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ROLANDENSES FAMOSOS

RAFAEL SILVA


HEBERT BARTZ



JOÃO LOPES




ELIFAS ANDREATO



MARI


WILLIAN JOGADOR DE FUTEBOL



VANESSA CAVALIN



DANIEL STEIDLE



MURILO ARMACOLO


CAIO KOCK-WESER



PATRICIA MARTINS DO ROUGE

Maria Aparecida da Silva (CIDA)





ELias ANDREATO - ATOR E DIRETOR DE TEATRO, TV E CINEMA.

ARLINDO ARMACOLO DO MUSEU DE CERA












FOTO BY PREFEITURA ROLANDIA




















FOTO BU DANIEL STEIDLE


LEIA MAIS:

HERBERT BARTZ
Um dos pioneiros no emprego do Plantio Direto no Brasil é o produtor Herbert Bartz, de Rolandia, Norte do Parana. Em 1971, Bartz viajou à Europa e Estados Unidos e trouxe maquinas com as quais podia-se plantar sobre a palha da safra de trigo para o plantio de soja e iniciar o cultivo de suas lavouras pelo sistema Plantio Direto. O plantio direto aplicado adotado em sua propriedade, a Fazenda Renania, deu ótimos resultados de ordem econômica e social. Ali o sistema de PD mostrou que contribui fortemente para viabilizar a pequena propriedade rural; pela economia no cultivo de varias culturas, melhoria da produtividade e rentabilidade das lavouras. Na Inglaterra, o plantio direto ja era usado no cultivo de cevada, trigo e aveia; nos Estados Unidos, empregava-se o mitodo ha dez anos, mas em ambos os casos com uso de muitos herbicidas. No Brasil, em 1975, o IAPAR incluma o PD entre seus objetos de pesquisa; em 1976 a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em sua unidade de Passo Fundo, RS (Embrapa-Trigo) também comegou a trabalhar com o plantio direto, e confirmou cientificamente a eficiência do PD. O agricultor Herbert Bartz concorda com os pesquisadores quando eles garantem que o PD transcende o aspecto econômico, e destaca os aspectos ambiental (dispensa o uso de produtos qummicos como herbicidas) e social (torna viavel a pequena propriedade). Além disso, segundo Bartz, no campo econômico, sobressaem-se a menor aplicação e, portanto, menos gastos em defensivos qummicos (menos agressão ao meio ambiente), em uso de maquinas e combustmveis.Hoje, calcula Bartz, o custo de produção da soja no plantio direto no Brasil é metade do custo no Estados Unidos.

José carlos Farina - 29/06/2007

MARI
MARY
A jogadora de volei Mari da selação brasileira. Ela foi colega de minhas filhas no Grupo Siloé da Igreja Cristianismo Decidido de Rolândia. Filha da Guizela e do Army.

José carlos Farina - 29/06/2007

ELIFAS ANDREATO
o MAIS FAMOSO ARTISTA GRÁFICO PRODUTOR DE CAPAS DE DISCOS E CDs. DO BRASIL. TRABALHA PRA CHICO BUARQUE, CAETANO, BOLDRIN E OUTROS.

José carlos Farina - 29/06/2007

HEBERT BARTZ
FIZ UMA PESQUISA NO GOOGLE E ENCONTREI CERCA DE 90 SITES RELACIONANDO O NOME DE HERBERT AO INICIO DO PLANTIO DIRETO NO BRASIL E NA AMERICA DO SUL.

José carlos Farina - 29/06/2007

JOÃO LOPES
BICHO DO PARANÁ NASCEU EM CALIFORNIA-PR. MAIS VIVEU TODA A INFANCIA E JUVENTUDE AQUI EM ROLÂNDIA.

