FOLHAWEB
As mãos calejadas, a pele judiada do sol e os vincos profundos no rosto do roceiro mostram que sua vida no campo não é somente bucólica. O dia de trabalho começa antes do sol nascer e só termina quando já está escurecendo. E, junto com os raios de luz, a esperança de que o dia seguinte seja próspero e de mais labuta. A lida é pesada. Contudo, ''sujar'' as mãos de terra é, para ele, a confirmação de uma relação sagrada.
''Aqui, a gente já nasce e morre trabalhando, fia'', diz a agricultora Olívia Torrezan, estampando um sorriso largo. Aos 64 anos ela conta que viveu praticamente todos eles no campo. ''Não quero outra vida.''
Assim como ela, outros milhares não desejam sair da roça para alguma outra ocupação. De certa forma, parecem criar raízes tal como as plantas cultivadas nas propriedades. Vindos de família com a mesma trajetória rural, agora, os filhos e os netos também dão sequência, ainda que o apelo de mudança para a cidade grande seja forte.
Os familiares de dona Olívia, porém, permanecem quase todos lá, na zona rural de Rolândia: dos quatro filhos, três moram na mesma propriedade ajudando o pai, Mario Torrezan, que durante anos esteve à frente das plantações juntamente com o irmão José Domingos, hoje com 80 anos.
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