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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Paulo Briguet renuncia ao cargo de conselheiro da Cultura em Londrina

CARTA DE RENÚNCIA AO CONSELHO DE CULTURA

“O verdadeiro perigo para o escritor não é bem a possibilidade (e muitas vezes a certeza) de perseguição por parte do Estado: é a possibilidade de se encontrar enfeitiçado pelas qualidades desse mesmo Estado, as quais, monstruosas ou progressistas, são sempre temporárias.”

A leitura da frase acima, pronunciada pelo poeta russo Joseph Brodsky em 1987, ao receber o Prêmio Nobel de Literatura, foi a gota d’água para que eu decidisse renunciar à vaga de conselheiro municipal de Cultura, que vinha ocupando desde agosto do ano passado. Não vejo razão nenhuma para continuar fazendo parte de uma instituição na qual não acredito e onde não encontro esperança alguma de modificação em benefício da cultura ou do povo de minha cidade.

Renuncio ao Conselho de Cultura porque não acredito nessa forma de representação fundamentalmente corporativista, que se prende aos interesses de grupos específicos e não aos anseios da população em sua riquíssima variedade.

Renuncio ao Conselho de Cultura porque não aceito que produtores culturais tomem decisões sobre recursos públicos que eles mesmos ou seus grupos vão utilizar.

Renuncio ao Conselho de Cultura porque a palavra “conselho”, não apenas na área cultural mas em todos os setores, aproxima-se atualmente muito mais da acepção russa (soviete) do que do conceito bíblico relativo a um dos dons do Espírito Santo.

Renuncio ao Conselho de Cultura para não ser considerado cúmplice de uma “ditadura dos conselhos” que os partidos de esquerda desejam ver implantada no Brasil.

Renuncio ao Conselho de Cultura porque não desejo ser mais “sparring” conservador em disputas políticas hegemonicamente dominadas por militantes esquerdistas.

Renuncio ao Conselho de Cultura porque não concordo com a recente alteração da planta de valores do IPTU, que representou uma verdadeira afronta ao cidadão comum londrinense, e por acreditar que o poder público deve reduzir o financiamento cultural àquelas atividades artísticas de caráter social e educacional mais evidente, deixando a maioria delas a cargo da livre iniciativa.

Renuncio ao Conselho de Cultura exatamente por reconhecer o papel fundamental da cultura no processo civilizatório. Como escritor e jornalista, terei uma contribuição muito maior a dar na defesa de nosso patrimônio cultural. Com meus livros, minhas crônicas e minhas palestras sobre clássicos da literatura, estarei fazendo muito mais pela cultura da cidade do que ao participar de algumas reuniões burocráticas.

“Não posso fazer parte de um clube que me aceite como sócio”, dizia Groucho Marx, o melhor Marx. Agradeço a todos aqueles que me apoiaram durante os últimos seis meses, mas para mim já deu. Um dos meus objetivos agora será lutar, com as armas da palavra, pela extinção ou completa reformulação do Conselho Municipal de Política Cultural. (O problema, por sinal, começa pelo nome: onde reina a política, a cultura se transforma em instrumento do poder.)

Peço desculpas por alguma palavra mais dura.

— Paulo Briguet, 19 de fevereiro de 2018.

SEM TERRAS INVADEM PRAÇA PEDÁGIO ARAPONGAS VIAPAR 19/02/2018

G1 GLOBO PR

Contra a reforma da Previdência, MST libera cancelas da praça de pedágio de Arapongas


Movimento ocupou a praça de pedágio de Arapongas, na BR-369, das 10h às 14h. Polícia afirma que 300 pessoas participaram do protesto. Movimento diz que foram 700.

Por G1 PR, em Londrina

19/02/2018



Manifestantes liberaram as cancelas de cobrança na praça de pedágio de Arapongas (Foto: Divulgação/PRF)

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizam uma manifestação na rodovia BR-369, na praça de pedágio de Arapongas, no norte do Paraná, nesta segunda-feira (19).

De acordo com o movimento, cerca de 700 trabalhadores rurais protestaram contra a reforma da Previdência. Os manifestantes liberaram as cancelas de cobrança do pedágio por volta das 10h e foram embora do local às 14h.

Equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanharam o protesto. Conforme a polícia, participaram da manifestação cerca de 300 pessoas.

A votação da reforma da Previdência na Câmara estava prevista para esta semana, mas com a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, o Congressso não pode votar nenhuma alteração na Constituição.

Integrantes do MST ocuparam a praça de pedágio de Arapongas em protesto contra a Reforma da Previdência (Foto: Divulgação/PRF)

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COMENTÁRIO:
Não ficamos sabendo se a concessionária Viapar solicitou alguma providência judicial contra os invasores.
O policiamento presente apenas ficou na espreita, não usando de nenhum ato de repreensão ou prisões.
FARINA