21/11/2013 - FOLHA DE LONDRINA
FOTO DE JOSÉ CARLOS FARINA FAZ PARTE DO LIVRO
FOTO DE JOSÉ CARLOS FARINA FAZ PARTE DO LIVRO
Histórias entre quatro paredes
Livro "Hotéis Históricos do Norte do Paraná" será lançado hoje em Londrina
Os organizadores do livro, Paulo Boni e Juliana de Oliveira Teixeira, no Hotel Coroados, um dos estabelecimentos abordados na obra
A colonização do Norte do Paraná guarda mil histórias com suas infinitas versões, às vezes conflitantes. Algumas delas passam pelos quartos de hotéis que hospedaram os pioneiros ingleses e os compradores de terras vindos de outras regiões do País.
Entre 1929 e a década de 40, os estabelecimentos hoteleiros tornaram-se parte da infraestrutura imprescindível para alojar empreendedores interessados em explorar as promessas de riqueza sobre o solo vermelho.
Não por acaso, um hotel (Campestre) e o depósito de madeiras da Companhia de Terras do Norte do Paraná foram as primeiras edificações construídas em Londrina. Antes existiam apenas ranchos erguidos com caules de palmito rachados ao meio. Em Rolândia, o aniversário do município é comemorado no dia em que teve início a construção de seu primeiro hotel, que foi a primeira edificação da cidade.
Fragmentos dessas histórias estão reunidos no livro "Hotéis Históricos do Norte do Paraná", organizado pelos professores Paulo César Boni e Juliana de Oliveira Teixeira e cujo lançamento acontece hoje, às 10h, na Sala 683 do CECA, no campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
O livro é resultado de uma "oficina de jornalismo impresso" conduzida por Boni, em 2009, para alunos do último ano do curso de Comunicação Social/Jornalismo da UEL. A pesquisa transformada agora em obra literária reúne fotografias e textos sobre os hotéis antigos de Londrina, Rolândia, Maringá e Apucarana.
Os textos são assinados por alunos (hoje já formados) e colaboradores convidados, como Mário Jorge de Oliveira Tavares, Fábio Dias de Souza, Luiz Carlos Bulla Junior e Miguel Fernandes. A orelha foi escrita pelo jornalista Widson Schwartz, autor de várias reportagens sobre o assunto, muitas publicadas na Folha de Londrina.
No livro, são enfocados nove hotéis de Londrina: Luxemburgo, Triunfo, Cravinho, Berlim, Tókio, Sahão, Monções, Londrina (posteriormente Coroados) e Hotel dos Viajantes. De Rolândia, é lembrado o Hotel Rolândia. De Apucarana, os hotéis Central e América, além da Pensão São José. Já o capítulo dedicado a Maringá inclui menções a hotéis como Maringá, Catanduva, Nossa Senhora de Fátima, Bom Descanso, Esplanada e Grande Hotel Maringá.
Entre os fatos pitorescos narrados na obra, Boni lembra que o Hotel Monções tornou-se um ponto de encontro de torcedores – principalmente de médicos – durante a Copa do Mundo de 1958. "Eles se concentravam ali para ouvir as transmissões dos jogos pelo rádio", conta. Outro relato incluído no volume é de passagens do "rei do baião" Luiz Gonzaga (1912-1989) pelo Hotel Triunfo. "Ele gostava de tocar sua sanfona e preparar sua própria comida na cozinha", diz.
Boni admite que o material traz uma pesquisa parcial, incompleta. "Não conseguimos localizar fontes suficientes sobre alguns hotéis de Londrina, como o Germânia, o Paulista, o Avenida e o Hotel dos Viajantes. Por isso, as poucas informações que conseguimos colher foram publicadas em outro livro, o 'Memórias Fotográficas – a fotografia e fragmentos da história de Londrina', que lançamos em agosto deste ano", explica ele.
Após o lançamento, parte dos exemplares será doada para bibliotecas da rede de ensino de Londrina, enquanto outra parte estará à venda na Livrarias Curitiba do Catuaí Shopping.
Nelson Sato - Reportagem Local
COMENTÁRIO - Mesmo após eu ter ajuizado uma Ação Popular, com o apoio de Sabine Giesen consegui apenas a compra das madeiras da parte frontal do Hotel Rolândia. Depois de 2 anos da aquisição, boa parte das madeiras foram perdidas ou furtadas. Uma ação civil púbica foi ajuizada pelos promotores para que o prefeito ou reconstrua o Hotel ao lado da estação de trens ou devolva os R$ 60 mil pagos pelo povo rolandense. Da nossa parte temos a dizer que jamais esqueceremos do nosso "marco zero". Estamos vigilantes. Contamos com a compreensão dos nossos juízes e promotores. Não podemos perder o nosso maior monumento. Pedimos também com o apoio dos nossos historiadores. Não me deixem brigar sozinho. JOSÉ CARLOS FARINA