José carlos Farina - 29/06/2007

Caio Koch-Weser
Ele nasceu e cresceu nos cafezais de Rolândia-Paraná. Fazenda Janeta. Sua familia chegou ao Brasil em 1933, fugindo da perseguição nazista. O avô Erich foi vice-kanzler durante a república de Weimar, pouco antes da ascensão de Hitler. Formado em economia e sociologia na Alemanha, Caio Koch-Weser pertence aos quadros do Banco Mundial desde 1973 tendo sido assessor do mais famoso dos presidentes desta Instituição, Robert MacNamara. Tornou-se diretor e desde 1991 um dos vice-presidentes do banco, até ser chamado para assumir o cargo de vice-ministro de finanças da Alemanha, recentemente.. Responsável pela política financeira internacional e cambial, Caio tem uma difícil tarefa no momento econômico mais delicado da história da Alemanha pós-guerra.
Aos 55 anos, casado e pais de três filhos, Caio Koch-Weser é o braço direito do ministro Eichel que substituiu Lafontaine, o vermelho, e timoneia o maior corte de orçamento de que se tem notícias no País: 30 bilhões de marcos, quase 20 bilhões de dólares.. Caio é agora candidato ao cargo de chefe do FMI substituindo o francês Michel Camdessus.

José carlos Farina - 29/06/2007

Patrícia Lissa Kashiwaba Martins
Patrícia Lissa Kashiwaba Martins, do grupo Rouge. Data e local de nascimento: 29 de Março de 1984, em Sertanópolis-PR., mas viveu toda a infância em Rolândia, ali próximo a Igreja Matriz.

José carlos Farina - 29/06/2007

WILLIAN
WILLIAN JOGADOR DO SANTOS, nasceu e viveu toda a sua infancia e juventude em Rolândia, filho do ex-jogador Torinha.

PELÉ MORREU

EDSON ARANTES DO NASCIMENTO (Pelé), 82 anos.

O REI DE FUTEBOL 

Nasceu em 23/10/1940 em 3 Corações-Mg. e faleceu hoje 29/12/2022.
Faleceu nesta quinta-feira (29). Obteve três títulos de Copa do Mundo com a Seleção e inúmeros campeonatos com o Santos. deixa um legado insuperável. Um talento reconhecido em todo o mundo. Atleta disciplinado e respeitoso com os adversários. O mundo inteiro chora a sua morte. os nossos sentimentos aos familiares, amigos e a todos os fãs do Rei do futebol neste momento.
ao longo de 18 anos jogando pelo Santos, o Rei marcou 1091 gols em 1116 jogos. Somado a outras camisas, sobretudo da seleção, Pelé atingiu um total de 1.282 gols em 1.363 jogos.
Em sua carreira no Santos, entre 1956 a 1974, ele ajudou o clube a conquistar dez títulos estaduais e seis campeonatos nacionais (Taça Brasil e Torneio Robertão), além de duas Copas Libertadores e dois Mundiais de Clubes, em 1962 e 1963.
Pelé foi casado com a Sra. Rosemeiri dos Reis Cholbi  (1966 e 1980). O casal teve três filhos: Kelly Cristina, Jennifer e Edinho.
Em 1994 se casou  com Assíria Nascimento e tiveram 2 filhos gêmeos, Joshua e Celeste. O casal se separou em 2008.
Em 2016 casou com a empresária Márcia Cibele Aoki, com quem namorava desde 2010.
O jogador teve duas filhas fora do casamento, Sandra Regina Machado, que faleceu em 2006, e Flávia Kutz. Ambas só conseguiram reconhecimento da paternidade através dos tribunais.

VELÓRIO VILA BELMIRO SANTOS


ROLANDENSES NO PROGRAMA ESTÚDIO C DA GLOBO

 PELO QUE ME LEMBRO  FORAM ALVOS DE PROGRAMAS DO "ESTÚDIO C", EU, JOSÉ CARLOS FARINA, ARLINDO ARMACOLO, DANIEL STEIDLE, KARTÓDROMO, A MAIOR COXINHA DO MUNDO E O GRUPO MUSICAL ALEMÃO HOTKAFEN.

AGRADECEMOS A DAIANE PARDIN E TODA A EQUIPE PELA AMIZADE COM ROLÂNDIA.

