FOLHA DE LONDRINA
Em apenas uma semana, 12 cidades entraram para a lista de municípios em situação epidêmica; falta de inseticida e de conscientização preocupam Secretaria de Saúde
Mais duas mortes de pacientes infectados pelo vírus da dengue foram confirmadas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Os casos registrados em Paranaguá e Antonina se somam a 13 mortes já contabilizadas no Paraná desde agosto do ano passado, quando teve início um novo período epidemiológico da doença. Os números atualizados foram divulgados no início da noite de ontem no boletim semanal da Sesa. De agosto até o dia 7 de março foram confirmados 10.663 casos de dengue no Paraná, 1.935 a mais em relação a última semana. No primeiro boletim do ano eram 1.726 confirmações.
O aumento expressivo no número de cidades em epidemia preocupa a Secretaria de Estado da Saúde. Em apenas uma semana, 12 municípios passaram a fazer parte da lista que agora abrange 30 cidades em epidemia (veja infográfico). Ingressam nesta relação municípios que ultrapassam a confirmação de 300 casos de dengue (desde agosto do ano passado) para cada 100 mil habitantes.
A superintendente de Vigilância em Saúde da Sesa, Cleide Aparecida de Oliveira, destacou que a falta de inseticida e de conscientização da população dificultam o combate aos focos do Aedes aegypti. "O clima não tem ajudado muito no combate à doença. Chuva e sol favorecem o mosquito e o aumento de criadouros naturais. A população precisa nos ajudar a eliminar os focos. O Aedes também está extremamente adaptado. Em vez de eclodir em sete dias, o ovo eclode em três ou quatro dias. Estamos com falta de inseticida e temos a promessa do governo federal que o produto chegará de navio nesta sexta-feira", ressaltou Cleide.
As falhas no fornecimento do produto ocorrem desde novembro. Em dezembro e janeiro, conforme a superintendente, o Estado não recebeu inseticida. No mês passado, somente 8 mil dos 20 mil litros solicitados chegaram ao Paraná. Agora a expectativa é que sejam enviados, aproximadamente, 20 mil litros de inseticida, que serão utilizados a partir de segunda-feira. Enquanto isso, o pouco que resta do produto (volume não revelado pela Sesa) é aplicado por meio dos equipamentos manuais utilizados pelos agentes de endemias capacitados. O Estado possui 43 caminhonetes para a aplicação do fumacê nas cidades que apresentam índices elevados de infestação do mosquito transmissor. Outros dez novos veículos passam a circular a partir da próxima semana.
Das 15 mortes registradas no Paraná, 11 ocorreram em Paranaguá, uma em Antonina, uma em Curitiba e duas em Foz do Iguaçu. "Fizemos toda a rede de estruturação na região de Paranaguá. Enquanto não se conseguir resolver esse problema dos criadouros nas residências e nos prédios em demolição, será difícil. É uma cidade com características diferentes. Muitas pessoas de outras localidades passam por lá", afirmou.
Além de agentes de combate a endemias e de agentes comunitários de saúde, leituristas da Copel e da Sanepar também auxiliam os trabalhos de combate aos focos do mosquito em todo o Estado.
Viviani Costa
Reportagem Local