23/01/2015 - FOLHA DE LONDRINA
Troca-troca no Executivo acirra ânimos políticos em Rolândia.
CÓPIAS DE NOTA-FISCAIS FARÃO PARTE DE UM DOSSIÊ
"Pode vir fazer fiscalização, que não tem problema nenhum. Fazemos tudo na legalidade", garante Johnny Lehmann.
A permanência do presidente da
Câmara de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina), José de Paula
Martins (PSD) como prefeito interino entre os dias 2 e 8 de janeiro
deste ano exacerbou ainda mais os ânimos entre o Legislativo e o
prefeito Johnny Lehmann (PDT). Enquanto ele acusa Martins de
"precipitação" por ter demitido sua equipe, provocando gastos
trabalhistas que podem chegar a R$ 250 mil, no Legislativo dois membros
eleitos para a Mesa Diretora renunciaram aos postos, enquanto o
presidente prepara um dossiê com o que foi levantado durante sua
permanência no Executivo.
Martins assumiu a prefeitura no lugar de Sabine Giesen (PMDB), ex-presidente da Câmara que ocupou a cadeira do Executivo depois que Lehmann foi afastado por liminar concedida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no processo que o julga por gastos com publicidade no último ano de sua primeira gestão – cassado, ele mantinha-se no posto por força de liminar.
Com o fim do mandato de Sabine como presidente, em dezembro passado, Martins, seu sucessor, assumiu a prefeitura e demitiu, de imediato, 99 cargos de confiança de Lehmann, seu desafeto político. Preencheu 19 dos 50 postos e determinou aos seus novos secretários que fizessem um "pente fino" em suas pastas.
Lehmann, entretanto, conseguiu nova liminar que o reconduziu ao cargo, ao qual retornou no fim da tarde do dia 8 de janeiro – praticamente uma semana após Martins assumir. "Se minha liminar não tivesse sido aceita, aí, sim (teria motivos para trocar). Mas ele, precipitada e intempestivamente, demitiu todos os meus comissionados e fez uma balburdia", disse o prefeito reempossado.
O pedetista voltou a recontratar gente de sua confiança, mas afirmou que não completou a equipe porque pretende fazer uma reforma administrativa. Sobre os gastos com direitos trabalhistas, calcula que devem ficar entre R$ 200 mil e R$ 250 mil, mas o departamento jurídico tenta reverter a contratação do pessoal de Martins – ou a conta ficaria maior.
Lehmann ainda reclama da "devassa" feita pelo vereador enquanto prefeito interino. "Se ele quiser, pode vir fazer fiscalização, que não tem problema nenhum. Fazemos tudo na legalidade", diz. Porém, já oficiou a Câmara pedindo os supostos relatórios.
Agora na presidência do Legislativo, Martins afirma que não tem documentos a devolver para a prefeitura, já que os levantamentos feitos pelos seus secretários se ativeram, principalmente, em número de pessoal, orçamento, contratos ativos e suspeitas de irregularidades. O dossiê ainda está em fase de elaboração.
Ele diz que, entre 2013 e 2014, solicitou várias vezes os contratos e valores de publicidade em veículos de comunicação e nunca obteve resposta – os dados foram levantados em um dia no Executivo. "Não saímos com documentos oficiais da prefeitura. Levamos cópias de algumas notas fiscais, que qualquer cidadão poderia solicitar", diz.
Sobre os gastos trabalhistas, Martins pretendia preencher cerca de 50 dos 99 postos comissionados, o que geraria uma economia, afirma, de R$ 130 mil mensais. "Compensaríamos os R$ 250 mil em dois meses", rebate.
Os atritos, entretanto, podem não acabar. Após retornar para a Câmara, João Artigo (PSB) e Enéas Galvão (PSDB) renunciaram aos cargos de primeiro secretário e segundo vice-presidente da Mesa Diretora, respectivamente. De acordo com o Legislativo, a justificativa oficial de Artigo seria que a decisão tem motivo pessoal e a de Enéas, por desentendimento com Martins.
