JOSÉ CARLOS FARINA, BLOGUEIRO E YOUTUBER
sábado, 16 de maio de 2015
ROLÂNDIA: MUITAS MULTAS AO BIG FRANGO
FOLHA DE LONDRINA
Multas na planta da JBS podem ultrapassar os R$ 50 milhões
Representantes de força-tarefa confirmaram 75 autos de infração contra a empresa
Heiler Natali, procurador do
trabalho do MPT, disse que o que foi encontrado na planta da Big Frango
comprovou a necessidade da força-tarefa
Condições de trabalho
degradantes, maquinários perigosos, frio intenso, falta de equipamentos
de proteção individual (EPIs), jornada de trabalho de até 18 horas
diárias, colaboradores doentes e sem condições físicas para trabalhar.
Este foi o cenário encontrado na Big Frango, unidade da JBS em Rolândia,
durante toda a semana, através de uma inédita força-tarefa envolvendo
30 pessoas, sendo elas representantes do Ministério Público do Trabalho
(MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), INSS, Receita Federal e
Advocacia Geral da União (AGU). Ontem, em entrevista coletiva, os
representantes dessas entidades deram uma prévia dos números finais e
confirmaram 75 autos de infração contra a empresa, que podem gerar
multas que ultrapassam R$ 50 milhões.
Os dados divulgados pela força-tarefa, batizada de "Uma Grande Escolha" - em alusão a um antigo slogan da Big Frango –, são assustadores. Dos 4.100 colaboradores da empresa, 2.738 foram demitidos no último ano, o que aponta uma rotatividade de 66% da equipe. Do total dos processos ajuizados na Vara de Trabalho de Rolândia, 27% são referentes à Big Frango.
No que diz respeito ao processo de adoecimento dos colaboradores, a força-tarefa mais uma vez mostrou-se necessária. No último ano, foram 10.600 consultas clínicas realizadas, e mais 2 mil consultas ocupacionais. Os atendimentos de enfermagem atingiram o número de 70.279. "Constatamos nos últimos dois meses mais de 5.400 registros de excessos de jornada, em atividades insalubres, com alto risco de adoecimento, variando de 10 a 18 horas por dia. Podemos remeter inclusive aos tempos da Revolução Industrial, em que as pessoas eram submetidas a jornadas extremamente longas de trabalho e sem descanso", salientou o auditor fiscal do trabalho do MTE, Rodrigo Caldas. Tal situação, lembrou Caldas, "não causa danos apenas para os colaboradores, mas para a sociedade em geral, onerando o Sistema Único de Saúde (SUS) e o INSS".
Interdição
Durante a semana, 51 máquinas foram interditadas na planta em Rolândia. Após ajustes imediatos da empresa, 16 voltaram a operar, 3 foram eliminadas completamente e 32 permanecem paradas, principalmente embaladoras. Quatro setores inteiros chegaram a ser paralisados. Na próxima semana, parte da equipe da força-tarefa deve voltar ao local para fazer uma nova averiguação.
Para o procurador do trabalho do MPT, Heiler Natali, o que foi encontrado na planta da Big Frango comprovou a necessidade da força-tarefa da forma que foi executada. "Os dados do nosso serviço de inteligência recomendavam a necessidade do averiguação do ambiente de trabalho do frigorífico. Ainda que tivéssemos um levantamento preliminar antes de ingressar na planta, você conceber que uma única empresa afastou mais de 1.000 mil pessoas por mais de 15 dias nos últimos cinco anos é assustador. Não imaginávamos que iríamos encontrar um ambiente de trabalho tão permeado de riscos, das mais diversas naturezas, e de nível de intensidade tão elevados", ressaltou Natali.
E o trabalho deve ser frequente a partir de agora. O procurador-chefe da Procuradoria Federal no Estado do Paraná (PF/PR) da AGU, Miguel Cabrera Kauam, disse que deve acontecer mais ações desse porte daqui para frente. "Nos próximos dois anos, nossa ideia é realizar este trabalho em mais 16 ou 17 estabelecimentos", complementou.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da JBS ontem durante a tarde, mas não teve retorno.
Os dados divulgados pela força-tarefa, batizada de "Uma Grande Escolha" - em alusão a um antigo slogan da Big Frango –, são assustadores. Dos 4.100 colaboradores da empresa, 2.738 foram demitidos no último ano, o que aponta uma rotatividade de 66% da equipe. Do total dos processos ajuizados na Vara de Trabalho de Rolândia, 27% são referentes à Big Frango.
No que diz respeito ao processo de adoecimento dos colaboradores, a força-tarefa mais uma vez mostrou-se necessária. No último ano, foram 10.600 consultas clínicas realizadas, e mais 2 mil consultas ocupacionais. Os atendimentos de enfermagem atingiram o número de 70.279. "Constatamos nos últimos dois meses mais de 5.400 registros de excessos de jornada, em atividades insalubres, com alto risco de adoecimento, variando de 10 a 18 horas por dia. Podemos remeter inclusive aos tempos da Revolução Industrial, em que as pessoas eram submetidas a jornadas extremamente longas de trabalho e sem descanso", salientou o auditor fiscal do trabalho do MTE, Rodrigo Caldas. Tal situação, lembrou Caldas, "não causa danos apenas para os colaboradores, mas para a sociedade em geral, onerando o Sistema Único de Saúde (SUS) e o INSS".
Interdição
Durante a semana, 51 máquinas foram interditadas na planta em Rolândia. Após ajustes imediatos da empresa, 16 voltaram a operar, 3 foram eliminadas completamente e 32 permanecem paradas, principalmente embaladoras. Quatro setores inteiros chegaram a ser paralisados. Na próxima semana, parte da equipe da força-tarefa deve voltar ao local para fazer uma nova averiguação.
