Após três horas de caminhada pacífica, a manifestação contra a Copa tem ônibus depredado, vidraças de bancos e portarias de prédios quebradas e vitrine de concessionária estilhaçada. Na rua Augusta, a Tropa de Choque dispara bombas de efeito moral e balas de borracha.
Na correria, alguns manifestantes tentaram entrar no hotel Linson, onde acabaram sendo detidos. Ao final da operação, 128 pessoas acabaram presas e saíram dali em um ônibus da polícia.
Pelo Twitter, o governador Geraldo Alckmin criticou os manifestantes: "Digo com alegria que esses vândalos não mancharam um dia que foi inteiro de festa para esta cidade corajosa e orgulhosa de seus valores. Como a imensa maioria dos brasileiros de São Paulo, condeno com energia os atos de violência e vandalismo registrados nesta noite."
Manifestação
O protesto, que reuniu cerca de 1500, pessoas começou às 17h deste sábado (25). Os manifestantes saíram do vão do Masp e tomaram a avenida Paulista em protesto contra a realização da Copa do Mundo no Brasil. O ato foi encabeçado pelo movimento Black Bloc.
Ônibus é depredada na rua Augusta. Foto: Vitor Sorano
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Após percorrer a Paulista, os manifestantes desceram a avenida Brigadeiro Luís Antônio, passaram pela região central e, em frente ao Teatro Municipal, houve o primeiro conflito. Manisfestantes joagaram paus e pedras na PM, que conseguiu conter o movimento com uma barreira de policiais.
Na subida da rua Augusta, no entanto, a situação ficou crítica e ocorreram as depredações acompanhadas da reação da polícia. Dois mil policiais foram deslocados para a região, segundo o Major Larry Saraiva, um do responsaveis pela tropa.
Os mascarados eram minoria - havia pessoas com adesivos da organização sindical Conlutas e outras sem qualquer identificação de grupo -, mas tomaram a frente do protesto.
"Nao dá para fazer omelete sem quebrar alguns ovos", disse um analista de sistema de 20 anos ao ser perguntado se concorda com a tática Black Bloc, que comete violência física para se fazer ouvir.
A corretora Elisabeth Monteiro, de 65 anos, decidiu acompanhar o protesto, mesmo sem concordar com a tática Black Bloc. "Eu acho muito violento. Seria bom se fosse pacífico", diz. "O povo tem que aprender a votar, mas votar em quem?"
A insatisfação com os políticos motivaram um dos gritos de guerra. Os alvos foram a presidente Dilma, o governador Alckmin e o prefeito Haddad.
A frase "Quem não pular quer tarifa", comum nas manisfestações de junho do ano passado, foi adaptada para "Quem não pula é facista". Outro grito comum foi: "Da Copa, da Copa eu abro mão. Eu quero é dinheiro para Saúde e Educação."
Como o dia era de feriado de aniversário da cidade, a maioria dos estabelecimentos estava fechada. Outros, cerraram as portas com a chegada dos manifestantes, como foi o caso do shopping Light, no Anhangabaú.
O frei franciscano Agnus Hostiam, que já havia participado de uma dezena de manifestações no ano passado, se juntos aos Black Blocs. "Violenta é a polícia, quando pisa na boca do neguinho na Cracolândia até que chegue a viatura", afirma. "Eu gosto de futebol, mas primeiro é preciso cuidar da saúde."