FOLHA DE LONDRINA
27/09/2014
Apesar de mais da metade da população ter acesso à web, penetração da rede no Brasil ainda é considerada baixa
O acesso à internet cresceu e
já chega a mais de 120 milhões de pessoas, mais da metade da população
brasileira, que é hoje estimada em 203 milhões. A projeção ultrapassa em
18% a estimativa feita no primeiro trimestre de 2013, de cerca de 102
milhões. O grupo com maior acesso é o de pessoas de 25 a 34 anos. Os
números são de pesquisa da Nielsen Ibope.
De acordo com o analista da Nielsen, José Calazans, o maior
crescimento foi verificado nos domicílios. Atualmente, o País possui
87,9 milhões de residências com internet, com crescimento anual de 19%.
As velocidades de acesso nas residências também aumenta: cerca de um
quarto já possui banda larga com velocidade contratada superior a 8
Mbps.
"A internet vem se disseminando como um bem necessário para o
desenvolvimento. Também tem sido vista como um meio de entretenimento e
de acesso à informação", afirma Calazans. Conforme ele, os sites de
redes sociais, de vídeo e de e-commerce vêm apresentando os maiores
números de acesso, o que mostra o interesse do usuário brasileiro na
rede mundial de computadores.
Mesmo com os avanços, a penetração da web no País continua
abaixo daquelas verificadas em Países como EUA (78%) e Argentina (86%),
completa o analista. A penetração mais baixa da internet, entretanto,
não tem relação com a renda da população, afirma. "No Brasil existe a
questão da barreira física, da questão da infraestrutura. Em alguns
locais, nem a elite consegue usufruir dela porque não tem acesso."
Vanderlei Rigatieri, diretor geral da WDC Networks, empresa que
já realizou uma expedição pelo Brasil verificando diversos fatores
relacionados ao acesso à internet, comenta que a demanda da população
pela web é muito maior que as ações do governo para que a rede mundial
de computadores chegue a todo o País. "Existe uma grande necessidade da
população brasileira, um desejo de estar conectado à internet banda
larga. É uma maneira que as famílias estão vendo de evoluir
economicamente. Elas pensam que ter acesso à internet ajuda muito no
desenvolvimento e na empregabilidade."
Para ele, o fato de o País estar atrás da Argentina – que passa
por momento de caos econômico – tem relação com o tamanho do território
brasileiro. "O Brasil tem uma extensão muito grande. Existe uma grande
dificuldade de levar a internet a certas regiões, principalmente a Norte
e a Centro Oeste. Existe ainda uma demanda muito grande a ser
vencida."
Ao se levar em conta o tamanho desta demanda, na opinião de
Rigatieri, as políticas do governo para levar a internet a todo o País
se desenrolam em ritmo muito lento. "As políticas desenvolvidas até
agora não atendem a demanda que se tem." Para ele, o desenvolvimento da
infraestrutura de telecomunicações para que a web chegue a mais pessoas
passa – além do investimento em fibra ótica - , pelo incentivo de
provedores locais de internet. Segundo Rigatieri, existem mais de 5 mil
deles espalhados pelo País.