Perigo do consumo excessivo de carne vermelha
Excesso de calor durante o cozimento favorece a liberação de substâncias tóxicas
Cânceres de intestino e cólon estão diretamente ligados à má alimentação
São Paulo - De acordo com uma pesquisa realizada pelo Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, os cânceres de intestino e cólon estão diretamente ligados à má alimentação. O estudo mostra que a carne vermelha, por exemplo, pode representar um grande perigo à saúde, se for preparada em altas temperaturas.
A nutricionista da unidade técnica de alimentação e nutrição ligada ao Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, Sueli Couto, explica que a carne vermelha é uma excelente fonte de proteína, mas o excesso de calor durante o cozimento favorece a liberação de substâncias tóxicas que podem acabar entrando em contato com a parede do intestino.
"É uma substância cancerígena que fica impregnada na carne. Então, é preciso ter cuidado. Eu sugiro que as pessoas façam o uso da carne mais no forno do que na brasa ou grelhada . Essa é uma dica que a gente faz, recomendação do Ministério da Saúde, porque realmente estas substâncias produzidas por essa forma de preparo expõem a população a um maior risco de desenvolvimento da doença. E considerando que o câncer de cólon e reto está sendo o terceiro câncer na população de incidência, é preciso precaução", alerta a especialista.
Segundo Sueli Couto, comer frutas, verduras e legumes com frequência ajuda a evitar que as substâncias tóxicas liberadas pela carne vermelha fiquem no organismo por muito tempo. "A fibra tem a função de carrear essas gorduras para fora do corpo, faz o intestino funcionar melhor e essas substâncias não ficam no intestino por muito tempo. A questão da carne acompanhada de alimentos protetores certamente vai melhorar a qualidade de vida dessa pessoa", recomenda.
A Política Nacional de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde recomenda o consumo de 300g a 500g de carne vermelha por semana.
Reportagem Local