A Operação Publicano, responsável por investigar um esquema de cobrança de propina descoberto dentro da Receita Estadual em Londrina, terá uma terceira fase. A informação foi confirmada ao Bonde, nesta segunda-feira (6), pelo coordenador do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Jorge Barreto da Costa. O promotor revelou que o Ministério Público (MP) já conseguiu identificar novos fatos relacionados ao esquema de corrupção, mas adiantou que a próxima fase da operação terá, como foco principal, a recuperação do dinheiro desviado pela organização criminosa. "Vamos precisar bloquear os patrimônios adquiridos com o dinheiro da corrupção e revertê-los em valores para os cofres públicos do Estado", destacou.
Arquivo Folha
Organização teria se unido para facilitar a sonegação fiscal mediante o pagamento de propina
Questionado sobre o montante total desviado pela organização, Costa lembrou que o valor ainda continua desconhecido. "É preciso aguardar o resultado da auditoria que está sendo feita pelo Ministério Público", limitou-se a dizer.
Nas duas primeiras fases da Publicano, o MP denunciou quase 200 pessoas à Justiça por participação no esquema criminoso. O promotor também não quis revelar se os novos fatos identificados foram cometidos por elementos já denunciados ou ainda desconhecidos na investigação. "Não podemos adiantar nomes. Isso poderia prejudicar o andamento dos nossos trabalhos", justificou.
A Operação Publicano investiga um esquema criminoso formado por auditores fiscais da Receita, contadores, advogados e empresários, que teriam se unido para facilitar a sonegação fiscal mediante o pagamento de propina. A apuração abrange os crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, concussão e formação de organização criminosa.