Para o procurador do trabalho do MPT, Heiler Natali, o que foi encontrado na planta da Big Frango comprovou a necessidade da força-tarefa da forma que foi executada. "Os dados do nosso serviço de inteligência recomendavam a necessidade do averiguação do ambiente de trabalho do frigorífico. Ainda que tivéssemos um levantamento preliminar antes de ingressar na planta, você conceber que uma única empresa afastou mais de 1.000 mil pessoas por mais de 15 dias nos últimos cinco anos é assustador. Não imaginávamos que iríamos encontrar um ambiente de trabalho tão permeado de riscos, das mais diversas naturezas, e de nível de intensidade tão elevados", ressaltou Natali.
E o trabalho deve ser frequente a partir de agora. O procurador-chefe da Procuradoria Federal no Estado do Paraná (PF/PR) da AGU, Miguel Cabrera Kauam, disse que deve acontecer mais ações desse porte daqui para frente. "Nos próximos dois anos, nossa ideia é realizar este trabalho em mais 16 ou 17 estabelecimentos", complementou.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da JBS ontem durante a tarde, mas não teve retorno.
Victor Lopes - Reportagem Local
DENGUE PREOCUPA EM ROLÂNDIA
FOLHA DE LONDRINA
16/05/2015
Rolândia intensifica combate
Rolândia - A dona de
casa Alessandra Souza, de 40 anos, mora em Rolândia e foi diagnosticada
com dengue. "Senti muita dor de cabeça, tontura, dores no corpo e pensei
que fosse uma gripe, mas não tomei remédio porque já sabia da epidemia.
Fui até o posto, mas o resultado do exame demorou e resolvi refazer em
um hospital particular. Deu dengue no mesmo dia", contou.
No quintal da casa não há plantas ou objetos que possam acumular água. No entanto, no terreno em frente à residência entulhos precisaram ser retirados por moradores do bairro. "Me assustei. Demorei 15 dias para me recuperar. Pensei nos meus filhos adolescentes. Agora a gente usa repelente todos os dias e alerta os vizinhos", destacou.
O gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Rolândia, Marcelo Marques Ferreira, informou que 309 casos de dengue foram confirmados em 2015. "Em todo o ano passado, foram 236 casos e nós também enfrentamos uma epidemia na época. Investimos na conscientização da população e intensificamos os trabalhos com a aplicação do inseticida, mas não conseguimos evitar", afirmou.
O diretor de Vigilância em Saúde, Rafael André Dias, destacou que um mutirão realizado no final de abril recolheu, aproximadamente, 70 toneladas de materiais recicláveis que poderiam se tornar criadouros do Aedes Aegypti. No total, 40 agentes de endemias realizam os trabalhos em todo o município, número considerado suficiente pela Prefeitura de Rolândia. "O índice de casos confirmados tem diminuído de 28%, entre janeiro e fevereiro, para 13% nas últimas semanas. O UVB pesado [inseticida aplicado a partir de uma caminhonete] foi solicitado no final de março, mas o município ainda precisou cumprir outros requisitos como a realização de mutirões, por exemplo", apontou.
Em Ibiporã, 196 casos de dengue foram confirmados entre janeiro até meados de abril, com uma morte registrada durante a epidemia. Em todo o ano passado, foram registrados 401 casos da doença. "Se a gente considerar a última quinzena, a gente percebe que houve uma diminuição na primeira semana de maio com 87 notificações, num dado preliminar, contra 110 notificações nas duas últimas semanas de abril", afirmou o responsável pelo Setor de Endemias e Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde de Ibiporã, Luiz Augusto Loredo. Por lá, 29 agentes de endemias são responsáveis pelas visitas nos imóveis. (V.C.)
No quintal da casa não há plantas ou objetos que possam acumular água. No entanto, no terreno em frente à residência entulhos precisaram ser retirados por moradores do bairro. "Me assustei. Demorei 15 dias para me recuperar. Pensei nos meus filhos adolescentes. Agora a gente usa repelente todos os dias e alerta os vizinhos", destacou.
O gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Rolândia, Marcelo Marques Ferreira, informou que 309 casos de dengue foram confirmados em 2015. "Em todo o ano passado, foram 236 casos e nós também enfrentamos uma epidemia na época. Investimos na conscientização da população e intensificamos os trabalhos com a aplicação do inseticida, mas não conseguimos evitar", afirmou.
O diretor de Vigilância em Saúde, Rafael André Dias, destacou que um mutirão realizado no final de abril recolheu, aproximadamente, 70 toneladas de materiais recicláveis que poderiam se tornar criadouros do Aedes Aegypti. No total, 40 agentes de endemias realizam os trabalhos em todo o município, número considerado suficiente pela Prefeitura de Rolândia. "O índice de casos confirmados tem diminuído de 28%, entre janeiro e fevereiro, para 13% nas últimas semanas. O UVB pesado [inseticida aplicado a partir de uma caminhonete] foi solicitado no final de março, mas o município ainda precisou cumprir outros requisitos como a realização de mutirões, por exemplo", apontou.
Em Ibiporã, 196 casos de dengue foram confirmados entre janeiro até meados de abril, com uma morte registrada durante a epidemia. Em todo o ano passado, foram registrados 401 casos da doença. "Se a gente considerar a última quinzena, a gente percebe que houve uma diminuição na primeira semana de maio com 87 notificações, num dado preliminar, contra 110 notificações nas duas últimas semanas de abril", afirmou o responsável pelo Setor de Endemias e Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde de Ibiporã, Luiz Augusto Loredo. Por lá, 29 agentes de endemias são responsáveis pelas visitas nos imóveis. (V.C.)
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