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terça-feira, 5 de julho de 2016

ÍNDIOS KAIGANGS DIZEM QUE SÃO OS VERDADEIROS PIONEIROS DE LONDRINA

05/07/2016 18:07
Kaingangs fazem manifesto no Museu Histórico de Londrina afirmando a sua presença anterior a dos brancos na região 


(Foto: Divulgação) 

Os Kaingang, da Terra Indígena Apucaraninha, acompanhados por vários líderes da comunidade indígena, vieram ao Museu Histórico de Londrina para um manifesto. Em cerimônia especial, na entrada da Exposição Histórica do Museu, onde faz alusão aos povos originários da região, cobriram o painel de apresentação desse espaço com um pano preto, onde está escrito “…essa terra era vazia de gente…” e escreveram em português e em kaingang “Falaram que aqui era um deserto, mas estamos vivos e estamos aqui”. 



(Foto: Divulgação) 

Tudo isso ocorreu após o Seminário sobre Culturas Indígenas e Patrimônios Museológicos no Norte do Paraná que aconteceu de 27 a 30 de junho no Museu Histórico de Londrina, reunindo indígenas, pesquisadores, professores, estudantes e técnicos culturais, e que teve o objetivo de aprofundar e disseminar conhecimentos acerca dos acervos e narrativas sobre culturas indígenas conservados nos museus da Região de Londrina. Para a professora Regina Célia Alegro, curadora do Museu, o gesto indígena é um alerta, um pedido de reconhecimento e inserção mais efetiva dos povos indígenas nas narrativas do Museu, por eles terem chegado à essa região bem antes do século XX e aqui permanecerem até os dias atuais. Para ela isso não significa negar a experiência daqueles que reocuparam a região norte do Paraná, os “colonizadores”, mas sim, enriquecer a memória no espaço do Museu, valorizando a diversidade de experiências vividas na região. 

O Museu Histórico acolheu o pedido e o painel que faz alusão à presença indígena será refeito. Outras ações também serão desenvolvidas em parceria com a comunidade indígena do Apucaraninha e o Centro de Memória e Cultura Kaingang. Por exemplo, jovens kaingang estagiarão no Museu para conhecer técnicas de organização e conservação de documentos, especialmente de fotografias. E ajudarão o Museu a ampliar a sua coleção sobre a Terra Indígena do Apucaraninha. 

da assessoria de imprensa

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