O reitor do Seminário Diocesano Paulo VI, padre Rafael Solano, atendeu à imprensa na tarde desta segunda-feira (7) para falar sobre a prisão do padre Marco Túlio, de 51 anos, na noite de domingo (6), após denúncia de pedofilia. O reitor confirmou a informação de que Marco Túlio Simonini estava afastado do ministério sacerdotal desde o ano passado, quando ele próprio pediu o afastamento por meio de uma carta.
De acordo com Rafael Solano, o padre alegou dois motivos: “Primeiro, que precisava repensar sua vocação e, segundo, que necessitava tratar-se de uma doença no organismo, que o levou a uma depressão”.
O padre teria sido flagrado molestando uma menina de 7 anos. Funcionários do clube teriam visto o padre acariciando a parte íntima da criança, dentro da piscina, e acionaram a polícia. Ele foi ameaçado de linchamento por frequentadores do clube e, quando a polícia chegou, foi detido, levado para a 10ª Subdivisão Policial e autuado pelo crime de estupro de vulnerável.
O padre Rafael Solano disse compreender a família que acusa o padre “por se sentir ferida”. Segundo ele, a própria Igreja Católica recomenda “imediata suspensão” para casos de suspeita de pedofilia e paralelamente à apuração civil há um processo pelo direito canônico, para se evitar punição em situações de maledicência ou calúnia.
Segundo o reitor, “a Igreja recebeu a notícia com bastante tristeza e espera uma situação final justa”. Rafael Solano disse que foi surpreendido com o fato: “Foi uma grande surpresa. Nunca houve registro de nenhuma agressão física ou moral por parte do padre Marco Túlio. Sempre foi um homem que procurou a Deus”. O reitor e outro padre visitaram o colega detido, rezaram por ele e se comprometeram a levar até lá um medicamento que pediu. “Ele disse apenas: obrigado por terem vindo até aqui”.
A Arquidiocese de Londrina divulgou nota oficial afirmando que o padre foi ordenado em 2001 e estava afastado do ministério sacerdotal desde 2010, data a partir da qual morava no Seminário Diocesano Paulo VI. “Ele residia em uma quitinete no seminário porque somos cristãos e, ao deixar as funções, não tinha outro local até que conseguisse um emprego e reorganizar a vida”, explicou o padre Rafael Solano.