FOLHAWEB
PF apreende material de suposta rede de pedofilia
Quadrilha atuaria no aliciamento de adolescentes e usaria fotos em sites de pornografia e prostituição
Elvis Secco: ''Quando as fotos são disponibilizadas o dano é irreversível porque é impossível retirá-las do ar''
Londrina - A Polícia Federal (PF) apreendeu na manhã de ontem discos rígidos de computador, notebooks, pendrives, CDs, DVDs e uma pistola calibre 22 em duas casas na área urbana de Londrina, uma casa em Rolândia e uma casa no Distrito de Guaravera, na Zona Rural de Londrina, sob suspeita de pertencerem a uma rede internacional de pedofilia. A ação foi uma continuidade da Operação Tolerância Zero, iniciada em São Paulo em janeiro. ''O nome faz alusão à tolerância zero que Polícia Federal possui em relação a esses tipos de crimes'', ressalta o delegado da PF em Londrina, Elvis Secco.
O material será submetido a perícia e caso seja constatada a presença de conteúdo pedófilo, os proprietários serão presos por arregimentar crianças e adolescentes e difundir suas fotos nuas pela internet. Segundo o delegado, eles são suspeitos de abordar crianças e adolescentes na faixa dos 15 anos se apresentando como integrantes de uma agência de modelos para fazer as fotografias.
Segundo Secco, as primeiros fotos eram tiradas com as adolescentes vestidas, mediante supostos contratos profissionais autorizando a cessão da imagem para a agência. As vítimas, no entanto, nunca recebiam pelas fotos. Posteriormente os suspeitos criavam e-mails em nomes de mulheres para facilitar a abordagem dessas adolescentes. ''Issso era feito para facilitar o contato e para conversar sobre a possibilidade de tirarem fotos nuas'', relatou.
As fotos daquelas que concordavam com a proposta eram encaminhadas para sites de pornografia ou de prostituição hospedados no exterior. As garotas que se recusavam a tirar fotos nuas tinham suas fotografias usadas em montagens. ''Com essas fotos elas eram chantageadas e isso as forçava a realizar fotos nuas'', acrescentou Secco.
A PF chegou aos suspeitos por intermédio de dados fornecidos pelos provedores de internet. O delegado ressaltou que assim que quando as fotos são disponibilizadas nesses sites, o dano é ''irreversível'' porque é impossível retirá-las do ar.