DEUS ABENÇOE.

SUCESSO.



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MUSEU DE CERA DE ROLANDIA NO PROGRAMA ESTÚDIO C DA GLOBO

 CLIQUE

https://redeglobo.globo.com/rpc/estudio-c/extras-estudio-c/noticia/conheca-o-museu-de-cera-de-rolandia-que-viralizou-nas-redes-sociais-com-suas-esculturas-de-famosos.ghtml ;




MUSEU DE CERA DE ROLÂNDIA NO JORNAL THE GUARDIN DA INGLATERRA

Arlindo Armacolo agora alcançou fama internacional. O autor das agora famosas estátuas de cera de Rolândia saiu um dia destes no jornal britânico The Guardian da Inglaterra. O jornal  tratou do assunto, claro que abrindo a matéria com uma foto da estátua da Rainha Elizabeth II e trazendo também a Princesa Diana.

REMÉDIO CASEIRO PARA ELIMINAR PEDRAS NOS RINS

INGREDIENTES

1 cebola

1 copo de água

MODO DE PREPARO

Corte a cebola e coloque dentro de um copo com água.

Deixe repousando à noite.

Na manhã seguinte, ao se levantar, em jejum, beba esta água.

Retire a cebola antes - é para beber apenas somente a água.

Os resultados são impressionantes: os cálculos (DEPENDENDO DO TAMANHO) se desintegram * e são eliminados *. 

Faça o tratamento por 15 dias.

* DEPENDENDO DO TAMANHO DA PEDRA, É CLARO QUE DEMANDARÁ PROCEDIMENTO CIRURGICO

CANAL FARINA DO YOUTUBE RECEBE ELOGIO

Muito grata pela linda cobertura  desta noite maravilhosa lá no Edifício do Museu de Cera e pela presença. Também por prestigiar e valorizar a nossa cidade, nossa arte e a nossa cultura. Keidma Juliana Arte Vocal.
Resposta:
eu que agradeço o belíssimo espetáculo. Parabéns. Deus abençoe.
Feliz Natal.
CANAL FARINA

FARINA O CAÇADOR DE LENDAS PROGRAMA ESTÚDO C RPC GLOBO

 CLIQUE NO LINK

OU DIGITE NO GOOGLE

ESTÚDIO  C  " O CAÇADOR DE LENDAS "

https://globoplay.globo.com/v/6250638/

GEORG CRAIG SMITH UM DOS PRIMEIROS FUNDADORES DE LONDRINA

RELATO DE GEORG CRAIG SMITH - PIONEIRO DE LONDRINA - 1929
FOI LIDER DA PRIMEIRA CARAVANA EM 1929
AO LADO DE ALEXANDRE RAZGULAEFF ABRIU A PRIMEIRA CLAREIRA PROXIMO A ANDERSON CLAYTON.
ERA AMIGO DE MR. ARTHUR THOMAS E LARIONOFF


1929 – Um empreendimento foi iniciado numa região chamada Patrimônio Três Bocas, hoje Londrina. A partir da chegada da primeira caravana da Companhia de Terras do Norte do Paraná, foi dinamizada a ocupação de terras quase inteiramente cobertas por florestas, habitadas por indígenas e por alguns colonos. “Animais de carga” e homens, primeiramente. Logo em seguida, veículos motorizados e famílias inteiras atravessaram o rio Tibagi e se instalaram aqui na região. Nesta mostra, queremos apresentar um olhar sobre este contexto: o de um jovem que participou da primeira caravana, liderou-a, sendo um efetivo participante da construção da nova comunidade – George Craig Smith. Através de sua câmera, sempre a tiracolo, Smith capturou cenas e personagens selecionados por um olhar que, a todo momento, registrava o confronto entre uma vida urbana e social e a rusticidade de um espaço a ser domesticado. Imponentes florestas a serem derrubadas, animais a serem dominados em meio a vestes imaculadamente brancas... tudo num esforço para imprimir a urbanidade na rusticidade da vida no “meio do mato”. Assuntos e situações corriqueiras... O infortúnio de um atoleiro, as risadas das mocinhas com suas luvinhas brancas, um mergulho no rio, trabalhadores, compradores de terras... Os momentos congelados nos possibilitam observar gestos, feições e, assim, sentimo-nos mais íntimos de tempos que não podem ser reconstituídos, pois que deles temos somente fragmentos, registros furtivos, mas a partir dos quais nos reconhecemos e estranhamos. E, entre afirmação e negação, vamos construindo nossa identidade. Londrina tem o privilégio que poucas cidades possuem: o de conhecer seus primeiros passos e acompanhar sua trajetória. Aqui temos a satisfação de apresentar um dos seus primeiros testemunhos, O OLHAR DE GEORGE CRAIG SMITH

