Dois relatórios finais foram apresentados à Câmara de Vereadores de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina) como resultado da Comissão Processante (CP) instaurada em outubro do ano passado, para apurar supostas irregularidades praticadas pelo prefeito Johnny Lehmann (PTB). Ao contrário dos colegas Alex Santana (Pros), relator, e Waldemar Moraes (PMDB), membro, o presidente da CP, José de Paula Martins (PSD), entende que o prefeito deve ser cassado por "infração político-administrativa" e elaborou documento separado.
Martins buscou na investigação feita durante a Comissão Especial (CE), anterior à CP, os elementos que, segundo ele, comprovariam a responsabilidade de Lehmann pela manutenção de contratos irregulares entre a Prefeitura de Rolândia e a Associação São Rafael, mantenedora do hospital da cidade. "Ele manteve esse contrato por cinco anos, mesmo sabendo que estava irregular, que deveria ter aberto concurso público." A Associação presta serviços em unidades de saúde, além de gerenciar o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Lehmann disse à FOLHA depois do seu depoimento na CP que o contrato com o hospital existe há mais de dez anos. "Apenas venho garantindo que o atendimento à população continue. Como é o único hospital da cidade, eu não posso abrir mão do atendimento até realizarmos o concurso."
Martins afirmou que a denúncia que chegou à Câmara, motivando a abertura da CP, não levou em conta todos os indícios levantados pela CE, "sequer indicou testemunhas de acusação". O relator da CP, Alex Santana, foi procurado, mas não quis conceder entrevista alegando que "foi assinado um documento em que apenas o presidente pode falar com a imprensa".
Segundo o diretor da Câmara de Rolândia, Reginaldo Burhoff, a sessão de julgamento será na próxima sexta-feira à tarde, e os vereadores vão apreciar o relatório que inocenta o prefeito. Sete votos são suficientes para decidir o futuro de Lehmann. "Cada vereador terá 15 minutos para falar, depois o prefeito, ou seu representante, terá duas horas. E na sequência o voto será aberto, quando cada parlamentar vai dizer se a denúncia é procedente ou não", explicou o diretor. Martins afirmou que vai usar o tempo para convencer os parlamentares a rejeitarem o relatório, confirmando a cassação do prefeito. Edson Ferreira - Reportagem Local
COMENTÁRIO DO FARINA: Apenas uma dúvida... segundo Marisbel Mungo Johnny usou o Hospital para vencer a eleição e dois dias após a vitória cortou o repasse de R$ 103 mil que vinha sendo pago... apurou-se também que a maior parte do dinheiro era para pagamento de funcionários sem concurso que não trabalhavam no Hospital.