Cooperados da Corol Cooperativa Agroindustrial se reúnem hoje em assembleia para pedir a destituição dos conselhos Administrativo e Fiscal da organização, a partir das 12h, no Country Club de Rolândia. À revelia da diretoria da Corol, o grupo convocou o encontro por meio de abaixo-assinado, porque os atuais diretores da associação não apresentaram, no primeiro trimestre, a prestação de contas sobre 2012, como exige a lei. Ainda, os produtores rurais reclamam que assinaram 903 Notas de Crédito Rural (NCRs) como garantia de financiamento à cooperativa, que não foram pagas e que começaram a ser protestadas.
A primeira chamada para a Assembleia Geral Ordinária (AGO) será ao meio-dia de hoje, a segunda, às 13h e a terceira e última, às 14h. Além da prestação de contas e da destituição do comando da Corol, serão debatidas a destinação de sobras e perdas, a designação de administradores e fiscais provisórios para a cooperativa e a autorização para que os novos empossados possam negociar as NCRs com o Banco Regional de Desenvolvimento Econômico (BRDE).
O presidente da Corol, Eliseu de Paula, diz que se nega a ir à assembleia e que usará até a última instância da Justiça para reverter qualquer decisão tomada hoje. "Nós, a diretoria e o conselho, não reconhecemos essa reunião", afirma. Ele conta que há desconformidades em relação ao modo como a convocação foi feita, entre as quais o fato de ele não ter sido notificado.
Para convocar a assembleia, foram reunidas 2 mil assinaturas de cooperados. O advogado Anacleto Giraldeli Filho, que representa os produtores, diz que houve três tentativas de notificar De Paula, todas sem sucesso. A Corol tentou derrubar a validade da reunião de hoje por meio de liminar, mas a Justiça de Rolândia indeferiu o pedido na última quinta-feira. A diretoria da cooperativa ainda recorreu ontem da decisão ao Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná, mas a reportagem não teve acesso ao resultado até o fechamento desta edição.
NCRs
As 903 notas estão em nome de 600 cooperados, com valor total de R$ 15 milhões. Destas, 300 já foram protestadas pelo BRDE. O advogado Anacleto Giraldeli Filho, que representa os produtores, afirma que eles não têm como arcar com os custos. "A promessa era de que, nos vencimentos (das dívidas), a cooperativa deveria pagar e não foi isso o que aconteceu", diz.
Elizeu de Paula afirma que o BRDE não poderia ter executado as NCRs e que os cooperados que recorreram à Justiça conseguiram suspender o protesto das dívidas.