Neto Almeida
Redação Paiquerê
O prefeito de Rolândia, Luiz Francisconi Neto (PSDB), convocou uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (2), onde acusou o vereador Reginaldo Silva (Solidariedade) de solicitar cargos na administração municipal em troca de apoio político. Segundo ele, a intenção é prestar contas à população. Antes da coletiva, o prefeito fez um desabafo
“Eu, particularmente não estou aguentando mais. Desde o momento que eu retornei ao cargo, a gente não consegue governar. É uma situação de denuncismo, falas anônimas e Ministério Público.LUIZ FRANCISCONI
Em entrevista, o prefeito explicou que reuniões aconteceram com membros do partido Solidariedade. “Nesse café onde se iniciou a história, sempre foi tocado no assunto da CP e que a gente precisava trazer mais um vereador, no meu entendimento para que se tivesse a garantia, se eventualmente a CP foi aberta não iria para frente por questão de votos”.
Uma outra reunião, segundo Francisconi, aconteceu em seu gabinete. Nesse encontro, estiveram presentes o vereador Reginaldo Silva, Diego Silva ex-chefe de gabinete do prefeito e Lucinei Masson. “No segundo momento uma reunião aqui no meu gabinete, onde eu insisti para que fosse aqui, porque a intenção era marcar em Londrina de novo. Nesse
encontro eu disse, dentre outras, coisas: ‘vamos trabalhar juntos, se o senhor tiver algum projeto para a cidade alguma coisa vamos correr atrás de recursos’. Foi quando ele apresentou uma lista com nomes”.Documento apresentado pelo prefeito, que supostamente teria sido entregue em uma reunião, pelo vereador Reginaldo Silva
“Em todo o momento eu fiz questão de deixar bem claro que não queria que fosse um barganha, uma compra de votos e quero sempre uma aproximação com a Câmara, com todos, sem privilegiar um e prejudicar outro”LUIZ FRANCISCONIPrefeito de Rolândia, Luiz Francisconi Neto – Foto: Neto Almeida
Ouça a entrevista que Francisconi concedeu ao Paiquerê Rádio Opinião:
Segundo o prefeito, ele e seu advogado, ainda estudam a melhor maneira de denunciar a iniciativa.
O outro lado
Após a entrevista coletiva, a Paiquerê 91,7 esteve na Delegacia de Polícia Civil, em Rolândia, a pedido do vereador Reginaldo Silva. O parlamentar confirmou que estava na delegacia, onde registrou um Boletim de Ocorrência, contra Francisconi, de denunciação caluniosa.
“Ele me acusou de coação por cargos, coisa que eu não fiz e nunca vou fazer”REGINALDO SILVA
O vereador foi questionado sobre as reuniões. Em entrevista Silva disse que participou apenas de uma delas. “Nada demais aconteceu na reunião e eu quero que ele prove. O prefeito está mentindo de forma vergonhosa”, disse o parlamentar.Diego Silva (dir.); Lucinei Masson (centro) e o vereador Reginaldo Silva (esq.) – Todos membros do partido Solidariedade
Ouça a entrevista completa do vereador Reginaldo da Silva:
Presente também na delegacia, o ex-chefe de gabinete de Francisconi e atual membro do Solidariedade, Diego Silva, confirmou as reuniões, entretanto, não se lembrou quem entrou a lista ao prefeito e nem quem a escreveu.
“Nós não recordamos quem entregou a lista. Quem a escreveu foi um dos membros do partido que eu não me recordo”.DIEGO SILVA
Em outro trecho da entrevista, Silva confirmou duas reuniões em Londrina e outra no gabinete. “Nós tivemos a reunião. A primeira reunião que tivemos em Londrina, foi sugestão de Francisconi. Nela, não foi falado nada, apenas assuntos pessoais. Outra reunião aconteceu em Londrina, após isso o encontro no gabinete dele”.
Ainda de acordo com o ex-chefe de gabinete, a reunião foi partidária e no encontro foi ventilado para reaproximação do partido da administração, a possibilidade de que alguns membros fizessem parte da administração, em nenhum momento, segundo Silva, condicionando isso à troca de votos. “Nós tivemos uma reunião institucional partidária. No encontro foi sugerido uma reaproximação do partido se houvesse possibilidade, alguns membros pudessem participar da administração. Em nenhum momento foi solicitado cargos em troca de votos na Câmara”.
Ouça a entrevista completa com o ex-chefe de gabinete:
Nova Comissão Processante
Um pedido de Comissão Processante (CP) contra o prefeito de Rolândia, Luiz Francisconi Neto (PSDB), por improbidade administrativa foi protocolado na última segunda-feira (26) pelo vereador Rodrigão (SD).
A maior bancada, com três vereadores é a do PSC. Portanto, o partido tem direito a uma vaga na CP. As outras duas vagas são divididas entre os demais partidos. Entre os membros, é definido o presidente, relator e membro. O prazo da CP é de 90 dias ininterruptos a partir da intimação de Francisconi.
Para a conclusão, é realizada uma sessão para a apresentação do relatório. Caso essa CP constate que de fato Francisconi seja culpado por essas ações, o relatório poderá pedir sua cassação por improbidade administrativa. Se o pedido for pela cassação, é preciso mais uma vez dois terços dos vereadores votando a favor, ou seja, sete votos. ACâmara já absolveu o prefeito de Rolândia em outra oportunidade