ROLÂNDIA: ESCOLA PEDE SOCORRO AO PREFEITO E VEREADORES

SR. FARINA:
Essa é a estrutura do telhado da escola Monteiro Lobato. olha o perigo que corremos. tem que verificar o telhado da escola inteira. conversei com a diretora Vanessa a respeito e ela falou que ñ faz outra coisa a ñ ser pedir pra virem arrumar. cada dia eles dão uma nova data e ñ vem. mandei mensagem pro cobra, pro Maurício promoção, até pro Luiz Polvani e nada até agora, ñ falam quando vão resolver. 
 obrigado por postar , pq ninguém ligou, só o sr. publicou. Deus o abençoe.
R.....
resposta:
Atenção prefeitura!. trata-se de uma escola. prioridade total.
José Carlos Farina












































CARNE ASSADA ROLÂNDIA HOJE

 LINK.: 

https://youtube.com/shorts/RjL2nlThZ88?feature=share

domingo, 13 de novembro de 2022

VIDA NA ROÇA NORTE DO PARANÁ DÉCADAS DE 40 a 70

Por Ana Claudia Silva ALMEIDA

A pequena propriedade estava pautada na dinâmica do complexo rural. Todas as atividades eram internalizadas na propriedade, a residência, a produção de subsistência, eventual venda de excedentes e o produto para comercialização (café). 
De acordo com relatos de Prado (2009), na propriedade havia os animais, como as aves, que forneciam os ovos e a carne; os suínos, que forneciam a banha e a carne; o gado bovino, que fornecia o leite e a carne; e os equinos, que serviam de meio de transporte e para o trabalho na lavoura. 
Eram cultivados verduras e legumes nas hortas, lembrando que na colonização todos os lotes tinham acesso à água, ou seja, não havia problema quanto a esse recurso. Existiam as plantações de arroz, feijão, milho, trigo, batata, cebola, alho, mandioca, amendoim, inhame, dentre outros produtos.
 As frutas eram fartas, em razão da existência dos pomares. Os produtos industrializados, ainda segundo a entrevistada, eram adquiridos, geralmente, em vendas, (pequeno estabelecimento comercial localizado nos patrimônios, que atendia às necessidades comerciais da população rural, possuía o mesmo porte das mercearias atuais) tais como açúcar, apesar de alguns produtores fabricarem o melado a partir da cana-de-açúcar, macarrão, sal e algumas peças de vestuário. As compras realizadas nesses estabelecimentos, as vendas, não eram à vista. O pioneiro Romualdo Borsari relata que: “As pessoas tinham o compromisso de pagar em dia. Eu podia vender e deixar que me pagassem em até um ano. Não tinha erro, todo mundo pagava, era uma época de fartura. Um tempo para fazer muito dinheiro” (citação extraída do caderno de suplemento especial do Jornal O diário, em comemoração aos 58 anos de Marialva). 
As peças de vestuário adquiridas eram poucas, pois segundo Silva (2010) havia o hábito de repassar as peças dos filhos maiores para os menores. Naquela época, a existência de energia elétrica no campo era mínima. 
Porém, isso não era problema, e sim uma vantagem, pois diminuíam os gastos na residência. As carnes eram facilmente armazenadas como alternativas à refrigeração, como o caso das carnes salgadas, defumadas e as famosas “carnes de porco na gordura”, procedimento feito com a carne suína, a qual era frita e conservada (imersa) na gordura durante vários meses. Essa técnica proporcionava à carne um gosto bem característico, porém não muito saudável em virtude do valor calórico. Além disso, havia a prática entre os vizinhos e amigos da repartição da carne. Na verdade, quando uma família abatia um animal, a carne era dividida entre os familiares e amigos, nas palavras da entrevistada Silva (2009) “era costume mandar uma ‘provinha’ para cada vizinho e para os amigos que moravam mais distantes”. 
Os peixes não AS CARACTERÍSTICAS DA VIDA NO CAMPO... eram armazenados em razão da grande quantidade existente nos rios na época, isso garantia que em toda pesca, a captura do peixe era certa. 
