Improviso com muita experiência
Nesta sexta, Victor Biglione e Tony Gordon são atrações do Festival de Blues que encerra sua sétima edição no sábado
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Victor Biglione: "No show vou abordar principalmente jazz e blues com todas as suas variantes"
O argentino Victor Biglione, criado no Brasil, vai dar vazão à sua grande maleabilidade musical na terceira noite do 7º Festival de Blues de Londrina nesta sexta-feira (4). Transitando pelo jazz, bossa nova, MPB, rock e, claro, muito blues, o guitarrista visita todas essas linguagens musicais no show desta noite, que começa às 21h, no Bar Valentino. Acompanhado por Jefferson Lescowich (baixo) e por Roberto Alemão (bateria/percussão), Biglione promete apresentar um amplo repertório com muito improviso certeiro. No segundo show da noite, o cantor Tony Gordon traz a herança dos crooners, cantores que personalizavam um repertório em performances de encher os olhos, acompanhado dos músicos André Freitas (piano), Miguel Assis (bateria) e Israel Lúcio (contrabaixo).
O guitarrista Victor Biglione, que cursou a Berklee School of Music em Boston por indicação de Tom Jobim, tocou com todos os grandes nomes da música brasileira nos anos 70 e 80. "No show vou abordar principalmente jazz e blues com todas as suas variantes. Vou incluir um pedaço de meu tributo a Jimi Hendrix, números instrumentais de um tributo ao B.B. King e alguma coisa de classic rock dos anos 60, que é a fase que eu mais gosto do rock, mais ligada à guitarra", diz ele, que é integrante do grupo Som Imaginário e está prestes a lançar um disco com Wagner Tiso, "The Finland Concert", gravado no ano passado na Finlândia.
Se é conhecido por sua performance e identidade, ele elogia a nova safra de músicos. "Se eu tivesse 19 anos hoje em dia, não precisaria ir para a Berklee. Nós já temos várias escolas que possibilitam novos instrumentistas muito bem preparados. A única coisa que eu sinto falta nesses novos músicos é um pouco de personalidade. Eles têm muito sabor de escola; é tudo mastigado. Na minha época tinha que tirar de ouvido, isso criava uma fantasia, um sonho, que dava mais personalidade ao instrumentista", lembra o guitarrista.
Tony Gordon
O segundo show da noite fica por conta de Tony Gordon e banda. Nascido e criado em meio musical, é filho de Dave Gordon, cantor nascido na Guiana e que conquistou o Brasil com seu acento caribenho. Assim como o pai, desenvolveu um apuro especial para a música americana, especialmente o soul, o jazz e o blues. Em sua trajetória já esteve ao lado de Elis Regina, Tom Jobim e Tim Maia. "Eu tenho 31 anos de carreira, mas não tenho um disco gravado. Sempre acreditei muito no calor da música ao vivo. Eu não digo que o disco não transmita isso, mas tocar ao vivo é outra história; é emocionante. Ainda mais em se tratando de jazz, é o improviso. Isso é muito gratificante", conta.
Para o festival, promete apresentar bastante do seu vasto repertório. "A gente tem um repertório enorme e na maioria das vezes nem sabemos qual será a segunda música, porque tem essa coisa da leitura do público. Dentro do que você tem para oferecer, você oferece o seu melhor. Para a gente que toca todo dia, tem o setlist, mas temos a liberdade de escolha e isso torna um show diferente do outro. A gente tem muito sentimento, então essa coisa de sair do corpo é uma coisa do jazz."
SERVIÇO
Festival Blues de Londrina - Victor Biglione (Argentina) e Tony Gordon (São Paulo)
Quando: Sexta-feira (4), às 21h
Onde: Bar Valentino (rua Pref. Faria Lima, 486)
Quanto: R$ 50 (individual) R$ 500 (mesa). (Ingressos à venda nas lojas 5àSec ou pelo Disk Blues no (43) 3357-1392)
Outros caminhos do blues
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Aki Kumar: "O blues está se tornando global, há interesse de muitas culturas e países"
A quarta e última noite do 7º Festival de Blues de Londrina, que acontece neste sábado (5), promete celebrar o blues e mostrar novos caminhos para o gênero. Sobem ao palco o indiano Aki Kumar, acompanhado do gaitista Marcelo Naves, e o grupo Acústico Blues Trio, com a participação da cantora Kynnie Williams. "O blues está se tornando global, há muito interesse de diferentes culturas e países. A mistura é benéfica, desde que seja verdadeira", pontua Kumar. Na mesma linha segue o grupo londrinense Acústico Blues Trio, que envereda pelo rock, soul e jazz sem renegar as raízes, com repertório variado repleto de guitarras afiadas abertas para o improviso e os vocais suingados.
Aki Kumar saiu da terra natal para se apaixonar pela música americana ao se mudar para a costa oeste dos Estados Unidos. Influenciado pelo blues de Chicago, aprendeu a tocar harmônica e se profissionalizou ouvindo nomes como James Cotton e Little Walter. "Espero que o meu projeto, no qual toco blues e música indiana, contribua para essa fusão de diferentes culturas. Porque para uma música crescer realmente e ir para a frente, ela tem que interagir e se transformar um pouco. Acho que o blues caminha para isso", diz ele, que vai apresentar seu último disco "Aki Kumar goes to Bollywood".
O grupo londrinense Acústico Blues Trio, que realizou um show aberto no último fim de semana, fecha a programação do sábado. Com Kiko Jozzolino (guitarra), Elieser Botelho JR (guitarra), Vinícius Zanin (voz), Elaine Fiora (voz), Wesley Florêncio (sax), Gabriel Zara (baixo) e Elthon Dias (bateria), recebem a convidada especial Kynnie Williams, cantora e compositora carioca que, aos 23 anos de idade, vem conquistando fãs graças a um estilo próprio desenvolvido pelo aprendizado autodidata. Destaque do The Voice Brasil em 2014, conta que vai interpretar Amy Winehouse, Nina Simone, Ray Charles. "Serão algumas músicas desse lado do blues mais agitado. O blues, na realidade, está na raiz do soul, e fala da vida, do sentimento."
O 7 º Festival de Blues de Londrina volta com uma apresentação gratuita na próxima quarta-feira, no Praça de Eventos do Catuaí Shopping Londrina, com o cantor norte-americano J.J. Jackson.
SERVIÇO
Festival Blues de Londrina - Acústico Blues Trio (Londrina), Kynnie Williams (Rio de Janeiro) e Aki Kumar (Índia)
Quando: Sábado (5), às 21h
Onde: Bar Valentino (rua Pref. Faria Lima, 486)
Quanto: Quanto: R$ 50 (individual) R$ 500 (mesa). (Ingressos à venda nas lojas 5àSec ou pelo Disk Blues no (43) 3357-1392)
Marian Trigueiros
Reportagem Local