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domingo, 7 de outubro de 2018

ROLÂNDIA: 50 ANOS DE ESCOLA ROLAND

 O SENTIMENTO DE GRATIDÃO
Será que quando no dia em que a Escola Roland completar 100 anos, vão lembrar sobre o passado desta escola? Vivemos a era da falta de memória e da descontinuidade... Há mais de 80 anos o escritor e Nobel de literatura inglês, John Galsworthy (1876 – 1933) escreveu: "A sociedade moderna, na qual um acontecimento caça o outro e uma sensação substitui a outra, não tem uma boa memória”. 
Vivemos tempos da memória artificial de computador, onde cada vez mais dados são processados e armazenados em tempo recorde nalgum chip ou numa nuvem cibernética. Grande parte de nossa memória concreta do País recentemente pegou fogo no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Museus aqui são pouco visitados e para muita gente somente depósitos de velharias...
Sobre a história da Escola Roland tem fotos e lembranças espalhadas dos professores e ex-alunos. No antigo casarão de madeira do meu avó, o fundador da Escola Roland, apelidado de Tio João, muitas cartas e documentos guardam grande parte da memória da nossa aniversariante. O Tio João gostava de escrever. Ele virava e revirava cada frase. Fazia esboços e os lia para interessados e não interessados. Havia a busca do ideal. Mas depois de um ideal já vinha outro e outro ideal e assim se amontoavam papéis e preciosas lições. 
A Escola Roland para o Tio João era tudo, uma grande paixão. E essa paixão ascendeu muitas outras paixões. As pessoas se doavam, pais passaram a adotar os alunos como se fossem seus filhos, davam aula e brincavam. Nesta grande bagunça direção, professores, pais, alunos e amigos formavam uma grande família. Algumas crianças queriam que as férias logo acabassem para poder voltar a Escola Roland que era a extensão do lar. A palavra inclusão ainda não era moda, aprendia-se a conviver naturalmente com as diferenças. Na Escola Roland nasceram lembranças e amizades para o resto da vida. 
Quando olhamos para o Mundo atual dá uma saudade daqueles tempos... Pelo jeito estamos ficando velhos, saudosistas ou até um pouco pessimistas... O antigo teve que dar lugar ao novo. Rapidamente os celulares e muitas outras tecnologias e modas do momento tomaram conta... Ah, mas na época também havia o rock n’roll, as calças jeans e os cabelos compridos. Sim, rebeldia e inovações fazem parte da evolução humana, mas nunca a existência humana foi tão líquida, passageira, superficial e ameaçada. 
A massificação simplesmente tomou conta de tudo, assim como a pressa e a baixa durabilidade das coisas e de nossas relações. O certo e o errado parecem se confundir. Clama-se pela volta da ordem e até o uso da força bruta para dar um jeito nas coisas. O desligamento, a ganância e o egocentrismo, no entanto, se alastram em todos os setores. A “educação” procura dar respostas, mas se vê pressionada pelo momento econômico e global que vivemos. 
O Brasil, como Nação mais rica do Mundo, continua tentando tirar seu atraso, porém está se comprometendo cada vez mais. Ta certo, que muitas conquistas aconteceram. Famílias subiram de vida e tem o orgulho de ver seus filhos em universidades e posições de destaque. Mesmo assim o ambiente parece cada vez mais complicado. Nestes momentos de angústias, dúvidas e desafios podem valer, mais do que diamantes, os velhos livros empoeirados e com páginas amareladas pelo tempo. Descobre-se, admirado, muitas respostas em obras que nunca morrem... 
Que possamos juntos comemorar ainda mais estes 50 anos da Escola Roland, já pensando no aniversário dos 100 anos desta escola. Mesmo se talvez fisicamente não vamos mais estar presentes, podemos aproveitar este feliz encontro de hoje para planejar um resgate e a reunião de lembranças, fotos, documentos, sonhos e idéias dos 50 anos da Escola Roland, guardadas num grande livro, ou em vários livros. Que as próximas gerações pudessem se sentir animadas a continuarem esta obra e a manter viva a essência desta escola: O SENTIMENTO DE GRATIDÃO. Obrigado! (D.S. 06-10-2018). DANIEL STEIDLE

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