JORNALDELONDRINA
Da porta de entrada à saída, quem quer se divertir na ExpoLondrina vai ter que colocar a mão no bolso – e fundo - sobretudo as famílias. A começar pela entrada a R$ 10 por pessoa (crianças até seis anos não pagam e acima disso pagam meia entrada como estudantes), os preços para estacionar, comer e divertir-se na ExpoLondrina exigem planejamento e disposição para dizer “não” para a criançada, se a família for numerosa.
Na chegada, estacionar o carro pode custar em média R$ 10 – mas há estacionamentos mais caros quanto mais próximo da entrada principal o visitante ficar. “Parei meu carro lá longe e vim a pé”, diz o mecânico Adaílton Dias Santos, que, com dois filhos a tira-colo, já previa uma tarde de carteira aberta. “Rapaz, a criançada fica maluca e pede de tudo” prevê. “Impossível não gastar aqui”, admite o professor e jornalista Júlio Tanga, com a filha Giovana, 8 anos, na cola. “Os brinquedos são caros demais e para se divertir mesmo não dá para sair daqui com vontade. Já cheguei a deixar uns R$ 100 em um dia aqui”, constata o pai, declarando-se um “mão-aberta” com a filha.
Exército mostra o Urutu, tanque brasileiro
Monstro obsoleto, o tanque blindado Urutu, levado pelo Exército Brasileiro ao Parque Ney Braga, também pode ser visitado sem pagar nada – assim como outros dois veículos mais comuns. “Um desses foi usado na ocupação do Complexo do Alemão”, conta o cabo Alex Teodoro, do Batalhão de Apucarana. Com 11 toneladas, capacidade para nove pessoas, o visitante pode entrar nele e ter a visão de quem atua no front. A metralhadora giratória .50 não fica instalada no topo do equipamento, mas mesmo assim não há quem não pergunte se é possível tirar uma foto como se estivesse no controle do monstro militar. Além do Urutu, o Exército também exibe no local um veículo de transporte de cargas e outro de pessoas.
Em cima de um pônei, Lucas, 3 anos, não imagina que aquela voltinha agradável (“Meu pai nunca me viu no cavalo!”) custa R$ 5 por exíguos cinco minutos. “O movimento não pára”, conta o tratador dos sete pôneis para passeios ultrarrápidos.
No parque de diversões, qualquer brinquedo – para adultos e crianças – custa pelo menos R$ 6. O problema do preço é, em verdade, o tempo: na média, gritar na montanha-russa ou em brinquedos cheios de adrenalina – que rodopiam e deixam qualquer um de cabelo em pé – geralmente não passa de cinco minutos. “Tão pouco que a gente que é grande fica querendo ir de novo mas o preço limita repetir a diversão”, ri o eletricista Cleber Afonso, com a namorada, após acabar com as próprias cordas vocais no Evolution – equipamento que simula um misto de movimentos de montanha russa com barco viking, muito adequado para quem tem estômago.
Nem mesmo brincadeiras antiquíssimas e calmas – como a pescaria de prêmios e o tiro ao alvo em brinquedos na prateleira – tem preços menores. Em três minutos e algumas poucas tentativas infrutíferas depois, lá se vão facilmente mais R$ 5. E, na média, sem prêmios. Um pastel ou crepe custa R$ 5. Tomar um refrigerante ou cerveja, outros R$ 4. E não adianta pesquisar: os preços são pardronizados.
Passar a mão nos bois e observá-los de perto não custa nada e é uma das atrações mais procuradas da feira. “O pessoal gosta, pergunta de tudo e se diverte com os bichos”, diz Hildevaldo Brito Leal, tratador da Fazenda Paulînea. É lá que “mora” o boi Kásper, o bovino nelore de 1280 quilos quilos difícil de não se fazer perceber. “Naturalmente é o mais fotografado”, diz o tratador.