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sexta-feira, 29 de abril de 2016

REMÉDIO CASEIRO "GARRAFADA" MATA MENINA DE 10 ANOS


Seria um  ritual de magia negra??


Teresina - Uma menina de 10 anos morreu ontem em Teresina (PI), com suspeita de intoxicação e marcas de torturas. Segundo o Conselho Tutelar de Teresina, ela pode ter sido vítima de possível ritual de magia negra. Além da morte da garota, o conselho investiga denúncias de torturas de outras crianças em rituais religiosos. São cerca de 20 casos no total, que vieram à tona após a internação da menina, diz o órgão.
Ela tinha dado entrada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) havia 15 dias em coma profundo, com a cabeça raspada e lesões pelo corpo, a maioria com cicatrizes em forma de cruz. O Conselho Tutelar recebeu a informação de que a garota participou de um "ritual de purificação" em um terreiro no povoado Flor do Campo, na zona rural de Timon, no Maranhão.
O médico Gilberto Albuquerque, que atendeu a garota, informou que a paciente apresentava sinais de intoxicação, estava desnutrida e com insuficiência renal. Tinha ainda várias lesões nos braços, tórax e pernas com sinais de cicatrizes, maus-tratos e envenenamento. A menina passou 15 dias internada no hospital e morreu na manhã de ontem de falência múltipla dos órgãos.
O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para passar por autópsia e o resultado será enviado para a Polícia Civil. A Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente abriu inquérito e apura as causas do crime.
A conselheira tutelar Socorro Arraes, que ouviu o depoimento da mãe, informou que a criança bebeu uma "garrafada", uma mistura de remédio caseiro. O líquido foi encaminhado ao laboratório para a substância ser analisada. O resultado ainda não saiu. "O relato da mãe é que a menina participou de ritual de purificação e teria pago R$ 500 para curar a filha de uma asma. Ela teria dado um lambedor, uma espécie de garrafada, com folha de manga e açúcar." A Polícia Civil solicitou exames toxicológicos e de lesão corporal e apura ainda se houve abuso sexual contra a vítima. A mãe da menina não falou com a imprensa após o depoimento ao Conselho Tutelar.

Yala Sena e Fernanda Athas
Folhapress

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