AGUARDAMOS A SUA CARTA
Meu filho Endí (que depois de amanhã vai fazer 12 anos) me mostrou no seu livro de geografia 2 momentos da Av. Paulista, primeiro com os seus casarões da época do Café (que a Vovó Ruth chegou a ver) e agora como a conhecemos, cheia de prédios... Os tempos mudam rápido! Só que agora os tempos têm que ser brecados. Preservar a "avenida" PR 170 de Rolândia da urbanização / industrialização não é só nostalgia, mas garantir exemplos rurais que mostram que desenvolvimento poderia se basear na história e na aptidão natural do lugar. Quem sabe? Depende de você!
Para inspiração leia a CARTA da Professora Maria Josefa Santos Yabe:
Prezados Vereadores da Câmara Municipal de Rolândia: Tenho sido honrosamente convidada para participar das discussões que interessam à comunidade do município de Rolândia, no que se refere à qualidade ambiental. Uma das discussões foi relativa à implantação de uma indústria ligada ao setor de produção de baterias automotivas. Sabidamente, diante de tantos problemas ambientais que o mundo enfrenta devido a este tipo de produção, busca-se lugares remotos e com pessoas mal informadas para implantá-los. Assim fica mais fácil ludibriar a todos e apostar no lucro fácil para poucos. Ações desta natureza trazem sofrimento econômico, quando pequenos agricultores, moradores de sempre, perdem sua capacidade produtiva, indo à total miséria. Além da derrocada econômica daqueles que ali estão hoje, virão os problemas de saúde devido à poluição tão característica deste setor. Não há hoje no planeta uma só empresa desta natureza que não prejudique o ambiente. Isto demanda custos elevados ao município. Mais recentemente, fui também honrosamente convidada pela Câmara Municipal de Rolândia para conversarmos sobre os problemas ambientais enfrentados quanto à qualidade de água, principalmente. Naquela oportunidade, falamos dos problemas inclusive da falta de água já nos dias de hoje em Rolândia. Estes problemas estão relacionados com a industrialização. Indústrias tem elevada demanda no uso da água. Mais uma vez então venho, através deste ofício, buscar sensibilizar àqueles que hoje são responsáveis pela regulamentação territorial do município de Rolândia sobre o que deve ser avaliado, antes de qualquer ação neste sentido. Severos problemas ambientais, que temos acompanhado recentemente no Brasil, como a enchente da Amazônia e a longa seca no sul do Brasil, são mudanças climáticas já sentidas (isto é real e atual, não previsão), têm surgido diante das grandes tomadas de decisões, sem absolutamente qualquer responsabilidade técnica. Os prejuízos alcançados têm aparecido como um troféu à incapacidade daqueles que estão à frente da gestão política atual no Brasil. Tão brutais equívocos vêm de mãos atadas à ambição, à irresponsabilidade e à ilegalidade. Mas não se faz nada impunemente. A natureza dá conta de avisar a todos sobre tais equívocos. A questão da mudança de aptidão territorial de uma area, de urbana para industrial, por menor que seja, deve ser norteada por qualificação técnica apurada. Caso a Câmara Municipal de Rolândia não se sinta à vontade para tomar uma decisão tão importante como esta, é importante que técnicos qualificados para tanto sejam de fato ouvidos e considerados. O espigão em questão da rodovia que liga Rolândia a São Martinho tem o importante papel de recomposição de águas do lençol freático e pode afetar grandemente o abastecimento de água para a região. É preciso lembrar que água não é um recurso ilimitado. Perde-se a capacidade de uso tanto por diminuição de quantidade como por contaminação. É preciso gestão responsável para que todos possam fazer uso de água segura – de boa qualidade e em quantidade. Vale lembrar que o ser humano não vive sem água.. Ainda, devem ser considerados todos os serviços ambientais prestados por aquela área. Há a vegetação, a produção agrícola, alimentos, a parte social. Enfim, toda sorte de serviços deve ser mensurada, valorada economicamente antes de qualquer ação de mudança territorial. Um estudo que considere todas estas características regionais, pode surpreender aos que pouca importância dão aos fatos, por desconhecimento. Para uma decisão importante, que decide o futuro de uma sociedade, deve haver um EIA-RIMA com Valoração Econômica- quanto vale tudo o que temos hoje e, quanto valerá com umas poucas indústrias. O que será produzido no local? Para onde irá este produto? Vai gerar benefícios? Quais? Quanto valem estes benefícios economicamente? Quanto estes benefícios custarão economicamente, do ponto de vista ambiental e de qualidade de vida? Tudo pode ser valorado economicamente, na nossa moeda atual. É POSSÍVEL SABER!. A marca da incapacidade de gerenciamento estará então para o resto da vida em cada um de nós, por não termos participado ativamente. E os cidadãos do futuro, dentre eles nossos descendentes, se perguntarão por que não fizemos o melhor, quando tínhamos todas as ferramentas para tanto. E eles então sofrerão consequências não imaginadas e nem vistas por nós – já estaremos em outro estado da matéria. Com todo estima e consideração, Profa. Dra. Maria Josefa Santos Yabe-Universidade Estadual de Londrina-Departamento de Química. COMENTÁRIO: Sim.. é verdade... vamos trazer industrias nocivas a troco de poucos empregos e condenar a sobrevida das futuras gerações... o que temos de maior valor são os solos.. a atmosfera e as águas ( rios e nascentes ). Vejam o caso de São Paulo. Já estão pagando uma fortuna pela água mineral para beber. Está faltando água na grande São Paulo. Tem reservatório de lá operando com 10% de sua capacidade. JOSÉ CARLOS FARINA