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Esposa de policial conta o que a motivou a matar e esquartejar o marido
Publicado em 16 de agosto de 2016
Por Elizangela Jubanski e Antônio Nascimento
Rodrigo e Ellen em foto do facebook
No depoimento que durou cerca de três horas, a esposa do policial militar Ellen Homiak Federezzi contou o motivo que a levou assassinar e esquartejar o corpo de Rodrigo Federizzi. A confissão em detalhes aconteceu nesta segunda-feira (15) e fez com que investigadores e policiais ficassem chocados com a sequência de acontecimentos que culminou na morte do policial. Ellen contou que teria matado o policial porque ele a teria chamado de ‘louca’ durante uma discussão e ameaçado ir embora de casa com o filho.
De acordo com o depoimento, o casal estava passando por um crise no relacionamento, que durou 10 anos. Embora tenha acontecido uma discussão, o crime foi premeditado por Ellen, que não confirma o motivo da compra das malas dias antes do assassinato. O depoimento oficial da confissão durou três horas e aconteceu junto ao advogado dela. Segundo policiais que acompanharam a confissão, as palavras de Ellen chocaram quem estava presente.
Detalhes
Segundo informações apuradas pela Banda B, a confissão informal aconteceu próximo do meio-dia e foi gravada pelo celular de um dos investigadores. Logo após, policiais e a acusada foram até uma loja de ferramentas, na região Sul de Curitiba, onde ela contou que teria comprado uma pá – usada para enterrar o corpo.
De lá, foram para a região de Campestre, em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, em busca das pernas do policial, que foram cortadas do corpo. Segundo fontes da Banda B, ela chorava bastante e não conseguiu apontar o local exato de onde tinha enterrado.
De volta à delegacia, Ellen se preparou para um depoimento de confissão formal, acompanhada do advogado. Nesse, que durou cerca de três horas, ela contou que matou o marido no dia 28 de julho, pela manhã, no mesmo dia em que afirmou, primeiramente, que ele teria saído de casa, na companhia de um amigo. Ela confessou que efetuou um disparo de arma de fogo, que atingiu a nuca no marido, que estava dormido.
Em seguida, segundo depoimento oficial, ela contou que foi até a cozinha e começou a cortar as pernas de Rodrigo usando uma faca de caça, que estava na gaveta. No entanto, quando chegou até o osso, segundo depoimento dela, teria optado pela serra. Em duas partes, ela colocou o corpo do marido em duas malas e desceu até o estacionamento. Nessa hora, ela contou que o filho brincava no playground do condomínio.
Chácara
A escolha em levar o corpo do marido para Araucária teria acontecido quando ela já estava dirigindo. Os dois estiveram na zona rural do município à procura de terrenos e chácaras à venda, já que tinham uma carta de crédito no valor de R$ 150 mil, informou uma fonte à Banda B, ligada às investigações. O corpo do policial foi encontrado por um agricultor em uma área de plantação, a cerca de meio quilômetro da estrada rural.
Primeira versão
A primeira versão do crime foi dada no domingo (14), antes de o corpo ser encontrado. Em depoimento oficial à polícia, ela afirmou, desta vez, que viu um homem entrando em casa, assassinando o marido e carregando o corpo para fora do apartamento. Segundo ela, esse episódio não tinha sido relatado aos policiais por medo e, por isso, teria ido em frente com o sumiço do marido.
Sobre as marcas de sangue e o serrote, Ellen não sabe dizer o que teria acontecido e que acredita que o homem tenha voltado à casa dela para deixar a ferramenta para incriminá-la. A nova versão foi incluída nos autos, embora ela não apresente e não tenha detalhes sobre quem seria esse homem assassino.
Investigação
Durante as investigações sobre o paradeiro do policial, detalhes foram somados ao inquérito, que culminaram na prisão de Ellen. O filho de apenas 9 anos contou aos tios que ouviu um estampido, som característico de disparo de arma de fogo, e logo em seguida a mãe saindo do quarto, pedindo para que ele fosse brincar fora de casa. Antes de registrar B.O sobre o desaparecimento, a esposa do policial levou o carro da família a um lava car.
Familiares do soldado disseram à polícia que a esposa mudou os móveis de lugar e estava empenhada em uma limpeza geral na casa. A alegação dela é que a residência trazia lembranças do marido. Ela chegou a contratar os serviços de um pintor, mas o serviço não foi executado devido à prisão na noite do último dia 10. Três dias antes do crime, Ellen levou para a casa três malas de viagem, dizendo que precisava se desfazer de objetos e roupas, mas elas não foram mais encontradas após o crime.
No entanto, o pedido de prisão temporária, válida por 30 dias, foi pedida à Vara Criminal de Curitiba após investigadores encontrarem vestígios de sangue no quarto, no banheiro, no corredor e também em um serrote, guardado em um dos cômodos da casa. Embora com a casa limpa, o uso da substância química luminol fez com que o sangue reagisse e os investigadores puderam concluir que a esposa estava mentindo sobre o desaparecimento do marido.