Nova queridinha da saúde, vitamina D ajuda até a emagrecer
Médico explica tudo sobre a substância chamada de vitamina, mas que é na verdade um pró-hormônio, responsável por verdadeiros milagres no corpo humano
Redação Bonde
Se você acessar o site da Organização Mundial da Saúde (WHO), o for procurar as maiores deficiências vitamínicas, irá descobrir que a deficiência de vitamina D no organismo das pessoas já é uma pandemia, ou seja, uma epidemia disseminada em vários países.
Vitamina D é o nome geral dado a um grupo de compostos lipossolúveis que são essenciais para manter o equilíbrio mineral no corpo. É também conhecida como calciferol e vitamina antirraquítica. As formas principais são conhecidas como vitamina D2 (ergocalciferol: de origem vegetal) e vitamina D3 (colecalciferol: de origem animal).
Como explica Fábio Cardoso, especialista em medicina preventiva e longevidade, embora seja chamada de vitamina, a substância é, na verdade, um pró-hormônio, ou seja, dá origem a vários hormônios importantes para o corpo. É sintetizada a partir de uma fração do colesterol, transformada sob a ação dos raios ultravioleta B do sol. Ela também está presente em alimentos – principalmente peixes de água fria –, mas sua concentração neles é pequena e seria suficiente para fornecer apenas 20% das
necessidadesdiárias. Porém, mais um problema: estudos mostram que nos últimos 30 anos, a concentração de nutrientes das frutas e vegetais caiu em torno de 50%, e isso acontece também com as carnes de animais que ingerimos, ricas em hormônios e cada vez menos nutritivas. Partimos então para a era da suplementação, pois não existe mais meios de se ter uma alimentação perfeita e saudável. Com a vitamina D, podemos burlar esta necessidade e literalmente tomar um "banho de sol", que é bom, suficiente e de graça.
Cardoso explica que é o sol o responsável por 80 a 90% da vitamina que o corpo recebe, mas ela também pode ser produzida em laboratório e ser administrada na forma de suplemento, quando há a deficiência e para a prevenção e tratamento de uma série de doenças.
A presença da substância foi percebida no óleo de fígado de bacalhau no início do século passado. E foi muito utilizada para tratar o raquitismo (uma forma de deficiência grave de vitamina D em crianças).
Mas dá pra escapar do gosto horrível dele, pois dá para variar bem as fontes, e começar a se "permitir" pegar um solzinho. Algo muito importante, e que paramos de fazer: se expor ao sol. No passado, tratávamos diversas doenças com os famosos Solários. E funcionava sabia? Muito por propiciar ao corpo a produção de níveis adequados de vitamina D.
De forma prática, a vitamina D serve para:
Facilitar a absorção do cálcio e do fósforo no organismo;
Fortalecer os ossos e dentes tornando-os mais saudáveis;
Aumentar a força muscular;
Diminuir o risco de diabetes tipo 1;
Melhorar o equilíbrio;
Ajudar a emagrecer.
A vitamina D é necessária para a manutenção do tecido ósseo, ela também influencia consideravelmente no sistema imunológico, sendo interessante para o tratamento de doenças autoimunes, como a artrite reumatoide e a esclerose múltipla, e no processo de diferenciação celular, a falta deste nutriente favorece o aparecimento de 17 tipos de câncer.
Esta substância ainda age na secreção hormonal e em diversas doenças crônicas não transmissíveis, entre elas a síndrome metabólica relacionada à obesidade que tem como um dos componentes o diabetes tipo 2.
O consumo da vitamina D é essencial para as gestantes, a falta dela pode levar a abortos no primeiro trimestre. Já no final da gravidez, a carência do nutriente favorece a pré-eclâmpsia e aumenta as chances da criança ser autista.
A vitamina D já está sendo utilizada no tratamento de doenças autoimunes, condição que ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo por engano. A vitamina D é um imunorregulador que inibe seletivamente o tipo de resposta imunológica que provoca a reação contra o próprio organismo.
O tratamento de doenças autoimunes com vitamina D é algo recente, mas é visto por especialistas como um grande avanço da medicina, mas ainda necessita de maior confirmação, mas com certeza, manter níveis adequados é muito importante para o controle destas doenças.
Algumas das doenças autoimunes que podem ser tratadas com altas doses de vitamina D são: esclerose múltipla, artrite reumatoide e problemas oftalmológicos que podem comprometer seriamente a visão do indivíduo e para os quais o tratamento costumava ser muito difícil.
Podemos também chamá-la de hormônio anticâncer, porque a falta de vitamina D favorece 17 tipos de câncer, como os de mama, próstata e melanoma. Isto ocorre porque a substância participa do processo de diferenciação celular, que mantém as células cardíacas como células cardíacas, as da pele como da pele e assim por diante. Desta maneira ela evita que as células se tornem cancerosas. Além disso, a vitamina D ainda promove a autodestruição das células cancerosas. E esta
proteção está muito relacionada como os níveis de vitamina D no sangue.
