Londrina pode enfrentar, na quinta-feira (3), mais um transbordamento do Lago Igapó. O Instituto Tecnológico Simepar prevê cerca de 80 milímetros de chuva para os períodos da tarde e da noite. O volume é próximo ao registrado em outubro de 2011, quando choveu 95 milímetros em 6 horas, e em junho de 2012, com 110 milímetros em 16 horas. Nas duas ocasiões, o lago transbordou.
O meteorologista Reinaldo Kneib, do Simepar, explicou que a possibilidade de alagamentos e de inundações existe pela saturação dos rios e córregos da região. “Já chove há alguns dias e essa água não é absorvida nem pelos rios nem pelos terrenos no entorno. A terra já está saturada de água, por isso fica mais fácil haver transbordamentos”, avaliou.
O professor de Sustentabilidade Ambiental Urbana do Mestrado de Engenharia de Edificações da UEL Fernando Fernandes ressaltou que o volume de chuva previsto para quinta-feira (3) é grande. “Só para imaginar, 80 milímetros de chuva correspondem a 80 litros de água por metro quadrado.”
Para ele, a impermeabilização de grandes áreas da cidade, como a Gleba Palhano, aumenta a possibilidade de alagamento do Igapó. “O plano diretor estabelece 20% de área permeável em qualquer construção ou edificação. Quem fiscaliza isso na Gleba Palhano? Ninguém. Há 15 anos não havia praticamente nada naquela área e a água era absorvida pela terra. Agora tudo é asfalto e concreto e a água da chuva escorre diretamente para o Lago Igapó.”
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da CMTU confirmou que os serviços de capina e de roçagem estão suspensos desde a rescisão do contrato com a Visatec. No entanto, equipes da companhia realizam obras de limpeza e de remoção de resíduos no entorno e nas margens do Lago Igapó.
O JL tentou contato com o secretário municipal de Obras, Sandro Nóbrega, por volta das 10 horas, para checar como está o serviço de limpeza de bueiros na cidade. Ele, porém, não atendeu à ligação. Uma nova tentativa foi feita ao meio-dia, também sem sucesso.