EFE
Londres, 2 out (EFE).- Os trabalhadores do projeto Crossrail, a nova linha de transporte subterrâneo que está sendo construída em Londres, encontraram 20 crânios romanos, assim como cerâmicas da mesma época, informou nesta quarta-feira a companhia responsável pela construtora
Os restos humanos foram achados no sedimento de antigo rio de Londres, conhecido como Walbrook, na zona leste da cidade, onde os funcionários trabalham em um projeto que unirá os bairros do leste e oeste da capital britânica.
Segundo os especialistas, os crânios teriam sido arrastados com o tempo desde um cemitério romano próximo.
A Crossrail colabora com arqueólogos, que desde o começo das escavações em 2009 acharam cerca de 10 mil objetos da época dos romanos.
Estes crânios, que podem ajudar a entender ainda mais a vida dos romanos em terras britânicas, foram descobertos a cerca de três metros de profundidade, apesar de ainda não terem sido avaliados pelos legista para determinar com exatidão sua antiguidade.
O arqueólogo Jay Carver, que trabalha no projeto, disse hoje que este é um descobrimento "fascinante" que permite "revelar outra peça da história de Londres".
Segundo Carver, os restos podem proceder de um cemitério romano que estava a cerca de cinquenta metros da atual estação de Liverpool Street, no leste da capital britânica.
O especialista Nicholas Elsden, do Museu Arqueológico de Londres, estima que os crânios podem corresponder aos séculos III ou IV, e considerou "incomum" que fossem descobertos juntos em uma mesma zona, levando em conta que ali não havia nenhum cemitério.
Desde 2009, também foram achados pela Crossrail restos de 13 corpos e cerâmicas que são datados em meados do século XIV e que aparentemente pertencem à época da Peste Negra.
Também foram descobertos restos que provam a existência de assentamentos humanos na margem sul do rio Tâmisa, em Londres, há 9 mil anos, pois foi encontrada uma "fábrica de ferramentas" do período Mesolítico que inclui 150 peças de sílex.
A Crossrail, cuja conclusão está prevista para 2017, poderá operar até 24 trens nas horas de pico, e cada um viajará com velocidades de até 160km/h.
Este é considerado um dos maiores projetos de infraestruturas da Europa. EFE