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quinta-feira, 9 de julho de 2015

Londrinense aprova extensão do horário do comércio de rua

FOLHA WEB

09/07/2015


Comerciantes, comerciários e clientes consideram que medida seria positiva, mas trabalhadores do setor se dividem sobre ampliação do próprio expediente

Anderson Coelho
Sindicatos patronais e de trabalhadores do comércio travam um debate acalorado sobre a abertura de lojas em feriados, tardes de sábado ou horários estendidos
 
A maioria dos londrinenses e dos comerciantes gostaria que o comércio de rua abrisse em horários diferenciados, como à noite e nas tardes de sábado, mas os trabalhadores de loja estão divididos, meio a meio, entre a manutenção ou a extensão do expediente atual, conforme pesquisa feita pelo Multicultural Instituto de Pesquisa, encomendada pela FOLHA e pela Rádio Paiquerê AM. As entrevistas foram feitas com 526 pessoas entre os dias 4 e 7 deste mês, para oferecer informações sobre as perspectivas dos três elos que compõem o setor e contribuir para um debate que tem rachado os sindicatos patronais e de trabalhadores na cidade. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos e intervalo de confiança de 95%. 

Para 76% dos comerciantes, para 62% dos comerciários e para 71% da população em geral há interesse na abertura de lojas em dias úteis à noite ou nas tardes de sábado. Porém, 48% dos funcionários preferem a manutenção do horário atual, das 9 às 18 horas até sexta-feira e das 9 às 13 horas de sábado. Outros 45% consideram melhor a extensão do expediente até 20 horas em dias úteis e até 18h aos sábados e 4% esperam que a escolha seja livre. As duas opções de mudança somam 49%, um empate dentro da margem de erro com a proposta mais votada. 

Entre os proprietários, 53,5% desejariam ter o horário livre para escolher, 30% gostaria de manter o expediente atual e 16,5%, a extensão até 20 horas. Os índices entre os clientes foram de 24%, 25% e 42%, respectivamente. 

Sobre a ampliação do horário do comércio aberto desde que sem aumentar a quantidade de horas de cada trabalhador e respeitando as leis trabalhistas, 83% dos comerciantes dizem sim e 13% dizem não. A diferença cai para os funcionários, com aprovação por 48% e rejeição por 40%. Para a população em geral, os resultados são de 66,5% e 26%, respectivamente. Os índices que faltam são de pessoas que não sabem ou não responderam. 

O diretor estatístico do Multicultural, Edmilson Vicente Leite, afirma que a diferença se deve ao fato de todos considerarem que um expediente maior do comércio é bom para o consumidor, mas terem dúvidas sobre a viabilidade econômica ou sobre possíveis prejuízos familiares e trabalhistas. "É como se a pessoa quisesse que o horário de abertura mudasse, mas não o em que ele trabalha", afirma. 

Comparação a shoppings

Os entrevistados também opinaram se a abertura em horários diferenciados é vantajosa para funcionários de shoppings centers e hipermercados. Para 58% dos patrões, é ótima ou boa. Outros 17% consideram regular e 16%, ruim ou péssima. 

Entre os funcionários, 50% vê como ótima ou boa, 17% como regular e 23% como ruim ou péssima. Os clientes são os que mais veem prejuízos, com 47% avaliações positivas, 15% medianas e 29% negativas para a vida do trabalhador. 

Racha

Nos últimos anos, os sindicatos patronais e de trabalhadores do comércio travam um debate acalorado sobre a abertura de lojas em feriados, tardes de sábado ou horários estendidos. Os comerciantes querem liberdade para escolher para melhorar a competitividade em relação a shoppings centers, enquanto os funcionários temem a perda de direitos, o desgaste físico e mental e do convívio familiar. O último capítulo foi o fechamento no feriado do Padroeiro de Londrina, que é comemorado na sexta-feira da semana seguinte ao Corpus Christi e, neste ano, caiu na mesma data do Dia dos Namorados, o que teria prejudicado as vendas. 

Crise

Apesar do mau momento vivido pela economia, comerciantes e comerciários são mais otimistas em relação ao próprio emprego do que a população em geral. Entre os patrões, 57% se sente estável no quesito, 30% não se sente e 13%, mais ou menos. Para os empregados, 60% estão confiantes, 33% não estão e 7%, mais ou menos. Para os clientes, 47% acreditam na estabilidade, 46% têm medo e 7%, tanto faz. 

Fábio Galiotto (Reportagem Local)

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