A vitamina D é capaz de estimular as defesas naturais do corpo, diminuindo o risco de infecções. Reforçando essa ideia, um estudo apresentado nos
Estados Unidos provou que a razão pela qual os obesos têm mais alergias do que pessoas de peso normal está justamente na deficiência de vitamina D — a relação entre excesso de peso e a diminuição do nutriente no organismo já foi cientificamente comprovada.
Outra função importante é interferir sobre a saúde do coração e do cérebro, reduzindo a incidência de 2 doenças que se não matam, são responsáveis por a redução da qualidade de vida e a maior causa de aposentadorias por doença: o Infarto Agudo do Miocárdio e o Acidente Vascular Cerebral (derrame cerebral). Estudos recentes têm demonstrado que esta doença não é uma doença causada simplesmente pelo colesterol.
Pois bem, infarto é uma doença inflamatória. O colesterol que circula em nosso organismo, circula em uma forma biológica que chamamos de colesterol reduzido. Este é impossibilitado de se depositar em qualquer lugar do seu corpo. Ele só formará placas de ateroma e será capaz de se depositar, quando passa da forma reduzida, para a forma oxidada. O que causa esta transformação é um quadro conhecido na medicina, mas pouco tratado chamado inflamação crônica subclínica, que é desencadeado por uma série de fatores, entre eles, a falta de vitamina D, portanto, podemos afirmar que a vitamina D tem a capacidade de interferir na deposição da placa ateromatosa e por este motivo, sua presença é uma arma importantíssima na prevenção do infarto agudo do miocárdio e também do derrame cerebral.
Importância para o emagrecimento
A vitamina D promove o metabolismo da gordura, cortando a produção do hormônio da paratireoide, o que acelera a quebra da gordura pelo fígado. Depois, seca as gordurinhas - a substância ativa os receptores nas células adiposas, inibindo o seu crescimento.
A supervitamina também reduz o apetite, pois aumenta a quantidade de leptina, hormônio que envia sinais de saciedade ao cérebro.
Por fim, o nutriente ativa a força dos músculos - ele facilita a redução do excesso de gordura no tecido muscular, fator ligado ao aumento da força.
Os estudos atuais mostram ligação entre níveis baixos de vitamina D com o aumento da lipogênese (produção de gordura) e diminuição da lipólise (queima da gordura). Quando o nutriente (vitamina D) falta na circulação, os níveis dos hormônios paratireoidianos (PTH) e do hormônio calcitrol se elevam. ele passa a estocar gordura em vez de queimá-la. Pesquisas recentes apontam que níveis elevados de PTH aumentam em 40% os riscos de ficar acima do peso. Ao contrário, se houver bastante vitamina D em sua corrente sanguínea, você também tende a produzir e a estocar menos gordura.
Outra ação que auxilia no tratamento da obesidade: quando possui bom nível de vitamina D, o corpo libera mais leptina. Esse hormônio controla a saciedade. O que o torna o nosso regulador natural do apetite. Vitamina D em baixa no organismo significa menos leptina nele e pratos mais cheios na sua mesa.
Além de auxiliar no controle do peso, também auxilia no combate à Diabetes tipo 2, que hoje exibe proporções epidêmicas no mundo. Trabalhos demonstram que níveis baixos da substância estão relacionados a uma disfunção ligada à origem da doença chamada resistência à insulina. A insulina é o hormônio que permite a entrada, nas células, da glicose circulante no sangue. No caso da diabetes tipo 2, ela não consegue cumprir sua função corretamente e o resultado é o acúmulo de glicose na circulação sanguínea, o que caracteriza a doença.
Outra ação conhecida da vitamina D é sua ação de reduzir os níveis de cortisol.O cortisol é o tal hormônio do estresse, que entre outras ações favorece a formação de gordura estocada.
Tome sol e emagreça
A pele produz vitamina D numa rapidez extraordinária. Para ter uma ideia da eficiência dos raios ultravioleta, 15 minutos de exposição solar no verão produzem a mesma quantidade de vitamina D fornecida por 100 copos de leite. No entanto, há limitações para a conversão da supervitamina pelo sol: a idade (idosos vão perdendo a capacidade de absorvê-la), tom da pele (negros sintetizam a substância em menor escala), tipos de roupa e até mesmo os níveis de poluição da atmosfera.
O mais importante, garantem os especialistas, é tomar de 15 a 20 minutinhos de sol todos os dias, antes das 10 da manhã ou após as 4 da tarde, e sem protetor solar.
E para aqueles que estão num processo de perda de peso (dieta), saiba que estudos demonstram que a alimentação repleta de vitamina D e cálcio dá uma mão para você perder 70% mais peso do que uma dieta com teor calórico igual, mas isenta de boas doses desses nutrientes. E você ainda leva de bandeja a melhora da saúde cardiovascular. Fantástico não?
Então agora que tal se programar para ver a quantas anda os teus níveis de vitamina D. Sua saúde agradece (e ainda fica mais fácil controlar o peso…).