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JOSÉ CARLOS FARINA, BLOGUEIRO E YOUTUBER
segunda-feira, 9 de março de 2015
SESSÃO DA CÂMARA DE VEREADORES DE ROLÂNDIA PROMETE HOJE
O telefone aqui do Blog está até quente. Estão dizendo que o clima vai estar pesado hoje na Câmara municipal. Dizem que tem muito vereador bravo. Fiquei uma semana fora e não estou inteiramente a par do que está acontecendo nos bastidores. Hoje se Deus permitir estarei lá para registrar tudo. Espero entender melhor os motivos. Aguardem. JOSÉ CARLOS FARINA
ROLÂNDIA : BOSQUE DA SAÍDA PARA CAMBÉ DEVERIA SER DESAPROPRIADO
99% dos ambientalistas e biólogos
entendem que uma cidade para ter qualidade de vida precisa de bosques
com muitas árvores para rebater as ondas de calor e umedecer e refrescar
o ar, além é claro de fabricar oxigênio. Se eu fosse prefeito eu
desapropriaria este bosque na saída para Cambé (em frente a Chácara
Rolândia) e o transformaria em em bosque público. Esta área está classificada no Código de zoneamento como "área verde especial". Se no futuro um outro
prefeito quiser plantar um bosque teremos que esperar pelo menos 15
anos para chegarmos perto disso que já temos pronto. No passado, a mais
ou menos 15 anos atrás, a Associação Ecológica de Rolândia conseguiu
"brecar" a derrubada deste bosque. Espero que a resistência continue.
Com a palavra o prefeito, vereadores e o povo em geral. TEXTO e FOTO By JOSÉ CARLOS FARINA.
Dilma dá tiro no próprio pé
Por Alex Antunes
A
inabilidade e descolamento da realidade da presidente Dilma alcançou um
novo patamar neste domingo. Ao fazer um pronunciamento em cadeia de
televisão, rompendo meses de silêncio, conseguiu falar não só tarde
demais como errado demais, tanto no texto quanto no tom. Melhor teria
sido continuar quieta.
Seu jeito é o habitual deslocado e esquisito, que passa por
ventriloquismo, falsidade. Subitamente, depois da campanha eleitoral que
era só otimismo, agora Dilma “descobriu” que são necessárias medidas
econômicas mais duras, pediu confiança e disse que as dificuldades serão
repartidas com justiça. Esse sim seria um ótimo discurso de campanha
(fora o fato de que garantiria sua derrota).
O problema é que esse discurso genérico vem em um momento em que o
psiquismo das massas pressente que pode haver alguma mudança de verdade.
Que as pecinhas do poder – executivo, legislativo e judiciário – não
estão se encaixando nada bem. Que, com um pouco de sorte, alguns
picaretas de plantão podem se derrubar uns aos outros (acontece às
vezes, tipo quando ACM e Jader Barbalho se torpedearam), e que o
joguinho de nervos entre Dilma, o presidente da câmara Eduardo Cunha e o
presidente do senado Renan Calheiros está ficando realmente engraçado.
É evidente que o que está tensionando o cenário é “a lista do Janot”:
o roteiro básico para onde vão se voltar as investigações do Petrolão.
Dilma, presidente da República reeleita, ex-ministra das Minas e Energia
e da Casa Civil, ex-presidente do conselho da Petrobrás, evidentemente
está enfiada até o pescoço nessas tramas, mesmo que não tenha culpa
alguma.
Não caberia de jeito nenhum o tom olímpico e genérico que adotou no
pronunciamento, como se o Brasil não estivesse vindo abaixo. Toda a
habilidade que Lula já teve em não deixar colar as tretas em si, Dilma
parece ter com a chave virada ao contrário. Conseguiu fazer colar nela
mesma o feeling de que é o problema, de que tem a ver com “tudo de ruim
que está aí”. Pior, é como se Lula (esse sim um ser olímpico de verdade)
tivesse passado por duas presidencias deixando várias contas penduradas
– e que agora essas contas todas, de Lula e do PT, podem ser cobradas
de Dilma.
É como se toda a energia social acumulada do lulismo – e isso é muita
energia – entrasse em colapso agora, junto com o projeto político do PT
e tudo. As escolhas de campanha chantagistas, oportunistas e mentirosas
de Dilma, de Lula e do marqueteiro João Santana estão cobrando muito
cedo seu custo – desde o momento em que Dilma foi eleita, na verdade. A
necessidade de aplicar uma espécie de programa econômico
aecista-meia-boca fizeram dela, nas palavras de um amigo meu, aquela
aluna de filmes de patricinha que não é da elite, mas que quer puxar o
saco de quem é, e no fim consegue atrair a antipatia de todo mundo.
Resultado: um panelaço espontâneo durante o próprio pronunciamento,
em mais de dez capitais e no distrito federal, cujo alcance ainda está
sendo medido. É um hábito da esquerda ortodoxa desqualificar as
manifestações que ela mesma não controla: no caso, seriam manifestações
das “varandas gourmet” e, em algumas teorias conspiratórias,
orquestradas pela própria CIA. Já vi gente inteligente (ou que parecia
inteligente até então) postando esse tipo de coisas. Sem comentários.
Foi Dilma que escolheu o dia da Mulher para uma fala inadequada,
indigna de uma presidente em exercício. Não adianta reclamar que é
grosseiro com uma senhora ir à janela chamá-la de “vaca” – Dilma é,
efetivamente, uma senhora, mas essa senhora também é presidente e, assim
como na Copa, continua ditando seu próprio timing inconveniente. Sem
querer, reorganizou toda a lógica entre madames, panelas e o dia da
Mulher.
Dilma achou que a (boa) notícia da lei do feminicídio
ia sustentar todo o resto – sendo que todo o resto é só o país em plena
crise econômica e política. Não sustentou. Agora não resolve nada jogar
a culpa toda no “ódio da direita coxinha” e misógina (por mais que isso
exista). Sem dois dedos de autocrítica, a casa vai cair. Provavelmente
nem há mais tempo para autocrítica.
A pergunta que deveria ser feita é: quando foi que o PT, um partido
que já teve uma forte percepção social, passou a ter refém de
marqueteiro? Essa “quebra” memética tem pouco a ver com razão política, e
mais com as metafísicas do psiquismo. Na verdade o jogo político todo
tem muito menos a ver com razão do que se supõe. Se Lula escorregou como
sabonete molhado pelos períodos difíceis, é porque tinha uma espécie de
procuração psíquica de massas para ir em frente, para acertar algumas
mesmo errando outras.
Já Dilma, neste domingo, fez o que Fernando Collor fez em 1992,
quando pediu para saírem à rua em defesa dele, vestidos nas cores
nacionais e usando fitas verdes e amarelas. Conseguiu inverter a tal
chavinha: transformar todo o entusiasmo que tinha carreado na campanha
eleitoral em repulsa. Passou recibo; coisa que Lula tinha evitado na
“janela do mensalão”, uma ou duas semanas de choque durante as quais
poderia ter sido alvo de um pedido de impeachment – e o PSDB decidiu não
tentar.
Apesar de serem xingadas de “varandas gourmet”, as janelas dos
manifestantes espontâneos em repulsa a Dilma marcam essa virada, em que
Dilma chama para si o papel de principal vilã do condomínio Brasil. O
que nem é exatamente justo – a concorrência é dura e farta. Mas quem
disse que a percepção política das pessoas tem algo a ver com a ver com
razão e justiça? Política em boa parte é timing, é teatro, é emissão
simbólica. E timing é para quem tem.
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