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sábado, 5 de setembro de 2015

RUTH BARBARA STEIDLE ESCREVE PARA O FUTURO



CARTA DA VOVÓ:

Querida família, 

Sonho um dia ter outra vez um telefone fixo em que escutar e falar não sejam uma aventura com infinitas variáveis. Um celular que tenha e mantenha torre. Sonho ter tempo, sonho saber mais de vocês. Dá até sono falar tanto de sonho...  A moda de Educação Ambiental, na região, ta como sarampo, pega com uma facilidade terrível. Bimini está virando um must e a velha cada vez mais velha só dá conta de um terço das coisas que deveria fazer... mas pensando bem até que é legal ter tantos voluntários nos quais podemos testar nossas capacidades de doutrinação... Hoje um pirralho de 10 anos me irritou e diante de toda sua classe eu declarei em alto e bom som que os direitos do idoso são tão respeitáveis como os da criança e que o tutelar nada podia contra alguém de minha idade e que portanto ele estava na eminência de levar uns tabefes se não mudasse de comportamento. Funcionou! Ele não saiu de perto de mim, nos tornamos grandes amigos e na hora de ir para o ônibus o guri me abraçou, beijou e pediu “a benção vovó” ... Amanhã tem mais... Temos encontro marcado com uma tropa de técnicos ambientais lá no lixão... Canseira! Espero muito que vocês estejam bem. O celular do Mané se negou a falar com o meu. Grande abraço! Mama RUTH BARBARA STEIDLE 
COMENTÁRIO:
Sempre que olho para a dona Ruth e o Daniel penso o seguinte: Tem muitas manias e pensamentos de um dentro do outro. Não é a toa que são mãe e filho e estão sempre juntos. Mesma coisa com relação aos netos ( filhos do Daniel) . Aproveito o espaço para confessar uma coisa: não tinha muita simpatia com com a dona Ruth, mas hoje conhecendo ela melhor, posso dizer o contrário. Hoje já brinco com ela e atesto que ela é uma das melhores mulheres que conheço em Rolândia em termos de cidadania. Uma guerreira. Uma patriota. Deus abençoe você dona Ruth e sua amada família. Uma grande mãe e vó. Ela fica brava comigo quando ensino os netos a fazerem bagunça. Aí eu olho para ela e a vejo como uma professora rígida inglesa. ( mesmo sabendo que  ela é alemã). O Daniel também abana a cabeça para mim quando faço bagunça com os meninos. Talvez ela pensa assim: "este farrina vai estragar a educação que eu dei para os meus filhos.. Perdão Daniel e Ruth... É o meu jeito... A maior bagunça que fiz com eles foi uma guerra de travesseiro enquanto assistíamos a um filme no Cine Paiolzão. O filme estava chato e eu não aguentei ficar muito tempo quieto. O Endy  olhava para o pai e quando ele não estava olhando devolvia o travesseiro. O outro menino só ria, mas com vontade de entrar na brincadeira. JOSÉ CARLOS FARINA



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