FOLHA DE LONDRINA
Falta de peças ameaça Relojão
Relojão do Edifício América é considerado um dos símbolos de Londrina. relojoeiro Tetsuo Ueda é o responsável pela manutenção do equipamento há quatro décadas
Londrina - O relojão do
Edifício América, localizado na esquina do Calçadão com a Avenida Rio de
Janeiro, um dos símbolos de Londrina, deixou os londrinenses na mão. O
equipamento ficou parado por seis semanas nos últimos tempos por conta
de um problema técnico. O cabo de alimentação da bateria do motor que
move os ponteiros apresentou defeito. Relojoeiro responsável pela
manutenção do equipamento há quatro décadas, Tetsuo Ueda, de 78 anos,
fez o conserto, mas revela que o trabalho está cada vez mais complicado.
O problema é que esse cabo de alimentação, que era fabricado por uma
empresa de Londrina, saiu de linha. Foi necessário esperar que outra
empresa fornecesse o material para que finalmente os ponteiros voltassem
a se movimentar.
O Relojão é um dos maiores do País, com 6,50m de comprimento por 6,50m de largura, totalizando uma área de 42,25 metros quadrados. Fica sobre uma estrutura de suporte que mede 3,50m. O equipamento tem mostrador e marcos de concreto, com ponteiros de zinco galvanizado. O maior deles tem 3 metros e o menor, 2,80m. A parte interna do relógio é oca e abriga um mecanismo de engrenagens que tem entre 40 e 60 cm. É justamente ali que ficam as buchas dos ponteiros, que se tornaram outra preocupação para manter o relógio funcionando.
Segundo Carlos Yukio Ueda, filho de Tetsuo, esse desgaste faz com que os ponteiros apresentem uma certa folga. Isso proporciona que o ponteiro se movimente perigosamente nos dias de vento mais forte. Em 1990 um problema semelhante fez com que o ponteiro se quebrasse em um vendaval. Na época foi necessário construir um novo ponteiro e o transporte foi feito pela parte externa do edifício, já que não havia possibilidade de levá-lo ao topo do prédio de 16 andares pela escada ou pelo elevador.
Carlos é o sucessor natural de Tetsuo na manutenção do equipamento. Há dez anos passou a acompanhar o pai na atividade para aprender a cuidar da manutenção e há cinco passou a fazer os consertos mecânicos sozinho. Ele revelou ainda que o maior desafio foi aprender a regular o relógio mestre a quartzo de alta precisão, que fica na farmácia, no térreo. "É muito difícil deixar ele regulado", revelou.
O proprietário do Relojão, Samir Ali Zebian, diz que, por ser um relógio único, é difícil encontrar peças de reposição. "Vou conversar com o Tetsuo sobre essa manutenção. Vou pedir relação das peças necessárias para fazer o conserto", declarou. A manutenção custa R$ 550 por mês e é bancada pela farmácia que ocupa o térreo do imóvel. O responsável pelo estabelecimento não quis conceder entrevista.
Para Carlos Ueda, uma das maiores dificuldades para fazer a troca das buchas é a necessidade de instalação de andaimes para retirar os ponteiros. "A Prefeitura poderia ajudar a custear isso, pois é muito difícil. Nós não temos equipamentos para isso", revelou.
