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sábado, 27 de dezembro de 2014

PORQUE AMO O NACIONAL NAC DE ROLÂNDIA

Não sei se amo mais o time, a cidade ou o meu saudoso pai que me ensinou a amá-lo. Misturou tudo. Só sei que  nasci ao lado do estádio Erich Georg e desde pequenino acompanhei o meu pai nos jogos e até nos treinos... ele que foi o maior fanático do time. Só não fui um bom jogador de futebol porque faltou vocação, mas vivi praticamente respirando futebol. Meu pai não se contentava em assistir os jogos só aqui em Rolândia e sempre inventava pretexto de passear e conhecer novas cidades, para viajar e torcer para o NAC quando o time jogava fora... eu e meus irmãos o acompanhávamos. As vezes nem a rádio ia, mas o meu pai lá estava... em lugares distantes.Meu pai não se incomodava quando o palmeiras perdia, mas quando o NAC não vencia ele ficava muito bravo,ainda mais se algum juiz roubasse contra nós. Teve um dia em que fui herói em Londrina. Tinha 13 anos e fui com meu pai José Farina e meus irmãos ao VGD. Meu saudoso pai, que foi apontado pelo ex-jogador Diógenes (ver entrevista no Youtube  - http://www.youtube.com/watch?v=Qj0U247xflU - ) como o torcedor mais fanático que assistia todos os jogos e treinos do NAC, avisou eu e meus irmãos que se o Nacional fizesse gol não podíamos vibrar pois estávamos no meio da torcida do LEC (Na época não separavam as torcidas). No primeiro tempo o NAC estava perdendo por um gol. No final do segundo tempo quando o meu coração estava apertado de raiva e de tristeza o juiz marcou uma falta a favor do NAC no gol de cima (setor norte). Um dos meus ídolos na época, Pagão, ponta direita,  ficou junto com a barreira. Com a cobrança a bola foi parar no peito de Pagão,que craque que era, apenas ajeitou a bola girando o corpo e num "sem pulo"  mandou a bola no canto direito do gol de Neneca. A emoção foi tanta que  esqueci os conselhos do meu pai, dei um pulo de mais de um metro de altura e gritei com todas as forças dos meus pulmões: "GOOOOOLLLLLLLLLLLLLLL". O meu grito ecoou por todo o estádio,  tamanho era o silencio da torcida local. Quando olhei vi que o estádio inteiro estava olhando para mim com raiva. Mas Deus gosta muito de mim. Graças a Ele ninguém me agrediu. Ouvi apenas algumas centenas de xingamentos.  Mãe me perdoa. Perdoa também a torcida do Londrina. Eles nem te conhecem (risos). Já fora  do VGD  meu pai  (todo feliz) me falou: - "Zé Carlos, não era pra você gritar, mas acabou dando certo. Você deu o grito que eu e outros torcedores do NAC tínhamos vontade mas não tivemos coragem". Foi um dos melhores jogos que assisti do NAC nos anos 70. Grande Pagão, um dos meus eternos ídolos do NAC. Um abraço onde quer que você esteja.


 
TEXTO e FOTOS by JOSÉ CARLOS FARINA




(Foto de Pagão e Jura)

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