O trigo colhido na propriedade era levado até à cidade, nos moinhos, onde o produto era transformado em farinha, que de volta à propriedade era utilizada na fabricação de pães e algumas vezes em macarrão. 
É importante lembrar que não havia fogão a gás naquela época; logo, os pães eram assados em grandes fornos a lenha, assim como a comida era preparada nos fogões a lenha. Estes serviam, inclusive, para aquecer o ambiente em época de frio rigoroso. Silva (2010) relata que era obrigação das crianças e jovens buscarem lenhas para abastecer os fogões e fornos, “todo dia à tarde tínhamos que ‘apanhar’ lenha, tinha um lugar só para guardar, pois nos dias de chuva tinha que ter lenha seca”. 
Com a mandioca era feita a farinha e o polvilho, com o amendoim era feito o tradicional doce denominado “pé de moleque”. Além disso, de acordo com o entrevistado Oliveira (2009), havia um ciclo interessante do café nas propriedades: ele era cultivado, colhido, torrado, moído e consumido dentro desse espaço. 
Nas propriedades maiores este produto era a base econômica. Em algumas propriedades havia energia elétrica, produzida por geradores, no entanto, essa comodidade na época estava restrita às grandes propriedades. É válido lembrar, também, que somente a casa do proprietário era abastecida pela energia, ficando as casas dos colonos desprovidas desse benefício. Isso é narrado nas palavras de Silva (2009): “meu marido sempre lembra que quando tinha jogo do Brasil todo mundo ía para a casa do patrão para assistir, porque ninguém tinha televisão em casa, tinha só rádio a pilha ou bateria”. Importante esclarecer que o termo colono nesse contexto é aquele que trabalha em uma grande propriedade, juntamente com sua família, e mora em uma área destinada as residências da propriedade, a chamada Colônia. Ele não é o proprietário da terra. 
Em outras regiões do Paraná, no caso do sudoeste fruto da colonização sulista, o termo refere-se ao pequeno proprietário. A iluminação era feita por lamparinas de querosene, o que resultava em um teto (residência) todo escuro em virtude da fumaça liberada pelo produto. A entrevistada Silva (2010) cita que na época “as casas não eram forradas, então toda a fumaça liberada pela lamparina parava nas telhas, e elas ficavam todas bem pretas”. 
Quando havia transmissões importantes na TV, como os jogos da copa, os moradores se reuniam na casa do “patrão” para acompanharem. Segundo comentários da entrevistada Silva (2009), somente os proprietários de posses possuíam aparelhos eletrônicos, tais como a televisão. Depois de alguns anos esse aparelho foi se popularizando, todavia as famílias assistiam muito pouco, apenas em alguns momentos do dia, sobretudo no horário dos telejornais. Isso acontecia por haver dificuldade em recarregar a fonte de energia do aparelho, a bateria. 
A carga do aparelho durava conforme a quantidade de uso, em média, conforme Silva (2009), sete dias, mas a recarga era difícil, já que era feita nas cidades, e o transporte do objeto (bateria) era complicado em virtude do peso, do meio de transporte utilizado e das condições do aparelho. 
As crianças não precisavam deslocar-se às cidades para frequentarem as escolas, uma vez que havia vários estabelecimentos de ensino no espaço rural em virtude da grande quantidade de crianças em idade escolar residindo nessas localidades. Inclusive, os professores também residiam no campo, muitas vezes era a filha do grande proprietário, que com os recursos do pai conseguiu concluir o curso de Magistério na cidade. 
Os materiais escolares não eram levados em mochilas, comum nos dias atuais, e sim nos chamados embornais, feitos em casa com retalhos de tecido, principalmente o jeans. A confecção desse produto era feito pelas mães, pois era comum toda dona de casa ter uma máquina de costura. Os materiais escolares utilizados pelos alunos naquela época, de acordo com Silva (2009), eram oferecidos pelo governo. 