Segundo a diretora de Patrimônio da Secretaria Municipal de Cultura, Vanda de Moraes, tudo depende de um encaminhamento oficial. "Nunca pediram ajuda para a gente, mas posso começar a me movimentar para conseguir parcerias para viabilizar isso, já que dificilmente teremos recursos", adiantou. Vanda garantiu que vai entrar em contato com o proprietário do Relojão e com o relojoeiro responsável pela manutenção do equipamento. Segundo ela, a lei 11.188 de 2011, que trata da preservação do patrimônio cultural de Londrina pode ser um mecanismo para que o Relojão seja tombado. "Já houve manifestação da Câmara Municipal solicitando o tombamento do Relojão. Na última reunião do conselho foi feito um levantamento dos itens do município que podem ser tombados e ele está na lista. Mas vale ressaltar que, com o tombamento, não significa que o município passe a ser o responsável pela manutenção do equipamento ou que passe a figurar entre os bens do município. Permanece como sempre foi. O proprietário é o responsável pela manutenção. O município apenas contribui para que a preservação seja feita da melhor forma, principalmente por meio de parcerias", explicou. Vítor Ogawa - Reportagem Local
O Relojão é um dos maiores do País, com 6,50m de comprimento por 6,50m de largura, totalizando uma área de 42,25 metros quadrados. Fica sobre uma estrutura de suporte que mede 3,50m. O equipamento tem mostrador e marcos de concreto, com ponteiros de zinco galvanizado. O maior deles tem 3 metros e o menor, 2,80m. A parte interna do relógio é oca e abriga um mecanismo de engrenagens que tem entre 40 e 60 cm. É justamente ali que ficam as buchas dos ponteiros, que se tornaram outra preocupação para manter o relógio funcionando.
Segundo Carlos Yukio Ueda, filho de Tetsuo, esse desgaste faz com que os ponteiros apresentem uma certa folga. Isso proporciona que o ponteiro se movimente perigosamente nos dias de vento mais forte. Em 1990 um problema semelhante fez com que o ponteiro se quebrasse em um vendaval. Na época foi necessário construir um novo ponteiro e o transporte foi feito pela parte externa do edifício, já que não havia possibilidade de levá-lo ao topo do prédio de 16 andares pela escada ou pelo elevador.
Carlos é o sucessor natural de Tetsuo na manutenção do equipamento. Há dez anos passou a acompanhar o pai na atividade para aprender a cuidar da manutenção e há cinco passou a fazer os consertos mecânicos sozinho. Ele revelou ainda que o maior desafio foi aprender a regular o relógio mestre a quartzo de alta precisão, que fica na farmácia, no térreo. "É muito difícil deixar ele regulado", revelou.
O proprietário do Relojão, Samir Ali Zebian, diz que, por ser um relógio único, é difícil encontrar peças de reposição. "Vou conversar com o Tetsuo sobre essa manutenção. Vou pedir relação das peças necessárias para fazer o conserto", declarou. A manutenção custa R$ 550 por mês e é bancada pela farmácia que ocupa o térreo do imóvel. O responsável pelo estabelecimento não quis conceder entrevista.
Para Carlos Ueda, uma das maiores dificuldades para fazer a troca das buchas é a necessidade de instalação de andaimes para retirar os ponteiros. "A Prefeitura poderia ajudar a custear isso, pois é muito difícil. Nós não temos equipamentos para isso", revelou.
Segundo a diretora de Patrimônio da Secretaria Municipal de Cultura, Vanda de Moraes, tudo depende de um encaminhamento oficial. "Nunca pediram ajuda para a gente, mas posso começar a me movimentar para conseguir parcerias para viabilizar isso, já que dificilmente teremos recursos", adiantou. Vanda garantiu que vai entrar em contato com o proprietário do Relojão e com o relojoeiro responsável pela manutenção do equipamento. Segundo ela, a lei 11.188 de 2011, que trata da preservação do patrimônio cultural de Londrina pode ser um mecanismo para que o Relojão seja tombado. "Já houve manifestação da Câmara Municipal solicitando o tombamento do Relojão. Na última reunião do conselho foi feito um levantamento dos itens do município que podem ser tombados e ele está na lista. Mas vale ressaltar que, com o tombamento, não significa que o município passe a ser o responsável pela manutenção do equipamento ou que passe a figurar entre os bens do município. Permanece como sempre foi. O proprietário é o responsável pela manutenção. O município apenas contribui para que a preservação seja feita da melhor forma, principalmente por meio de parcerias", explicou. Vítor Ogawa - Reportagem Local