REGIÃO DE SOROCABA E JUNDIAÍ
VENTOS DE 130 KM/P/HORA.
Especialistas irão avaliar condições do vento e nível dos estragos.
Prefeitura afirma que deve demorar até três meses em reconstrução.
Meteorologistas do Centro de Pesquisas Meteorológicas de Campinas (Cepagri) da Unicamp foram enviados a Jarinu (SP) na manhã desta segunda-feira (6) para avaliar se um tornado foi o responsável pelo temporal que arrasou a cidade, causou uma morte e deixou dezenas de feridos.Uma mulher morreu e vários desabamentos foram registrados em vários pontos do município no fim de semana. VEJA GALERIA DE FOTOS
O Cepagri informou que um tornado pode ter se formado e passado por Jarinu, mas o fenômeno que atingiu a cidade provocando muitos estragos ainda está sendo avaliado. Pelas características dos danos, é possível que seja um tornado de escala F1, com velocidade de até 130 km/h.
No entanto, de acordo com a meteorologista Ana Ávila, ainda é preciso fazer uma análise detalhada das imagens de satélite e do local da destruição para fazer o diagnóstico preciso.
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De acordo com o Instituto Nacional de Metereologia (INMET), o mau tempo é por conta de um canal de umidade sobre o estado de São Paulo. O tempo deve permanecer nublado e chuvoso no começo da semana, com quedas nas temperaturas. O sol só deve voltar a aparecer na quinta-feira (9), quando está prevista uma madrugada fria e temperaturas mais elevadas ao longo do dia.
Reconstrução
A prefeitura de Jarinu acredita que pode levar até três meses para conseguir recuperar os diversos estragos causados por um temporal e fortes rajadas de ventos. Segundo o prefeito de Jarinu , apesar de ser cedo para calcular os prejuízos, para Vicente Zacan, será preciso tempo para que a cidade volte a ser reconstruída. “Acredito que a energia só deve ser normalizada em três dias e o Centro da cidade, infelizmente, deve ser reconstruído em três meses.”
A Secretária de Saúde da cidade, Soraia Garcia, afirma que a Defesa Civil ainda está finalizando um relatório sobre os estragos. "A gente vê muita destruição em vários pontos, por isso foi dado o prazo de três meses. No entanto, a equipe precisa passar o levantamento completo para fechar se será necessário todo esse tempo de reconstrução", explica a secretária.
Ainda de acordo com Soraia, 50 pessoas foram socorridas na unidade de saúde e uma mulher morreu. A região mais afetada foi o centro da cidade. "Além dessas vítimas, tivemos quatro feridos graves e um deles foi transferido ao Hospital São Vicente. A situação no pronto-socorro já está estabilizada e não estamos recebendo mais vítimas."
Força do vento
Entre os estragos, duas carretas de aproximadamente 10 toneladas tombaram com a força do vento e foi confirmada a morte de uma mulher de 48 anos, que esperava em um ponto de ônibus que caiu sobre ela. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, uma igreja localizada no Jardim Primavera desabou e cerca de 20 pessoas ficaram feridas - quatro em estado grave.
Segundo o caminhoneiro Itamar Escarante, uma das carretas tombou minutos depois em que ele e o ajudante saíram do veículo. “Tudo aconteceu muito rápido. Meu colega levou um choque por causa do raio e a gente resolveu entrar no posto de combustíveis. Ficamos protegidos no banheiro e vimos a carreta tombada quando saímos. Não teve o que fazer”, conta.
Outra carreta que estava estacionada em um pátio ao lado do posto de combustíveis, às margens da Rodovia Edgar Máximo Zambotto, também tombou. O telhado e toda a estrutura de ferro ficaram retorcidas. Próximo ao local, uma galeria de lojas também foi devastada pelo vento e diversos veículos foram arrastados, e ficaram com os vidros quebrados.
Série de estragos
As ruas do centro comercial foram as mais atingidas e a maior parte está sem energia elétrica na manhã desta segunda-feira (6). Algumas árvores chegaram a ser arrancadas pela raiz. “Não dá nem para acreditar em como tudo foi rápido. Foram dois minutos de ventos que causaram o estrago todo”, comenta o comerciante Alex Rodrigues.
Homens da Defesa Civil e outros funcionários da prefeitura passaram a madrugada cortando galhos que estavam caídos nas ruas e em cima de algumas casas.
Fiéis que estavam em uma igreja ficaram feridos. No local, várias cadeiras ficaram quebradas depois que a parte metálica caiu. Cerca de 50 pessoas atingidas pelo temporal foram encaminhadas ao pronto-socorro da cidade.
A dona de casa Eurides Batista da Silva, que mora perto do posto de combustíveis onde as carretas estavam estacionadas, foi atendida com cortes na cabeça. “Começou um vento fortíssimo e minha casa começou a cair. Desabou tudo e eu pensei que ia morrer, não sei como consegui sair de lá”, conta.