GRANDES NOMES
Mas nem só de títulos é marcada a trajetória do piloto. Alguns
momentos estão eternizados na memória dele, como os encontros com
grandes nomes da história do automobilismo internacional, como o
austríaco Niki Lauda e o americano Mario Andretti, duas lendas da
Fórmula 1. "Como eu corria em São Paulo, o acesso era mais fácil nas
corridas de Fórmula 1", conta. "São grandes feras e momentos
inesquecíveis", ressalta o piloto, que dividiu a pista com os
brasileiros José Carlos Pace e Émerson Fittipaldi, também ex-pilotos da
maior categoria do automobilismo mundial.
Borghesi também estava no Kartódromo de Rolândia em 1975, quando
um menino chamado Ayrton Senna, em início de carreira, disputou uma
etapa do Campeonato Brasileiro de Kart. "Andamos com o Senna por um ano.
Conheci ele e o pai dele", lembra Borghesi, que na época acompanhava o
filho Tazio, que era um dos concorrentes do futuro tricampeão da F-1.
Atualmente, o empresário compete na categoria Spyder. São quatro
temporadas na categoria de protótipos, sendo dois brasileiros e dois
paranaenses. Segundo suas próprias contas, em 2014, ele foi ao pódio
cinco vezes. E só não teve desempenho ainda melhor por conta de uma
viagem ao exterior que lhe fez perder duas etapas.
Para o ano que vem, a vaga já está garantida. Graças à ajuda de
patrocinadores. E também por um fôlego insaciável, alimentado por um
segredinho simples que Borghesi nem faz questão de guardar. "É paixão.
Aquela coisa de você não poder escutar nem o barulho. E é possível. Eu
procurei continuar fazendo o que gosto. O que acontece é que a pessoa,
às vezes, se entrega. Para mim, é a cabeça que manda. Você tem que se
sentir bem guiando e, enquanto me sentir bem vou continuar", garante,
para desespero de alguns familiares, que já pediram inúmeras vezes para
ele parar de correr.
Graduado na categoria A, a última escala de pilotos de
competição no Brasil, Borghesi conta com a admiração de quem o acompanha
de perto. Para o bicampeão brasileiro de Fórmula Truck, Leandro Totti, o
corredor de 78 anos é um exemplo. "Ele é sempre o primeiro a chegar,
tem um preparo físico muito bom e uma resistência incrível para a idade
dele. Se deixar, ele fica na pista o dia todo, é um apaixonado mesmo.
Quero poder chegar à idade dele como esse mesmo ânimo", elogia.