Durante a solenidade para assinatura da formalização da doação do terreno pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR) ao Estado para a construção do Hospital da Zona Oeste, o governador Beto Richa (PSDB) enfrentou protestos. Pouco antes do início da solenidade, um aluno e uma aluna da PUC começaram a gritar. Eles alegavam ter sofrido agressões por parte dos seguranças do governador e chamavam Richa de covarde.
Assessores do governador se adiantaram na tentativa de dispersar os manifestantes. O rapaz foi algemado e levado por um homem sem farda até uma viatura da Polícia Militar. Na sequência, a jovem também foi conduzida para a viatura. Os dois foram levados.
A reportagem tentou ouvir o homem que conduziu os estudantes até a viatura, mas ele não deu qualquer declaração. Não respondeu quem era nem se tinha poder de polícia para prender os dois jovens. Ao final da solenidade, ele deixou o campus da PUC dirigindo o veículo onde estava o governador. A PM e a Polícia Civil não souberam informar para onde os estudantes foram levados.
Em nota, a PUC lamentou o ocorrido e disse que irá abrir um processo administrativo disciplinar para apurar os fatos. A instituição ressaltou que "valoriza os direitos democráticos da liberdade de expressão e manifestação, sempre exercidos nos limites da ordem e da legalidade". A APP-Sindicato em Londrina também foi para a frente do campus protestar contra o governo, que estuda revogar o reajuste concedido aos professores no ano passado.
À tarde, a assessoria de imprensa da PM também divulgou nota justificando a ação, em razão dos "excessos" dos jovens. "Mesmo após o pedido para que cessassem com as hostilidades, o estudante continuou bastante alterado. Diante disso, a equipe da Polícia Militar encaminhou os jovens à delegacia, onde foi lavrado termo circunstanciado, conforme previsto no artigo 40 da Lei de Contravenções Penais, e logo depois eles foram liberados", diz a nota. (Colaborou Edson Ferreira/Reportagem Local)