto, que disse que segue o embasamento da PGE e que não irá entrar no "jogo rasteiro" de Requião.
Mariana Franco Ramos
Reportagem Local

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