Lucas Emanuel Andrade - Redação Bonde - 10/06/2015
Quarenta e sete pessoas foram presas até às 12h desta quarta-feira (10) na nova fase da Operação Publicano deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O promotor Jorge Fernando Barreto da Costa confirmou que a investigação atinge a alta cúpula da Receita Estadual e auditores fiscais lotados na 8ª Delegacia Regional da Receita em Londrina.
A Operação Publicano investiga um esquema criminoso formado por auditores fiscais da Receita, contadores e empresários que se uniram para facilitar a sonegação fiscal mediante o pagamento de propina. A apuração abrange também crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
Barreto explicou que a Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público de Londrina identificou novos crimes e nomes no aprofundamento dos casos. As informações foram obtidas por meio de denúncias de empresários lesados e também da delação premiada do auditor Luiz Antônio de Souza, e de sua irmã, Rosângela Semprebom, também funcionária da Receita.
Em Londrina, mais de 30 pessoas foram encaminhadas à sede do Gaeco durante a manhã. Um ônibus da Polícia Militar foi solicitado para fazer a transferência dos presos para a unidade II da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL II). As mulheres detidas foram transferidas para o 3º Distrito Policial.
Os nomes dos envolvidos não foram oficialmente confirmados até o início da tarde. No entanto, entre eles estariam o inspetor geral de fiscalização da Receita em Londrina, Márcio Albuquerque de Lima, e seu substituto no cargo, Lidio Franco Samways Junior.
O promotor Jorge Barreto da Costa disse que não é possível ainda estimar o valor da fraude. Ele apenas informou que a propina cobrada pelos auditores girava entre R$ 100 mil e R$ 150 mil.
Ao todo, foram expedidos pela 3ª Vara Criminal de Londrina 68 mandados de prisão preventiva - sendo 50 contra auditores fiscais - e autorizada a quebra de sigilo bancária de 59 investigados. As prisões foram feitas em Londrina, Curitiba, Arapongas, Apucarana e Maringá.
Durante a operação, o Gaeco cumpriu 65 mandados de busca e apreensão em escritórios e gabinetes ocupados por funcionários da Receita Estadual. A Justiça determinou ainda a condução coercitiva de 49 pessoas - a maioria empresários - para que sejam ouvidas pelo Ministério Público.
Na fase anterior da Publicano, a Justiça aceitou denúncia do Ministério Público contra 62 pessoas - sendo 15 auditores.