Allan Costa Pinto |
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Nada de estádios. Plenário do TDJ será mais uma vez o palco de uma decisão no futebol do Paraná. |
A atuação desastrada dos cartolas impôs mais um fiasco ao futebol paranaense. Como já se tornou rotina no Estado, a bola terá que sair de cena e dar lugar a advogados e auditores.
Desta vez, o vexame acontece na Divisão de Acesso do Estadual, paralisada na tarde de ontem por uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) ao Foz do Iguaçu.
A primeira rodada da semifinal do Acesso está cancelada. Londrina, Toledo, Grêmio Metropolitano Maringá e Nacional de Rolândia, que jogariam amanhã, terão que esperar pelo menos até o final da próxima semana para entrar em campo.
A equipe de Rolândia, que havia conquistado a vaga no tapetão, não sabe mais se terá a chance de brigar por um lugar na primeira divisão em 2012. No centro da discórdia está mais um confuso e polêmico regulamento elaborado pela Federação Paranaense de Futebol (FPF).
O Foz foi punido pelo TJD com a perda de seis pontos, por escalar o lateral Alisson contra o Sport Campo Mourão, na sexta rodada do segundo turno. Segundo a FPF, o jogador deveria cumprir suspensão automática na partida, por ter recebido o terceiro cartão amarelo contra o Iguaçu/Agex, na quarta rodada.
O problema é que, entre os dois jogos, o Foz enfrentaria o São José, equipe que havia desistido da competição. A FPF computou o placar de 1 x 0 para o time da fronteira, que somou três pontos, mas, curiosamente, não considerou o caso um WO.
Na visão da entidade, portanto, Alisson deveria cumprir a suspensão contra o Sport, o que não aconteceu. Denunciado por escalar o atleta de forma irregular, o Foz foi condenado em primeira instância e eliminado da competição.
Mas a equipe recorreu da decisão, sustentando que o jogo contra o São José foi caracterizado como WO e, segundo resolução da CBF, deveria ser válida para o cumprimento da suspensão.
Para evitar que as semifinais fossem disputadas antes do julgamento do recurso, o advogado Domingos Moro, contratado pelo Foz, pediu ao TJD uma liminar de efeito suspensivo, concedida na tarde de ontem pelo auditor Octacilio Sacerdote Filho.
O presidente do TJD, Peterson Morosko, prefere não comentar o caso, mas confirma que pretende incluir o julgamento na pauta da próxima quinta-feira. Porém, seja qual for a decisão, existe a possibilidade de a competição ser novamente adiada.
Como ainda cabe recurso ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o time que se sentir prejudicado pode solicitar uma nova liminar, que deixaria o reinício da Segundona a critério do tribunal sediado no Rio de Janeiro. Procurado para comentar o caso, o presidente da FPF, Hélio Cury, preferiu novamente se calar e se recusou a atender a reportagem do Paraná Online.