É interessante lembrar que não havia transporte público nem particular para levar essas crianças à escola. 
O percurso era feito a pé ou no lombo de animais. Entretanto, as crianças só tinham acesso ao primário (atual Ensino Fundamental I), pois o ginásio (atual Ensino Fundamental II) só era ofertado no espaço urbano. Dessa forma, os alunos que residiam até cerca de 10 km da cidade conseguiam frequentar a escola, com a utilização de bicicletas ou até mesmo a pé. As crianças que residiam a uma distância maior ficavam impossibilitadas, haja vista a dificuldade no translado casa - escola. 
O mais curioso é que as pessoas que viveram essa realidade escolar recordam com alegria e saudade dessa época. Também é importante frisar que muitos alunos conseguiram vencer as dificuldades e tornaram-se bacharéis em diferentes áreas. 
Desde cedo as crianças ajudavam nas atividades das propriedades. Geralmente eram tarefas das crianças tratar de animais, tais como porcos e galinhas, buscar água nas minas (não havia água encanada na época), apartar os bezerros (no final da tarde, os bezerros eram presos no curral, separados da mãe para que não mamassem, possibilitando acumular leite para ser retirado no outro dia de manhã, ou seja, realizar a ordenha), apanhar lenhas para o abastecimento do fogão, levar merenda na roça (merenda era o lanche da tarde; utilizavam o termo roça para designarem a lavoura), dentre outras. Os filhos mais velhos ajudavam os pais na lavoura, inclusive as moças, ficando uma delas responsável pelos afazeres domésticos e o cuidado com os irmãos menores, já que a mãe também se ocupava com o trabalho na lavoura. 
Sobre isso Silva (2010) relata: “eu chegava da escola e tinha que fazer todo o serviço da casa, AS CARACTERÍSTICAS DA VIDA NO CAMPO...  cuidar dos meus irmãos menores, fazer comida para que tudo estivesse em ordem quando minha mãe chegasse da roça, eu era a mais velha, então era minha obrigação cuidar da casa enquanto minha mãe trabalhava”. A independência da população quanto ao espaço urbano também era percebida na saúde. Muitos “males”, segundo Prado (2009), eram tratados em casa, com a utilização de medicamentos caseiros. 
A população rural confiava muito na cura de enfermidades e problemas às “benzedeiras”, que faziam orações, ensinavam remédios, chás e banhos feitos de ervas e raízes. As mulheres não tinham o hábito, e nem condições, de terem seus filhos nos hospitais, e os partos eram realizados por parteiras, estas eram mulheres que auxiliavam as gestantes na hora do parto, com conhecimento sobre o assunto, e cobravam pelo serviço prestado, configurando-se como uma profissão na época. 
Quando uma mulher tinha um filho, pondera Prado (2009), as vizinhas logo se prontificavam a realizarem os serviços domésticos para a recém-mãe. Nas visitas ao bebê, os presentes eram bem diferentes dos levados atualmente. Ao invés de roupinhas e brinquedos, eram levadas, muitas vezes, galinhas e frangas para fazer a comida da mãe durante a dieta, a famosa “canja de galinha”, acreditavam que este prato era muito importante para a recuperação e fortalecimento da mãe. Todas as mulheres “guardavam” rigorosamente a dieta dos 40 dias após o parto, pois de acordo com Silva (2009), os problemas adquiridos na dieta só se curavam com a próxima dieta. 
A população rural possuía algumas formas simples e peculiares de se divertir. Os homens gostavam de futebol, tinham times amadores e havia muitos campos destinados a esse esporte em sítios maiores, particularmente nos quais haviam colônias. Um fato curioso estava na localização dos campos de futebol, os quais eram improvisados em pastos, e muitas vezes não apresentavam uma declividade propícia para o esporte. 
