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Investigação do caso de pastor desaparecido é transferida para a Delegacia de Estelionatos
A Polícia Civil de Londrina rastreou a movimentação bancária e a rota do pastor desaparecido desde a última sexta-feira (13) após dizer à família que iria ao banco pagar contas das duas unidades da igreja Pentecostal Monte Sião nas quais celebrava cultos. Imagens das câmeras de
segurança de uma agência bancária localizada na Avenida Saul Elkind, zona norte, mostraram que Edvaldo de Oliveira, 57, realmente esteve realizando transações. No entanto, o delegado Tiago Vicentini do Setor de Furtos e Roubos, constatou que o pastor não estava junto de ninguém e que "não havia nenhum indicativo de que estaria sendo coagido por alguma outra pessoa". O caso foi transferido para a Delegacia de Estelionatos.
"Nós fomos atrás de confrontar as informações repassadas pela esposa do Edvaldo de que ele naquele dia [sexta-feira] durante à tarde de fato esteve em uma agência aqui em Londrina e realizou transações bancárias." Em seguida, foi visto na manhã de sábado (14), em Rolândia. Conforme Vicentini, essa informação já não era de conhecimento da esposa de Edvaldo.
"Ele dormiu em um hotel por dois dias e foi reconhecido pela funcionária atendente como uma pessoa que se hospedou, ou seja, não se trata de uma terceira pessoa se passando por ele", explica. Ainda na cidade de Rolândia, o delegado afirmou que houve movimentações bancárias e que, em seguida, seguiu para Guaíra por algum meio desconhecido. A polícia teve acesso ao livro de registro do hotel, que comprova a estadia de Edvaldo no local por dois dias.
Divulgação/Polícia Civil
"Em Guaíra, Edvaldo comprou uma passagem para São Paulo, sendo que no dia 16 já estava na cidade. A informação mais nova que temos é que ele realmente embarcou para São Paulo em um ônibus da Viação Garcia. Um funcionário que vendeu a passagem para ele na manhã do dia 15 o reconheceu por uma fotografia com absoluta certeza. Ele comprou a passagem com cartão de débito, o mesmo utilizado para fazer as transações já mencionadas", esclarece.
Em São Paulo, a polícia ainda não tem imagens dele em nenhum local, mas já foi constatado que ele realizou movimentações bancárias na cidade. "A gente tem certeza que, via de regra, ele está vivo. A menos que tenha entrado em óbito por algum motivo desconhecido do dia 16 pra frente", adianta o delegado.
Vicentini diz que não há indicativo algum que motive a permanência da investigação no Setor de Furtos e Roubos, por isso, as próximas análises serão realizadas pela Delegacia de Estelionato de Londrina. "O encaminhamento se dá para apurar um eventual crime de apropriação indébita ou estelionato praticado por Edvaldo, pois a conta bancária que ele movimenta está em seu nome, mas parte do dinheiro ali depositado é fruto de oferta e dízimos que recolhem da igreja a qual ele representava. Então ele estaria causando prejuízo alheio", pontua.
A esposa de Edvaldo prestou depoimento à polícia e confirmou que parte do dinheiro da conta seria mesmo da igreja.
Fernanda Circhia - Grupo Folha