A estrela da noite era Adriano. O Imperador era o centro das atenções no segundo jogo da semifinal do Campeonato Paranaense entre Londrina e Atlético. Mas o cara do jogo foi outro membro da família real. O "Rei" Arthur fez três dos quatro gols da épica virada alviceleste, por 4 a 1, e colocou o Tubarão na decisão do Estadual depois de 22 anos, contra o Maringá, reacendendo uma rivalidade histórica, que estava adormecida.
E nesta decisão do interior, o retrospecto joga a favor do Londrina. Nas duas últimas vezes em que dois times de fora da capital decidiram o campeonato, o Tubarão esteve em campo e levou a melhor. Em 1992, foi campeão em cima do União Bandeirante. Em 1981, a vítima foi outro time de Maringá, o Grêmio.
O resultado premiou a volta por cima do time que foi massacrado pelo péssimo futebol da primeira fase, mas que soube tirar das críticas a força para buscar uma vaga na decisão. O primeiro jogo será domingo, às 16 horas, no estádio do Café. A volta será no dia 12, no mesmo horário, no Willie Davids.
Crucificado em todas as adversidades, o técnico Cláudio Tencati, em meio à emoção, revelou a inspiração da volta por cima. "Mostrei a eles o DVD da trajetória do Atlético-MG na Libertadores de 2013, sempre na adversidade conseguiu virar, pegamos um pouco daquela energia", resumiu Tencati.
O volante Diogo Roque também desabafou após o resultado. "Quem trabalha Deus ajuda, nosso time foi guerreiro e vamos para cima do Maringá na final", apontou.
O jogo
Como era de se esperar, o Londrina partiu para cima do Atlético em busca dos gols que precisava. Teve duas chances antes dos dez minutos, com Joel e Celsinho, ambas com defesas boas de Rodolfo.
O Tubarão dominava o Atlético, que jogava com dez jogadores no campo de defesa e Adriano, sozinho, no ataque. Mas bastou um lance agudo do Furacão para sair o gol que complicaria de vez a vida alviceleste. Após chutão da defesa, Gilvan errou o tempo da bola, Marcos Guilherme tabelou com o Imperador, deu uma meia lua em Paulinho e chutou rasteiro, no canto de Vítor, aos 14 minutos.
Nem o Tubarão, nem a torcida sentiram o baque e a busca pelos gols continuaram, mas o time abusava dos chutes de longe. Aos 26 minutos, Tencati ousou tirando o volante Anderson e colocando o atacante Lucas. E foi ele que começou a jogada do empate. Roubou a bola na defesa e iniciou o contragolpe. A bola chegou a Joel na área, ele deixou o marcador no chão e bateu cruzado para Arthur, que entrava na segunda trave, mandar para as redes, aos 32 minutos.
A virada veio apenas no segundo tempo e logo no começo. Aos 10 minutos, Maicon Silva fez grande jogada ao deixar Sidcley na saudade e rolar para Joel encher o pé com raiva, na gaveta, 2 a 1 Tubarão. Não deu tempo do Atlético respirar. Dois minutos depois, Rone Dias cobrou escanteio, Diogo Roque desviou e a bola sobrou para o artilheiro Arthur fazer o terceiro.
O resultado levava a decisão para os pênaltis e o Londrina precisava de mais um para se classificar – em Curitiba, o Rubro-Negro vencera por 3 a 1. A pressão continuava, mas quem quase marcou foi o Atlético. Marcos Guilherme acertou o travessão, aos 25 minutos. Era um indício de que a sorte também estava ao lado do Tubarão. Quatro minutos depois, novo cruzamento na área e Arthur estava lá para mandar para as redes e colocar o time na decisão.
LONDRINA 4
Vítor; Maicon Silva, Dirceu, Gilvan e Paulinho; Diogo Roque, Anderson (Lucas), Rone Dias e Celsinho (Sílvio); Joel (Alexandre) e Arthur. Técnico: Cláudio Tencati
Atlético 1
Rodolfo; Mário Sérgio, Ricardo Silva, Lucas Alves e Sidcley; Otávio (Guilherme), Hernani (Nathan), Juninho (Harrison), Marcos Guilherme e Zezinho; Adriano. Técnico: Petkovic
Árbitro: Selmo Pedro dos Anjos Neto
Estádio: do Café, em Londrina
Gols: Marcos Guilherme, aos 14, e Arthur, aos 32 minutos do 1º tempo; Joel, aos 10, e Arthur, aos 12 e aos 29 minutos do 2º tempo
Renda: R$ 246.375,00
Público: 13.810 pagantes (14.762 total)