Em consonância com Oliveira (2009), após as partidas ao invés de se dirigirem aos vestiários, o destino era outro, pois na época os chuveiros eram os riachos próximos aos campos. 
Os homens também tinham o hábito de frequentar as vendas no final da tarde, muitas vezes somente para bater um papo e colocar “a prosa” em dia, como diziam à época. Raramente os pais chegavam com um doce para os filhos em casa; quando o faziam, era motivo de muita alegria. Silva (2010) diz que esses doces eram principalmente, “paçoquinha”, suspiro e balas. As festas dos padroeiros das comunidades eram verdadeiros acontecimentos, e reuniam muitas pessoas, inclusive de outras comunidades. 
Nesta época a maior parte da população era católica, o que fazia com que grande parte das famílias participasse dessas festas. O número de adeptos da religião evangélica era pequeno. Havia muitos bailes, os ditos “arrasta-pés”, que reuniam pessoas de todas as idades; esses eventos ocorriam, geralmente, no final da colheita, quando a tulha (local onde o café era armazenado, ou depósito dos produtos da propriedade já estava vazia, pois esses espaços transformavam-se em ambientes para a dança). 
Os casamentos não eram realizados em salões, e sim em barracas montadas nos terreiros da casa do noivo ou da noiva, e o cardápio ficava por conta das mulheres da família. As pessoas tinham o hábito de visitar seus vizinhos à noite, geralmente em noites em que o brilho da lua facilitava a visualização do caminho, aproveitavam este momento para contar histórias sobre suas vidas. Importante lembrar que a maior parte da população era proveniente de outros estados, o que proporcionava à região uma diversificação cultural significativa. Os momentos de convivência, de acordo com Silva (2009), proporcionavam trocas de experiências enriquecedoras. 
Todos os anos, durante o mês de maio, aconteciam “a reza do terço”, esta manifestação religiosa ocorria neste mês em homenagem à Virgem Maria. Os moradores católicos se reuniam cada noite na casa de uma família, para juntos rezarem. 
Para receber a imagem em casa, as mulheres cuidavam da limpeza e montavam um belo altar, enfeitado com flores e toalhas bordadas. Segundo Silva (2009), era hábito após o terço servirem um chá para os convidados. Foi relatado, também, que muitos namoros da época começavam nessas ocasiões, porque eram as moças que serviam o chá, e dessa forma, muitos rapazes solteiros aproveitavam a situação para fazerem a corte. 
Após o terço também havia a prática de um leilão, as prendas eram simples, tais como: frango assado, pudim, bolos, vinhos, doces, leitoa assada, dentre outros. Estas prendas eram todas doadas pelos vizinhos, e a renda dessa atividade era toda revertida à Igreja, como forma de colaboração e agradecimento. Ainda de acordo com a entrevistada, havia uma crença na época que os casais que iniciavam o namoro em situações que envolviam religiosidade (casamentos, terços e novenas) teriam seu relacionamento abençoado, e caso chegassem ao enlace matrimonial não haveria separação. 
Ao término do mês de maio e com a finalização da reza do terço nas casas das famílias, havia a entrega das imagens na comunidade, com uma procissão. Segundo Silva (2009), esse acontecimento ocorria no sábado, e no domingo havia a festa do padroeiro, festividade ansiosamente aguardada pelas moças da comunidade, haja vista que era um momento de lazer e oportunidade para interagir com os rapazes. 
É importante lembrar, que de acordo com a entrevistada, havia grande rigor quanto ao contato entre moças e rapazes na época, em virtude das regras impostas pelos pais. A dinâmica existente no espaço rural do Norte do Paraná sofreu modificações com o fim do ciclo cafeeiro. As fortes geadas do final dos anos de 1960 e início da década de 1970 