Entretanto, o PSB de Ardigo fez parte da coligação que elegeu Lehmann e abriga o vice-prefeito José Danilson Alves de Oliveira. Já o tucano ausentou-se da votação dos relatórios da Comissão Processante que investigou Lehmann, em janeiro de 2014, por supostas contratações sem concurso público por meio de convênio com o Hospital São Rafael. O pedetista escapou da derrota por um voto.
Nenhum dos dois atendeu às ligações da FOLHA na tarde de ontem.
Martins assumiu a prefeitura no lugar de Sabine Giesen (PMDB), ex-presidente da Câmara que ocupou a cadeira do Executivo depois que Lehmann foi afastado por liminar concedida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no processo que o julga por gastos com publicidade no último ano de sua primeira gestão – cassado, ele mantinha-se no posto por força de liminar.
Com o fim do mandato de Sabine como presidente, em dezembro passado, Martins, seu sucessor, assumiu a prefeitura e demitiu, de imediato, 99 cargos de confiança de Lehmann, seu desafeto político. Preencheu 19 dos 50 postos e determinou aos seus novos secretários que fizessem um "pente fino" em suas pastas.
Lehmann, entretanto, conseguiu nova liminar que o reconduziu ao cargo, ao qual retornou no fim da tarde do dia 8 de janeiro – praticamente uma semana após Martins assumir. "Se minha liminar não tivesse sido aceita, aí, sim (teria motivos para trocar). Mas ele, precipitada e intempestivamente, demitiu todos os meus comissionados e fez uma balburdia", disse o prefeito reempossado.
O pedetista voltou a recontratar gente de sua confiança, mas afirmou que não completou a equipe porque pretende fazer uma reforma administrativa. Sobre os gastos com direitos trabalhistas, calcula que devem ficar entre R$ 200 mil e R$ 250 mil, mas o departamento jurídico tenta reverter a contratação do pessoal de Martins – ou a conta ficaria maior.
Lehmann ainda reclama da "devassa" feita pelo vereador enquanto prefeito interino. "Se ele quiser, pode vir fazer fiscalização, que não tem problema nenhum. Fazemos tudo na legalidade", diz. Porém, já oficiou a Câmara pedindo os supostos relatórios.
CÂMARA MOVIMENTADA
Agora na presidência do Legislativo, Martins afirma que não tem documentos a devolver para a prefeitura, já que os levantamentos feitos pelos seus secretários se ativeram, principalmente, em número de pessoal, orçamento, contratos ativos e suspeitas de irregularidades. O dossiê ainda está em fase de elaboração.
Ele diz que, entre 2013 e 2014, solicitou várias vezes os contratos e valores de publicidade em veículos de comunicação e nunca obteve resposta – os dados foram levantados em um dia no Executivo. "Não saímos com documentos oficiais da prefeitura. Levamos cópias de algumas notas fiscais, que qualquer cidadão poderia solicitar", diz.
Sobre os gastos trabalhistas, Martins pretendia preencher cerca de 50 dos 99 postos comissionados, o que geraria uma economia, afirma, de R$ 130 mil mensais. "Compensaríamos os R$ 250 mil em dois meses", rebate.
Os atritos, entretanto, podem não acabar. Após retornar para a Câmara, João Artigo (PSB) e Enéas Galvão (PSDB) renunciaram aos cargos de primeiro secretário e segundo vice-presidente da Mesa Diretora, respectivamente. De acordo com o Legislativo, a justificativa oficial de Artigo seria que a decisão tem motivo pessoal e a de Enéas, por desentendimento com Martins.
Entretanto, o PSB de Ardigo fez parte da coligação que elegeu Lehmann e abriga o vice-prefeito José Danilson Alves de Oliveira. Já o tucano ausentou-se da votação dos relatórios da Comissão Processante que investigou Lehmann, em janeiro de 2014, por supostas contratações sem concurso público por meio de convênio com o Hospital São Rafael. O pedetista escapou da derrota por um voto.
Nenhum dos dois atendeu às ligações da FOLHA na tarde de ontem.
"Levamos cópias de notas fiscais, que
qualquer cidadão poderia solicitar"
qualquer cidadão poderia solicitar"
Luís Fernando Wiltemburg - Reportagem Local