AS CARACTERÍSTICAS DA VIDA NO CAMPO..
foram determinantes para a erradicação de extensas áreas de cafezais. As lavouras de café do Estado já haviam passado por fortes geadas em 1953 e 1955, no entanto, a geada de 1975 foi o golpe final para os cafezais e para os produtores que ainda resistiam. Em menos de uma década o “mar de café” presente no Norte do Paraná perdeu totalmente suas forças. 
Era o fim de um ciclo, com mudanças econômicas e sociais para o espaço norte paranaense. Estas mudanças não foram imediatas, já que as características da vida no campo permitiram que a população rural resistisse anos após o fim do ciclo cafeeiro. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS O Norte do Paraná foi colonizado, em especial o Norte Novo, pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, a empresa foi responsável por todos os detalhes da colonização. Foi estabelecido, assim, o tamanho dos lotes, a disposição dos mesmos, a criação e função econômica a ser exercida pelas cidades, e as vias de circulação do espaço. Todo este processo se desenvolveu utilizando o café como produto econômico base para as propriedades que surgiam. 
Esta atividade influenciou fortemente o desenvolvimento da região, tornando-a umas das mais dinâmicas em crescimento na época. A atividade cafeeira conferiu à Região Norte características peculiares quanto a organização espacial, uma vez que a estrutura fundiária era, em sua grande maioria, composta por pequenas porções produtivas. Isso fez com que a ocupação da área se desse de forma mais rápida e dinâmica, haja vista o maior número de pessoas envolvidas com as atividades rurais. 
Além disso, as propriedades seguiam a dinâmica do complexo rural, ou seja, todas as atividades eram internalizadas, restando poucas atividades e produtos a serem buscados fora, ou no espaço urbano. Além disso, outra particularidade foi conferida pela cafeicultura à região, referente às características sociais no que tange aos hábitos, costumes e tradições presentes no campo nesta época. 
Todas as particularidades existentes dentro da dinâmica da vida no campo na época mantiveram os produtores anos após o fim do ciclo cafeeiro de 1975, e da entrada do novo modelo agrícola no norte do Estado. 
Realça-se que os produtores rurais não queriam se render, pois além da experiência acumulada com o cultivo do café, também havia a estrutura do lote, a estrutura fundiária, o trabalho familiar não-remunerado, ou seja, muita coisa estava atrelada ao café, não somente no sentido econômico, mas também no sentido cultural e sentimental. 
Nesse contexto, a mudança de cultura implicou em uma transformação direta no cotidiano das pessoas. 
Apesar do período de resistência às mudanças, haja vista as características que permitiram o adiamento, as modificações vieram e transformaram todo o espaço rural do Norte do Paraná. 
As modificações foram além das percebidas na paisagem, pois também afetaram a vida das pessoas, obrigando uma grande massa populacional a mudar hábitos e costumes construídos durante toda uma vida. 
As mudanças econômicas e sociais ocorridas no espaço norte paranaense com o fim do ciclo cafeeiro, foram necessárias para a reorganização deste espaço perante a nova realidade presente na região.

pesquisa by josé carlos farina

SERVIÇO DE LIMPEZA CATAÇÃO DE CAFÉ BENEFICIADO EM CASA

 ANOS 50 A 70

AS MÁQUINAS DE CAFÉ CONTRATAVAM PESSOAS PARA LIMPAR "NA MÃO". TIRAR TORRÕES, GRAVETOS E PEDRAS.

EU, MINHA MÃE E IRMÃOS  TRABALHAMOS NESTE SERVIÇO POR UM TEMPO.

LEVAVAM LÁ EM CASA AS SACARIAS COM CAFÉ SUJO. DEPOIS BUSCAVAM E PAGAVAM.

NA CONFIANÇA.

JOSÉ CARLOS FARINA